PARADOXOS
Há pouco, a seguir ao telejornal da RTP1, Rodrigues dos Santos entrevistou no programa semanal “Antes pelo contrário”, dois políticos, que passaram todo o tempo que durou a entrevista a dizer o pior possível do Governo, acentuando sobretudo que este controlava a TV pública.
Quem eram esses dois políticos? Eram nem mais nem menos que José Manuel Pureza, dirigente do minoritário Bloco de Esquerda, e Garcia Pereira, dirigente máximo da MRPP, ultraminoritário partido de extrema esquerda que nunca conseguiu ter representação parlamentar, nem sequer eleger ninguém para uma simples Junta de Freguesia.
Há aqui um paradoxo: se fosse verdade o que eles disseram, eles não estariam lá para o dizer; se lá estavam e disseram o que disseram, é porque é mentira o que disseram.
Ora do que não há dúvida nenhuma é de que eles estavam lá, sempre a dizer mal do Governo...
Quem eram esses dois políticos? Eram nem mais nem menos que José Manuel Pureza, dirigente do minoritário Bloco de Esquerda, e Garcia Pereira, dirigente máximo da MRPP, ultraminoritário partido de extrema esquerda que nunca conseguiu ter representação parlamentar, nem sequer eleger ninguém para uma simples Junta de Freguesia.
Há aqui um paradoxo: se fosse verdade o que eles disseram, eles não estariam lá para o dizer; se lá estavam e disseram o que disseram, é porque é mentira o que disseram.
Ora do que não há dúvida nenhuma é de que eles estavam lá, sempre a dizer mal do Governo...
Comentários
Uma das últimas vezes que Garcia Pereira concorreu a eleições foi obrigado a confessar que o PSD o ajudou a conseguir as assinaturas necessárias.
coincidências? talvez.
Eu concordo que pessoas como Dr. Garcia Pereira, fossem - de quando em vez - chamados às TV's (não só às públicas) para explicar assuntos do âmbito da legislação laboral, onde o referido jurista é um expert.
Agora, Garcia Pereira, como político, faz largos anos que, definitivamente acabou e se quando em vez passeia o seu espectro em programas eleitorais é porque a nossa legislação eleitoral e formação de partidos (e a sua actualização e revalidação) é muito permissiva.
Aproveita os períodos eleitorais para em nome do MRPP se auto promover. E como estamos na preparação de mais um acto leitoral, lá está o homem.
Os resultados obtidos ao longo de anos e anos, para um jurista com o seu gabarito, já lhe devem ter evidenciado os persistentes e relapsos indeferimentos do eleitorado às solicitações, às propostas e às soluções dos dirigentes do MRPP.
Já não há mais espaço para recorrer.
Claro que a lei sobre este assunto é magnânima, provavelmente deve continuar a sê-lo, mas não deve ser usada e abusada...
Quanto ao Prof. José Manuel Pureza será um ilustre académico na área política e social, com uma intensa actividade científica e um extenso curriculo que, pouco tempo lhe deve disponibilizar para actividades de cidadania e participação em actividades democráticas.
É um conferencista. Poderia ser um editorialista, um consultor político ou social, um autor consagrado, etc.
Não tem culpa do que lhe estão a fazer.
Tudo começou com o eclético e enciclopedista Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e, este "movimento", parece ganhar cada vez mais contributers entre os académicos desiludidos e frustados com a Ciência, o Ensino Superior e a Invetigação, em Portugal...
Não me parece que tenha feito a instrução primária (da política): isto é, penso que nunca deve ter colado um cartaz...nunca deve ter participado na organização de uma greve ... nunca ajudado a preparar uma manifestação..., etc.
Agora, investi-los na qualidade de comentadores políticos residentes, diz alguma coisa da qualidade do jornalismo, dos critérios ditos jornalísticos ou da maré publicitária das TV's.
Hoje, onde a sensibilidade política dos Estatutos Editoriais está à flor da pele e a perfídia do seu eventual controlo pelo poder económico é um "ferrete" anti-democrata, quais os critérios invocados para as redações, as Direcções de Programas, etc., usam para "recrutar" os comentadores:
- de oportunidade?
- ou de oportunismo?
- ou serem contra "qualquer coisa" (partidos, movimentos cívicos, culturais, etc.).
Tenho pena da situação para a qual estamos a "escorregar". Percorremos diferentes sectores nacionais, da ciencia, da cultura, à política ... e - excepto na literatura - não encontramos nada que nos engrandeça, em que tenhamos orgulho, em que haja o mínimo consenso nacional. A Pátria parece ter acabado e a Nação segue-lhe os passos.
Enfim, será, em vez do paradoxo, o desconchavo?