Zapatero e a ETA

Zapatero anunciou ontem que pedirá autorização ao Parlamento para iniciar negociações com a ETA, depois de verificar que o cessar-fogo decretado é um passo definitivo para o fim da organização separatista.

Que dirão agora Luís Delgado, comissário político de Santana, José Manuel Fernandes e toda a direita que, há três anos, execraram Mário Soares por ter defendido negociações para o Iraque, esquecidos do processo do IRA.

Com a coragem do ar condicionado vociferavam: «Não se negoceia com terroristas».

Pouco tempo depois, o PSD, o CDS e os seus ventríloquos de serviço meteram a viola no saco quando os americanos tiveram de negociar com um dos mais tenebrosos iraquianos – Moqtada al-Sadr.

Comentários

sabine disse…
Não sei se negociar com terroristas é boa ideia... Em qualquer caso aprecio o esforço de Zapatero para chegar à paz - e com uma solução que satizfaça todos!
Anónimo disse…
O importante passo anunciado por Zapatero deve ser apoiado.
Vamos ver como se comporta o PP no Parlamento mas não será, minimamente, surpreendente se aproveitar o ensejo para levantar os espantalhos do costume:
a autoridade do Estado, o uso de justiça implacável, os crimes de sangue, a luta antiterrorista, etc.

Desde 1959, a ETA que nasceu no seio de estudantes e intelectuais dissidentes do Partido Nacionalista Basco (PNV)que acusam a direcçaõ do PNV de colaboracionista (com o poder castelhano). Oito anos depois (na V Assembleia) faz uma grande inflexão estratégica que determinou o início da "guerrilha urbana" contra o ferrete de Madrid. Em 1968, "assina" a sua primeira acção violenta (selectiva)contra um um polícia conhecido como "o torturador de Irún". Os problemas que vinham de longe (guerra civil)tornaram-se mais visíveis nesse dia. Arrastam-se, portanto, há quase 38 anos e atravessaram o regime franquista, a transição democrática,Felipe Gonzales, Aznar,...

Portanto, Zapatero está sob a "mira" popular. Se conseguir implementar a Paz, será uma grande e significativa vitória política.

Essa vitória tem custos - a derrota da Direita. Que fica despojada de um inesgotável (mas ignóbil) instrumento político - o medo.

Logo, atenção às Cortes...

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