O Governo, a TAP e o País
A obsessão ideológica deste Governo, com notário privativo e devoto na pessoa do PR, jamais visou o interesse público. A privatização da EDP e dos CTT mostraram como os interesses do País e dos trabalhadores foram exonerados dos planos de alienação.
Podia referir-se a Galp, a ANA e outras empresas públicas que, por inépcia ou maldade, nos arrastam num infindável 11 de março de 1975, de sinal contrário e piores desígnios, onde não houve um módico de patriotismo ou ponderação de interesses estratégicos.
A pressa da alienação da TAP precipitou os sindicatos numa greve justa cuja data pode ter sido infeliz e beneficiado um Governo cuja exibição de força acabou por jogar a seu favor, mas a defesa do interesse nacional foi notória na maioria dos sindicatos.
O Governo odeia a CRP e quaisquer direitos aí consagrados, julgando que a eleição lhe permite desmantelar o Estado nos quatro anos em que, um dia saber-se-á porquê, o PSD conseguiu manter reféns o PR e o CDS.
A venda da TAP, sobretudo com a displicência e pressa com que o Governo pretende, representa para o turismo nacional, uma das poucas atividades que resistem, um golpe de consequências imprevisíveis. Não sei se esta é a vingança contra o País por quem não digere a independência dos que consideravam seus.
Nesta tragédia há um sindicato que merece profunda execração, sindicato que, aliás, foi responsável, no passado, pela deterioração financeira na TAP com exigências obscenas de vencimentos e regalias, chegando ao dislate da reclamação, não satisfeita, de isenção de impostos, para os pilotos.
Juntamente com administrações incapazes, os pilotos, beneficiando dos conhecimentos adquiridos na TAP e com um mercado de trabalho generoso à escala planetária, nunca pautaram as reivindicações pelos interesses e sustentabilidade da Empresa.
Desta vez, o Sindicato dos Pilotos começou por anunciar uma greve contra a intenção da privatização da TAP, para depois desaprovar as negociações dos outros sindicatos com o Governo e, finalmente, opor-se à requisição civil do Governo se, na privatização a que deixam de opor-se, parte das ações da TAP lhes sejam oferecidas gratuitamente.
Eis uma eloquente diferença entre trabalhadores e mercenários.
Podia referir-se a Galp, a ANA e outras empresas públicas que, por inépcia ou maldade, nos arrastam num infindável 11 de março de 1975, de sinal contrário e piores desígnios, onde não houve um módico de patriotismo ou ponderação de interesses estratégicos.
A pressa da alienação da TAP precipitou os sindicatos numa greve justa cuja data pode ter sido infeliz e beneficiado um Governo cuja exibição de força acabou por jogar a seu favor, mas a defesa do interesse nacional foi notória na maioria dos sindicatos.
O Governo odeia a CRP e quaisquer direitos aí consagrados, julgando que a eleição lhe permite desmantelar o Estado nos quatro anos em que, um dia saber-se-á porquê, o PSD conseguiu manter reféns o PR e o CDS.
A venda da TAP, sobretudo com a displicência e pressa com que o Governo pretende, representa para o turismo nacional, uma das poucas atividades que resistem, um golpe de consequências imprevisíveis. Não sei se esta é a vingança contra o País por quem não digere a independência dos que consideravam seus.
Nesta tragédia há um sindicato que merece profunda execração, sindicato que, aliás, foi responsável, no passado, pela deterioração financeira na TAP com exigências obscenas de vencimentos e regalias, chegando ao dislate da reclamação, não satisfeita, de isenção de impostos, para os pilotos.
Juntamente com administrações incapazes, os pilotos, beneficiando dos conhecimentos adquiridos na TAP e com um mercado de trabalho generoso à escala planetária, nunca pautaram as reivindicações pelos interesses e sustentabilidade da Empresa.
Desta vez, o Sindicato dos Pilotos começou por anunciar uma greve contra a intenção da privatização da TAP, para depois desaprovar as negociações dos outros sindicatos com o Governo e, finalmente, opor-se à requisição civil do Governo se, na privatização a que deixam de opor-se, parte das ações da TAP lhes sejam oferecidas gratuitamente.
Eis uma eloquente diferença entre trabalhadores e mercenários.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Quer os sindicatos que não tinham dúvidas sobre a atitude política do PR e adiantaram-se na oposição à medida, quer o Governo que se envolveu extemporaneamente numa medida extraordinária de requisição civil mostram como prostituímos a cadeia de decisão e referenciação institucional.
A resolução governamental 'permitiu' ao Ministro da Economia responsável pelos transportes nas negociações que manteve com os sindicatos assegurar que a privatização era irreversível e inquestionável.
Na verdade nada de legal, no momento inicial das negociações, permitia essa atitude dura e de princípio, a não ser a forte convicção ideológica que o Governo sempre nega e, por outro lado, a certeza da cumplicidade do PR para mais uma alienação dentro do princípio 'menos Estado'.
A miserável exploração feita à volta desta greve sobre o direito de os emigrantes reunirem-se com as suas famílias, passou ao lado das causas recentes da emigração esquecendo que, para a generalidade dos portugueses, o Governo (e não a TAP) deveria assegurar esse direito de permanência em permanência (e não só em quadras festivas)...
Enfim, toda esta embrulhada sobre a privatização da TAP não deve ser dada como esclarecida e resolvida.
Muitas das premissas que têm sido invocadas por todas as partes mereciam uma análise mais atenta e verificações criteriosas.
Ninguém refere, p. exemplo, que a maioria (60%?) dos emigrantes que utilizam os transportes aéreos para passar esta época em Portugal o fazem em companhias de 'low cost'...o que altera substancialmente alguma da argumentação esgrimida e aduzida.