«É da boca das crianças que se ouvem as verdades»
Ficaram-me da infância a memória e a vacina de um raro ápice em que me distingui na vida, as aulas de catequese, quando duas piedosas analfabetas me ensinaram orações e atormentaram com o Inferno, as previsões da Irmã Lúcia e, entre elas, o fim do mundo. Foi aí que consegui ser o melhor, talvez porque a fome não me distraísse e os sapatos, ao contrário dos outros garotos, me resguardassem do gelo que percorria os caminhos da aldeia que conduziam da igreja ao lar.
É desse tempo que a frase, tão falsa, como as previsões da Lúcia, regressou à memória, ao ouvir uma, verdadeira, de improvável indivíduo, Pedro Passos Coelho, «Nem todos os políticos são iguais», com a mesma grandeza ética do discurso de vitória com que Cavaco celebrou a sua reeleição para este calamitoso mandato.
Pareceu-me ouvir o riso da hiena, no ar grave a quem o mimetismo do cargo deu ares de governante e a necessidade de sobrevivência criou uma legião de panegiristas.
A direita, mesmo esta direita que se deixou apanhar com Passos Coelho na liderança e Cavaco Silva em Belém, não é a direita civilizada que Freitas do Amaral, Sá Carneiro, Sousa Franco e Adelino Amaro da Costa protagonizaram. É a direita que não lê, não pensa e não sente, com os mediadores químicos espoliados das sinapses dos neurónios e espalhados entre os cartazes e os muros onde fez a aprendizagem política.
Esta direita não é apenas incompetente, vive do escândalo, da intriga e da mentira, numa euforia de quem pensa que o País está melhor, os portugueses é que estão pior. Esta é a herdeira de 88 anos de governos seus, agora sem PIDE, com intervalos que no conjunto não representam mais do que um ano de aflições e 15 anos de esquerda pálida.
Os políticos não são todos iguais, é verdade. A ética, a aptidão e a nobreza de carácter foram exoneradas do serviço público por quem conquistou o poder sem saber usá-lo. Passos Coelho é uma ilustração dessa plêiade de formadores de técnicos de aeródromos e heliportos que voou alto com as asas do crocodilo, que voa baixinho, e sob, ou sobre, as asas do PR.
É desse tempo que a frase, tão falsa, como as previsões da Lúcia, regressou à memória, ao ouvir uma, verdadeira, de improvável indivíduo, Pedro Passos Coelho, «Nem todos os políticos são iguais», com a mesma grandeza ética do discurso de vitória com que Cavaco celebrou a sua reeleição para este calamitoso mandato.
Pareceu-me ouvir o riso da hiena, no ar grave a quem o mimetismo do cargo deu ares de governante e a necessidade de sobrevivência criou uma legião de panegiristas.
A direita, mesmo esta direita que se deixou apanhar com Passos Coelho na liderança e Cavaco Silva em Belém, não é a direita civilizada que Freitas do Amaral, Sá Carneiro, Sousa Franco e Adelino Amaro da Costa protagonizaram. É a direita que não lê, não pensa e não sente, com os mediadores químicos espoliados das sinapses dos neurónios e espalhados entre os cartazes e os muros onde fez a aprendizagem política.
Esta direita não é apenas incompetente, vive do escândalo, da intriga e da mentira, numa euforia de quem pensa que o País está melhor, os portugueses é que estão pior. Esta é a herdeira de 88 anos de governos seus, agora sem PIDE, com intervalos que no conjunto não representam mais do que um ano de aflições e 15 anos de esquerda pálida.
Os políticos não são todos iguais, é verdade. A ética, a aptidão e a nobreza de carácter foram exoneradas do serviço público por quem conquistou o poder sem saber usá-lo. Passos Coelho é uma ilustração dessa plêiade de formadores de técnicos de aeródromos e heliportos que voou alto com as asas do crocodilo, que voa baixinho, e sob, ou sobre, as asas do PR.
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