O último Conselho Europeu e o espectro grego...
Desconheço qual será a narrativa que Passos Coelho apresentará aos portugueses ao regressar desta última reunião do Conselho Europeu do dia 18 de Dezembro.
Mas, a verdade dos acontecimentos, isto é, o que a Srª. Merkel ‘autorizou’, não é mais do que o 'borregar' do Fundo de Investimentos Estratégicos.
Uma bandeira de Claude Juncker, actual presidente da Comissão Europeia que segundo a propaganda ‘populista’, para inglês ver (e apresentar ao Parlamento Europeu), e nas contas eleitoralistas, ‘valeriam’ cerca de 315.000 M€ link .
Mais um engodo eleitoral que morre à nascença.
Nada que possa aliviar as restritivas regras de austeridade que estão a condicionar o crescimento europeu (à beira de uma nova recessão), ou que flexibilizem as ‘regras fiscais’ (de ‘ouro’) que comandam as políticas orçamentais, obterá o acordo do actual Governo da Alemanha.
Duas das três premissas que o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk colou ao ‘Plano Juncker’ dizem respeito á ‘intensificação das reformas estruturais’ (sabemos o que ‘isso’ significa) e a outra versa sobre a ‘solidez das finanças públicas’ (cuja via de sentido único é o Tratado Orçamental).
Uma Europa condenada a ser ‘assimétrica’ não tem futuro porque não se manterá coesa.
O primeiro-ministro de Itália bem lutou para que esses investimentos fossem subtraídos aos cálculos do deficit orçamental dos países que fossem beneficiários. Não terá sido aceite esta proposta e desconhecemos quem a apoiou. Todavia, pelos relatos da reunião, é fácil de adivinhar quem a terá obstaculizado link. Mais uma vez levanta-se a querela entre entre a austeridade, as reformas ('estruturais') e o investimento para conseguir equilíbrios precários à custa da destruição da coesão do espaço europeu (neste momento residual), não havendo pejo em adiar 'ad eternum' os problemas - esses verdadeiramente estruturais - dos países do Sul.
Merkel não quer ouvir falar de ajustamentos ao nível orçamental por recear (quando se aborda o investimento público) o aumento da dívida que, na realidade, não para de crescer. link
E o impasse actual prevalecerá até que se aprofunde a 'crise' e, então, sejam impostas outras medidas a reboque de cataclismos eminentes.
E o impasse actual prevalecerá até que se aprofunde a 'crise' e, então, sejam impostas outras medidas a reboque de cataclismos eminentes.
Resumindo:
A UE continuará a viver penosos dias de incerteza e sem perspectivas de investimento que a façam acreditar no futuro.
O desenvolvimento do espaço europeu não passa de uma miragem para engalanar a retórica política. O ritmo de crescimento permanecerá numa parte da Europa (Norte e Centro) numa cadência ténue enquanto o Sul periférico está destinado a empobrecer de modo 'irremediável'.
Todavia, e apesar deste terrível espectro, nenhum português ficaria admirado se, mais tarde, soubéssemos que Passos Coelho - governando um País com dificuldades de acesso ao crédito e com o investimento em queda prolongada – tenha, nesta reunião, alinhado com o Governo de Berlim e com o Bundesbank.
Todavia, e apesar deste terrível espectro, nenhum português ficaria admirado se, mais tarde, soubéssemos que Passos Coelho - governando um País com dificuldades de acesso ao crédito e com o investimento em queda prolongada – tenha, nesta reunião, alinhado com o Governo de Berlim e com o Bundesbank.
Continuaremos assim até que uma eventual saída da Grécia da Zona Euro, por decisões políticas, nos venha acordar… e interromper o pesadelo que nos envolve.
Tudo começou na Grécia e muito poderá mudar a partir da Grécia.
Tudo começou na Grécia e muito poderá mudar a partir da Grécia.
Comentários
Isto significa apenas que as declaraçoes de intençao de apoio ao investmento e à inovaçao nao passar de poeira para os olhos dos crentes e ingenuos.