Deixei de me admirar
Quando Santana Lopes, com refinada educação, agradeceu a Machado de Assis a oferta de D. Casmurro e lhe desejou o maior sucesso, já o autor do livro, editado pela primeira vez em 1899, era defunto desde 1908. A oferta não era do defunto, era da editora.
Quando Sousa Lara, subajudante de ministro da Cultura, vetou «O Evangelho segundo Jesus Cristo», o pio censor de Saramago nunca tinha lido uma só obra do escritor e, pela cultura, tinha apenas no currículo uma cruz de 70 metros, Cruz do Amor, plantada numa herdade alentejana, uma cruz em plástico, para os que desconhecem o referido amuleto.
O atual secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, parece ter ouvido falar de Miró, a quem não atribui valor artístico, apenas porque um exótico banqueiro cuja honestidade lhe valeu uma pulseira eletrónica, no caso BPN, deu em colecionador de arte.
Em França, a atual ministra da Cultura, quando foi perguntada sobre a obra de escritor francês Patrick Modiano, prémio Nobel da Literatura deste ano, respondeu que nunca tinha lido qualquer livro dele, o que não é crime, mas acrescentou não ter lido qualquer livro nos dois últimos anos.
Dois anos sem ler um único livro é um belo currículo para sobraçar a pasta da Cultura!
Quando Sousa Lara, subajudante de ministro da Cultura, vetou «O Evangelho segundo Jesus Cristo», o pio censor de Saramago nunca tinha lido uma só obra do escritor e, pela cultura, tinha apenas no currículo uma cruz de 70 metros, Cruz do Amor, plantada numa herdade alentejana, uma cruz em plástico, para os que desconhecem o referido amuleto.
O atual secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, parece ter ouvido falar de Miró, a quem não atribui valor artístico, apenas porque um exótico banqueiro cuja honestidade lhe valeu uma pulseira eletrónica, no caso BPN, deu em colecionador de arte.
Em França, a atual ministra da Cultura, quando foi perguntada sobre a obra de escritor francês Patrick Modiano, prémio Nobel da Literatura deste ano, respondeu que nunca tinha lido qualquer livro dele, o que não é crime, mas acrescentou não ter lido qualquer livro nos dois últimos anos.
Dois anos sem ler um único livro é um belo currículo para sobraçar a pasta da Cultura!
Comentários
Muitos dos atuais dirigentes, sobretudo economistas e financistas, padecem dessa "doença" em alto grau.
O médico em questão estava a citar o Prof. Abel Salazar, médico, investigador, pintor e um intrépido professor universitário expulso da sua Academia pelo regime salazarista.
Aliás, essa frase está inscrita no frontispício do Instituto de Ciências Biomédicas do Porto (de nome Abel Salazar), no edifício junto ao Hospital de Sto António... (enquanto o Prof. Nuno Crato não a mandar retirar!)
Por cá, é uma tristeza, os elementos expostos no trabalho são uma amostra elucidativa. Os nossos políticos não perceberam, ainda não percebem, que a cultura é assunto sério, fundamental no desenvolvimento equilibrado das pessoas e das comunidades. Sem política que se veja, preferem mostrar-se nas inaugurações dos eventos para os quais concederam uma migalha para os croquetes.
O nosso atual secretário de estado da cultura ocupa o lugar porque ficava mal aquilo ficar reduzido a Direção-Geral.
Obrigado pela informação.