COMUNICADO : Contra o totalitarismo e o clericalismo
O diário dinamarquês Jyllands-Posten e o jornal francês Charlie Hebdo publicaram, ontem ( 28-02-2006 ), o manifesto “Juntos contra o novo totalitarismo” ( ver adiante ), assinado, entre outros escritores e intelectuais laicistas, por Salman Rushdie, Ayaan Hirsi Ali, Taslima Nasreen, Caroline Fourest, Ibn Warraq e Bernard Henry-Lévy.
A Associação Cívica REPÚBLICA e LAICIDADE, por partilhar, quer da análise nele apresentada, quer dos valores nele defendidos e promovidos pelos seus autores, apoia e difunde aquele manifesto, fazendo notar, no entanto, que o totalitarismo islamista não constitui a única ideologia totalitária de origem religiosa com que hoje nos confrontamos.
Secundando o manifesto “Juntos contra o novo totalitarismo”, reforçamos aqui as ideias de que não se pode reconhecer o « relativismo cultural », sempre que ele proponha que, em nome de um « respeito » pela cultura e tradição, seres humanos sejam excluídos do universo de aplicabilidade da Declaração Universal dos Direitos do Homem ; tampouco se pode aceitar o caminho para uma « guerra de religiões », para um « confronto de civilizações », que se venceria pelas armas e para o qual, aparentemente, alguns discursos políticos dominantes, apoiados em dissertações religiosas, nos estão a quer conduzir : a luta é uma luta ideológica entre « democracia e teocracia », « laicidade e clericalismo », « progressismo e providencialismo », « modernidade e pré-modernidade » ( ainda que travestida de « pós-modernidade ), « iluminismo e obscurantismo ».
Braga/Lisboa, 01-03-2006
Luís Mateus ( presidente da direcção ) Ricardo Alves ( secretário da direcção )
A Associação Cívica REPÚBLICA e LAICIDADE, por partilhar, quer da análise nele apresentada, quer dos valores nele defendidos e promovidos pelos seus autores, apoia e difunde aquele manifesto, fazendo notar, no entanto, que o totalitarismo islamista não constitui a única ideologia totalitária de origem religiosa com que hoje nos confrontamos.
Secundando o manifesto “Juntos contra o novo totalitarismo”, reforçamos aqui as ideias de que não se pode reconhecer o « relativismo cultural », sempre que ele proponha que, em nome de um « respeito » pela cultura e tradição, seres humanos sejam excluídos do universo de aplicabilidade da Declaração Universal dos Direitos do Homem ; tampouco se pode aceitar o caminho para uma « guerra de religiões », para um « confronto de civilizações », que se venceria pelas armas e para o qual, aparentemente, alguns discursos políticos dominantes, apoiados em dissertações religiosas, nos estão a quer conduzir : a luta é uma luta ideológica entre « democracia e teocracia », « laicidade e clericalismo », « progressismo e providencialismo », « modernidade e pré-modernidade » ( ainda que travestida de « pós-modernidade ), « iluminismo e obscurantismo ».
Braga/Lisboa, 01-03-2006
Luís Mateus ( presidente da direcção ) Ricardo Alves ( secretário da direcção )
Comentários
O IRAQUE era um estado laico no "Mundo Árabe"... e, vivia sob uma ditadura execrável.
Agora, apesar das normais constitucionais, vai transformar-se num estado islâmico (xiita?, sunita? - a ver no fim da "guerra civil").
Avanços civilizacionais?
a guerra do iraque não foi uma guerra pela civilização, nem pela segurança internacional, e muito menos pela democracia. foi pelo petróleo.
o apoio a ditadores «laicos» como sadam também não era feito em nome dos valores democráticos.
a escola das Américas (SOA)também não foi criada para defender a democracia.
a batalha entre a liberdade e o totalitarismo transcende as diferenças culturais, e é isso mesmo que este grupo de intelectuais e dissidentes de origens culturais diversas vem mostrar.
O que quis chamar a atenção é que
estado laico não é sinónimo de democracia.