Urge esclarecer: factos, acasos, coincidências …
Tudo parecia correr bem, embora o processo pecasse pela sua morosidade, para a nova liderança de António Costa.
Porém, recentemente, dois factos políticos mostram que a caminhada até S. Bento não vai ser um ‘passeio’, antes pelo contrário, poderá revelar-se um terreno armadilhado.
Primeiro, a paternidade da proposta de reposição dos subsídios vitalícios. Terá partido do PSD ao mais alto nível (Passos Coelho) link mas não consegue dissipar algumas dúvidas acerca do conhecimento e da aceitação de Anónio Costa link, pese embora o seu formal desmentido em declarações à TSF link.
Para além do escândalo que essa proposta aprovada na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças constitui, sendo uma monumentalidade de insensibilidade política a atingir as raias do insultuoso, a hipótese da prévia existência de um acordo entre os líderes, lança luzes sobre política de alianças futuras cuidadosamente ocultada e, revela uma outra face da moeda, isto é, o pior do chamado ‘centrão’ (político e dos interesses).
Segundo, a detenção de José Sócrates por alegada fraude fiscal link, no dia em que se processam as eleições directas para Secretário-Geral do PS não deixa, dentro do actual contexto interno do PS, de levantar interrogações sobre o seu ‘timing’ (político, partidário, policial, etc.) e recolocar na berlinda promiscuas e corruptas relações entre a política e os negócios (neste caso o Grupo Lena) link.
Todavia, tratando-se de (mais) um processo já entrou em segredo de justiça, todas as revelações são ilegais e as especulações inoportunas, prematuras e despropositadas. Veremos quem as fará.
A menos de 1 ano das eleições legislativas quando, finalmente, os dois adversários estão a colocar-se no terreno, tudo indica que o processo eleitoral não vai ser tão limpído e transparente como seria desejável e que o período pré-eleitoral, que já está a decorrer, revela-se muito ardiloso.
Poderá ser obra do acaso (como costuma dizer-se) mas estes dois casos, não favorecendo o esclarecimento dos portugueses sobre comportamentos políticos, financeiros, sociais e pessoais, acentuam as já profundas fracturas entre os cidadãos e os partidos, encerram inexplicáveis coincidências que têm de ser urgentemente esclarecidas, sob pena de viciarem as eleições que, como a maioria dos portugueses sentem, tardam.
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O ‘Aleluia’, surge - aqui e agora - como uma “exultação milagreira” situação que o partido do (jovem) proclamador Duarte Marques está manifestamente necessitado…