Espanha - A política vista pela direita ultraliberal portuguesa

«(..) Francisco Javier García Gaztelu também conhecido por 'Txapote' é o homem que disparou sobre Migel Angel Blanco. Começou a ser julgado e este é olhar que lança sobre o tribunal e os familiares das suas vítimas. O seu comportamente em tribunal é um sinal de como a ETA sabe que está acima da lei. É gente como Txapote ou ainda mais duros do que ele - como Otegi - que se vão sentar naquilo a que se chama Mesa de Partidos com a qual Zapatero vai negociar. Resta perguntar negociar o quê»?

Este é o texto (com foto do «etarra» Francisco Garcia) do Blasfémias, um excelente blog da direita ultraliberal e o mais lido.

É interessante verificar a identidade de pontos de vista entre o «Blasfémias» e o PP espanhol, que ainda não deixou de ser de Aznar e de Franco, enquanto o blog referido é claramente adepto da democracia.

Comentários

Anónimo disse…
A sede de vingança, a vindicta é, há longos anos, uma prática siciliana...
O incitamento ao ódio, o terrorismo político e a exploração do(s) medo(s) são instrumentos operacionais da direita. Aqui, ou, em qualquer parte do Mundo.
Por vezes, estas posturas confundem-se.

Adiante,

Em primeiro lugar, é necessário reconhecer que a ETA cometeu crimes de sangue na sua trajectória de luta pelo separatismo do País Basco do Estado espanhol. Esse será, sem dúvida, um dos mais melindrosos problemas que, inevitavelmente, complicarão a ronda de negociações de Zapatero.
Democraticamente, levou a questão às Cortes para integrar, neste esforço pacificador e abrangente, todo o espectro político.
A primeira questão política que se coloca a Zapatero é o "Plano Ibarretxe" aprovado pelo parlamento basco.
O "lehendakari" (presidente do governo autónomo) do País Basco, necessitou dos votos do denominado "braço político da ETA" representado no Parlamento basco pela ala dos independentistas originária do antigo Herry Batasuna, entretanto ilegalizado em período crítico da luta armada, para encontrar a maioria necessária para o estatuto político de Euskadi.
O Herry Batasuna será, sem dúvida, um dos responsáveis pela cessação da violência preconizada, no actual momento, pela ETA.
O primeiro passo das negociações será retirar da "clandestinidade" o Batasuna para possibilitar o encontro com um (não o único) dos parceiros necessários para o diálogo.

A Direita não admite isso.
Agarra-se a uma pétrea imobilidade quanto à ilegalização do Batasuna, em nome da legalidade, numa atitude justicialista.
Contraria a dinãmica política do momento e perde, irremediavelmente, o sentido da História.
Nesse sentido, retira-se da mesa das negociações e, dramaticamente, "rompe" com Zapatero.

A marcha da História é imparável e, creio que hoje, o olhar de Rajoy sobre o momento político de Espanha, depois da aprovação do Estatuto da Catalunha, será tão impressionante como a infeliz interpretação que pretende a Direita, portuguesa e espanhola, colar a "Txapote".

Francisco Garcia foi ultrapassado pela cúpula política da ETA que, quanto a mim em boa hora, decidiu o cessar fogo "prolongado".
Rajoy foi triturado pela caminhada dos povos e emancipação das nações que se abrigam no vasto tecto espanhol.

Ambos, "Txapote" e Rajoy, estarão - por diferentes razões - com dificuldades em olhar o futuro de modo claro e perspicaz.
E, o futuro, em Espanha, é a pacificação dos povos e das comunidades que, aí, vivem.

O resto são manobras...

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