Coimbra e a co-incineração
A previsível decisão do Governo não apanhou ninguém de surpresa. Souselas seria, para quem leu o relatório da Comissão Independente, a primeira opção por ter a cimenteira mais moderna, onde a produção de «resíduos de resíduos» é menor.
No entanto, o circo mediático já saiu à rua. A pressão e a intimidação estão aí sobre os defensores da co-incineração. A glória de aparecer na televisão está ao alcance de qualquer um. Quem tem posições diferentes não é ouvido nem respeitado.
Carlos Encarnação multiplica-se em entrevistas e fala da morbilidade da população de Souselas gaguejando as moléstias de que padece, pouco habituado ao jargão médico e a relatórios epidemiológicos.
Antes de inaugurar o Metro, de cuja construção fez depender a sua recandidatura, antes da demolição do último andar das torres sobre o Mondego cuja ordem se esquece de fazer cumprir, já ameaça interditar a co-incineração em Souselas.
Entendamo-nos. A Comissão Independente não foi contestada na sua composição nem nas suas conclusões. Apenas o actual Provedor do PSD para o Ambiente votou contra, sem ter apresentado argumentos. Quem, como eu, não é cientista acredita no que dizem os técnicos. E os cientistas da referida Comissão estão ao abrigo de suspeitas partidárias e gozam de enorme prestígio académico.
Se a população de Souselas se encontra enferma não é por causa da co-incineração que ainda não começou. É, quando muito, por causa da fábrica de cimento. Assim, o que há a fazer é pedir a transferência da fábrica, não é impedir que 260.000 toneladas anuais de Resíduos Industriais Perigosos (RIP) continuem a envenenar o País.
É esta incúria, e a atitude irresponsável que Durão Barroso legou ao PSD, que devia envergonhar os adversários da co-incineração.
No entanto, o circo mediático já saiu à rua. A pressão e a intimidação estão aí sobre os defensores da co-incineração. A glória de aparecer na televisão está ao alcance de qualquer um. Quem tem posições diferentes não é ouvido nem respeitado.
Carlos Encarnação multiplica-se em entrevistas e fala da morbilidade da população de Souselas gaguejando as moléstias de que padece, pouco habituado ao jargão médico e a relatórios epidemiológicos.
Antes de inaugurar o Metro, de cuja construção fez depender a sua recandidatura, antes da demolição do último andar das torres sobre o Mondego cuja ordem se esquece de fazer cumprir, já ameaça interditar a co-incineração em Souselas.
Entendamo-nos. A Comissão Independente não foi contestada na sua composição nem nas suas conclusões. Apenas o actual Provedor do PSD para o Ambiente votou contra, sem ter apresentado argumentos. Quem, como eu, não é cientista acredita no que dizem os técnicos. E os cientistas da referida Comissão estão ao abrigo de suspeitas partidárias e gozam de enorme prestígio académico.
Se a população de Souselas se encontra enferma não é por causa da co-incineração que ainda não começou. É, quando muito, por causa da fábrica de cimento. Assim, o que há a fazer é pedir a transferência da fábrica, não é impedir que 260.000 toneladas anuais de Resíduos Industriais Perigosos (RIP) continuem a envenenar o País.
É esta incúria, e a atitude irresponsável que Durão Barroso legou ao PSD, que devia envergonhar os adversários da co-incineração.
Comentários
a liberdade de contestar?
a história do "circo mediático já saiu à rua" não achincalha quem discorda?
A Comissão Independente é o novo
Maomé?
Independente de quê? (do poder político que a nomeou?)
Alguma vez os seus membros, para além da sua qualificação técnica, fizeram uma declaração de interesses?
Devemos ficar atentos aos cargos que vão desempenhar no futuro?
As conclusões da C"I" foram discutidas onde?
E, esta:
"Se a população de Souselas se encontra enferma não é por causa da co-incineração que ainda não começou."
Quem será responsável de zelar pela saúde pública das populações?
Ou o cinismo do Ministro do Ambiente hoje na RTP 1:
com a co-incineração a população correrá menos risco.
Pergunta-se: porque não se obrigou a cimenteira de Souselas a colocar torres de reciclagem de resíduos e outros sistemas de depuração, antes?
Vamos imputar tudo o que puder vir a suceder, ao "antes da co-incineração"?
Finalmente, este país não tem especialistas em saúde pública?
Ou só tem engenheiros?
É que para estes "o circo mediático já saiu à rua"...
QUE TAL UMA UNIDADE DE
CO-INCINERAÇÃO À SUA PORTA?
- SIM
- NÃO
Preciso de ar fresco. De respirar. Afastado de tantos gases. De tanta informação contraditória.
Passem bem!
Até breve!
1 elemento indicado pela Universidade de Aveiro;
1 elemento pela Un. Coimbra;
1 elemento pela Un. Porto;
1 elemento pelo Governo.
(3 elementos sem qualquer interferência do poder político)
Previamente a A.R comprometeu-se a aceitar a decisão.Apesar de unâninime foi o que se viu.
O que se fez neste tempo todo?
............
Acabei de ver as entrevistas feitas na SIC - Notícias.C. Encarnação apenas disse que não queria a co-incineração por prudência. Porque não.
Mas talvez fosse uma boa oportunidade de regionalizar a coisa, em vez de dar só a Coimbra.
Dê-se a co-incineração a todas as cimenteiras, por região, e o país ficará melhor. Uma às portas do Porto, outra de Coimbra, outra de Lisboa, e por aí fora.
Se não faz mal a Coimbra, também não há-de fazer mal a Lisboa, não é verdade?
Por isso, acabe-se com a imbróglio e regionalize-se a co-incineração.
E todos ficaremos bem.
A C. Independente sofre de um mal "insanável". Foi nomeada para
ratificar (não rectificar)uma decisão política previamente tomada.
A partir daí perdeu a confiança do País.
A título de mero exemplo, 1 dos seus membros foi nomeadado, como
"independente", para a Direcção da Coordenação HIV/SIDA, organismo governamental...
CE:
Gostaria que as Universidades fossem independentes do poder político - para lhe poder dar razão!
E continuo a pensar.
Apenas um, sendo ilustre no campo médico, é (era) ignorante em questões de resíduos, fez carreira política.
É hoje o Provedor do PSD para o ambiente do concelho de Copimbra.
«Estudo
Souselas doente
Segundo o estudo SaúdeCentro 2005 divulgado o mês passado pela Administração Regional de Saúde do Centro, a prevalência de doenças respiratórias na região centro é de 5,8 por cento, sendo que para Souselas é de 12,9. Particularmente grave é a prevalência de bronquite crónica, doença pulmonar crónica obstrutiva e enfisema, em que a prevalência para a região centro é de 4,3 por cento, e para Souselas de 11,5. Na prevalência de doenças cardíacas, os 12,6 por cento da região centro ficam para trás, contra os 19,5 por cento de Souselas, e as doenças tumorais representam em Souselas uma prevalência de 6,1 por cento, contra apenas 2,8 por cento no centro. O estudo, coordenado pelo catedrático de medicina de Coimbra Massano Cardoso, envolveu mais de 24 mil adultos da região centro e permitiu pela primeira vez caracterizar as patologias, tipos de vida e comportamentos da população da região centro».
Fico-lhe grato que me informe sobre o «o "independente" que saíu fininho e sério da Universidade Católica».
Ensinar os ignorants é uma obrigação do seu múnus.
Aliás, para desacreditar a ciência nada como assassinar moralmente os cientistas.
Coimbra não pode ser beneficiada
com tantos resíduos. Afinal, onde é que se produz essa coisa?
Lisboa também quer a co-incineração!
Óbvio que os há, e muitos. Mas não estavamos
a falar em abstrato. A generalização é um método de ocultação.
Deve-me conceder a mercê de poder considerar que também os há desonestos e corruptíveis.
E, que dizer de elementos que no governo PS em que J. Socrates foi Min. do Ambiente são "independentes" e, por exemplo, no lamentável período PSD/CDS, respigam, insistem nas soluções encontradas e, finalmente, são enxovalhados.
A CI mostrou que não queria estudar soluções técnicas, queria impôr soluções (tecno-políticas?).
Agora, passados anos, temos mais do mesmo...
A quercus afirmar estar ao lado do Ministro do Ambiente.
Deixem ficar essa coisa lá em baixo, que a gente passa bem sem ela.
Aliás, creio que alguns resíduos hospitalares, não só do HUC naturalmente, vão sempre para esses dois locais.