Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Foi, tido como:
rebelde,terrorista, revolucionário, guerrilheiro, criminoso, sabotador ...
mas, também, como:
Activista contra o racismo, herói, prémio Nobel, referência ética, lider político, pacifista...
Estas amplas variações de comportamentos, posturas, atitudes, etc., faz-me lembrar o inesquecível Charlot que, sobre isto, dizia:
"A humanidade não se divide em heróis e tiranos. As suas paixões, boas e más, foram-lhe dadas pela sociedade, não pela natureza."
Claro que nos devemos preocupar com a imagem que os outros têm de nós. Quando a desprezamos é porque perdemos a capacidade viver com "outros". Tornamo-nos, simplesmente, egoístas. Foi isso que guiou Mandela na vida, na luta, no dia a dia.
A capacidade de conviver e lutar pelos "seus" e pelos "outros". Isto é, a imagem de universalidade dos grandes homens.
Todas as Nações necessitam de grandes homens.
Mas, um grande homem, como Mandela, para resistir a inúmeras dificuldades e terríveis adversidades e, finalmente, acabar por se impor a um povo, diria, ao Mundo, necessita de possuir convicções sólidas e profundas e, ainda, uma determinação incomensurável...
Parabéns, Madiba!