Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Foi, tido como:
rebelde,terrorista, revolucionário, guerrilheiro, criminoso, sabotador ...
mas, também, como:
Activista contra o racismo, herói, prémio Nobel, referência ética, lider político, pacifista...
Estas amplas variações de comportamentos, posturas, atitudes, etc., faz-me lembrar o inesquecível Charlot que, sobre isto, dizia:
"A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza."
Claro que nos devemos preocupar com a imagem que os outros têm de nós. Quando a desprezamos é porque perdemos a capacidade viver com "outros". Tornamo-nos, simplesmente, egoístas. Foi isso que guiou Mandela na vida, na luta, no dia a dia.
A capacidade de conviver e lutar pelos "seus" e pelos "outros". Isto é, a imagem de universalidade dos grandes homens.
Todas as Nações necessitam de grandes homens.
Mas, um grande homem, como Mandela, para resistir a inúmeras dificuldades e terríveis adversidades e, finalmente, acabar por se impor a um povo, diria, ao Mundo, necessita de possuir convicções sólidas e profundas e, ainda, uma determinação incomensurável...
Parabéns, Madiba!