A morte de Vítor Crespo
Morrem os bravos, ficam os bárbaros.
Um a um, os heróis de Abril vão perecendo e Portugal fica mais pobre, carecido de referências, entregue à comissão liquidatária que escondeu a agenda ideológica durante a campanha eleitoral.
Vão-se os bravos e ficam a uivar os lobos nesta melancólica quadra em que os próximos voos da TAP são de aves migratórias que não regressam mais, obrigadas a levantar voo, expulsas do seu habitat.
Como o crocodilo, ficam a voar baixinho os membros da comissão liquidatária do país que nunca sentiram seu. Falam grosso, como se as polícias estivessem ao seu serviço, o poder fosse um direito e a governação uma viagem ao passado.
Vítor Crespo foi um dos melhores. Vai a sepultar enquanto ficam os que nos enterram e preparam campanhas sujas para se perpetuarem.
Em Abril, Vítor Crespo estava na Pontinha, depois esteve na transição da independência de Moçambique e continuou a servir Portugal sem se servir da Pátria que amou.
A mágoa pela perda de um herói só tem paralelo na que permanece pelos cobardes que ficam.
Há luto em Portugal e Moçambique. Em Belém e S. Bento a vida continua indiferente à perda que os democratas sentem.
Comentários
Que sentido de Estado e que ingratidão de salazaristas.
Se o PM e o PR desempenham essa função, devem-no a homens como VCrespo.
A ingratidão não é palavra que usem ou sequer saibam o significado.
JFernandes(Pailobo)