Um deputado de braço ao peito
Médico de Preto arguido
Inspecção-Geral de Saúde instaura processo disciplinar
«O MÉDICO do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, que engessou o braço de António Preto antes de o deputado social-democrata ir fazer uma «recolha de autógrafos» ao Ministério Público - para verificar a sua assinatura -, foi constituído arguido num processo disciplinar interposto pela Inspecção-Geral de Saúde (IGS).
O médico, especialista em cirurgia cardiovascular, é cunhado de António Preto e está indiciado por utilização indevida dos serviços públicos e por existirem suspeitas de má prática clínica. Isto porque o médico justificou a «imobilização do braço» do deputado, quando lhe foi pedido para o fazer, dizendo ter diagnosticado uma «flebite» ao seu doente».
Expresso, 25-03-06
Comentários
Os médicos não devem tratar a sua família. Tem dificuldades em gerir a saúde dos seus parentes por envolvimento afectivo e eventual perturbação do discernimento clínico.
No caso vertente, além desse pecadilho, poderá haver outro:
falta de discernimento que estava perante um caso de investigação judicial de um investigado por eventual crime de corrupção.
Portanto, para além uma desaconselhável prática clínica há a associação a uma obstrução à investigação e desenrolar do processo. Deontologicamente, frágil, para o cunhado, médico.
Não será?
Será que, também, vai ser engessado?
Mas convém ter a noção de que o tempo das ingenuidades já lá vai.
E de que é perigoso não chamar os bois pelos nomes. Há práticas e atitudes que são, simplesmente, falta de princípios cívicos, ou falhas de consciência ética e deontológica, ou simplesmente cumplicidades na corrupção. Todas elas "virtudes" muito portuguesas, como é sabido.
Não sei bem porquê, mas esta história toda só me faz lembrar a Fátima Felgueiras... porque será????
Os inteligentes entendem o que quero dizer, duvido seriamente que o Carlos Esperança entenda...
11:37 PM
Lembro ao divertido anónimo que Fátima Felgueiras não é autarca do PS e o advogado Preto é deputado do PSD.
Desonestos há em todos os partidos mas este caso tem tido a cobertura, ou o silêncio, do PSD.