Comunicação social e Democracia

Gosto de ler os livros quando a poeira já assentou. Quanto já é possível aventurarmo-nos na sua leitura sem os pré-juízos que a televisão nos impõe, sem a pré-avaliação que os opinion makers nos oferecem em latas prontas a consumir.

É o caso do último livro de Manuel Maria Carrilho, Sob o Signo da Verdade.

José Saramago empresta o seu nome à sua apresentação e, com efeito, o nível do português é exemplar e a sua substância de consulta obrigatória para todos aqueles que se preocupam com a nossa sociedade.

Após a sua ávida e atenta leitura e depois de anteriormente ter lido e ouvido as críticas de tantos dos visados na sua obra, pude tomar as minhas conclusões pessoais.

Carrilho arrisca com coragem a denúncia de um jornalismo doente, mal preparado, controlado por poderes ocultos e por modas e uma opinião publicada cheia de invejas e maus fígados.

Carrilho e a sua família foram vítimas de um ataque ignóbil!

A eles endereço a minha solidariedade pessoal, política e cívica.

Aos que apressadamente queiram julgar Carrilho e os que com ele se solidarizam, peço apenas, que leiam o livro. Releiam os jornais de 2005, sobretudo o tão famoso “Expresso” (que realmente só num país terceiro-mundista pode ser considerado de referência!) revejam os telejornais das televisões, sobretudo da SIC, etc.

Este é mais um exemplo. Depois da tentativa de assassinato cívico de Paulo Pedroso e de Ferro Rodrigues. Depois de levarem Santana Lopes ao colo ao poder…

E sim! Mário Soares também foi vítima do ‘polvo’.

Quem quiser continuar a não ver. Não veja.

Como diz o ditado popular, “O maior cego….”

Comentários

cãorafeiro disse…
andré, muito cuidado com a estratégia da vitimização.

resulta mal.
andrepereira disse…
MM Carrilho não escreve o livro nesses termos.
Acaba mesmo com um capítulo intitulado Auto-crítica e aponta vários erros que ele próprio cometeu.
Trata-se de um "murro na mesa" relativamente a um jornalismo de modas, de destruição de figuras e de desculpabilização de outras. Talvez o "polvo" tenha grandes tentáculos inconscientes (no sentido de que não têm intenção), mas que ele existe, não tenho dúvidas.
Anónimo disse…
Para mim o grave - no enquadramento democrático em que vivemos - é a insistente confusão (preversão) entre a opinião publicada e a opinião pública.

É dificil enfrentar este candente problema - obviamente à margem de qualquer tipo de censura- porque que ele se entronca numa questão nacional não dimensionada: o grau (estado) de educação cívica da população.
Aí, as persongens são actores (políticos, candidatos, etc.)secundários recaindo grandes responsabilidades sobre a generalidade dos partidos políticos - transformados em meras máquinas de conquista e uso do poder.

Para colocar a comunicação social no seu (importante) lugar será necessário também reformular a prática dos partidos políticos (estruturas indispensáveis ao exercício democrático).

Senão, podemos acabar por eleger um qualquer "Tatonas" para deputado ou outro cargo. Foi isso que há uns anos Emidio Rangel - quando estava hiperactivo na TV privada - insinuou. No lançamento do livro estava firme ao lado de Carrilho.

As voltas que o Mundo dá...
Anónimo disse…
.....pois é " e no entanto ela move-se"...
E que tem feito os partidos, não estam a pagar por situações que foram criando??

..que se tranformaram em maquinas de conquista do poder muitas vezes sem ligação ao eleitor em que não há um pingo de "afectividade" ou proximidade???
Se se perguntar no seu circulo a muitos cidadaõs saberão eles quem elegeram na lista em que votaram???
Anónimo disse…
E a Democracia? A nossa Democracia...

Vai muito mal tratada no meu partido - o PS.
Aquilo que se passa (ou passou este fim de semana) nas eleições para o Departamento das Mulheres Socialistas - COIMBRA é uma VERGONHA.
É o Partido rendido ao caciquismo mais primário, à liberdade cerceada e ao condicionamento dos "senhoreszecos" da distrital.

A esperança, aminha e a de muitos socialistas, é que há SEMPRE alguém que vai resistindo, há sempre alguém que deseja a regeneração DEMOCRÁTICA, SAUDÁVEL, do mais democrático e pluralista dos partidos portugueses - precisamante o PS.
O que me preocupa é o avolumar das maçãs podres do cesto e da sua capacidade de contaminação...

Mas 40% (por agora ainda incluindo as golpadas dadas) é um MUITO bom sinal de resistência... CONTRA A MEDIOCRIDADE E A MANIPULAÇÃO NA POLITICA.

Esta gente e os seus métodos não durarão para sempre.

Viva a Democracia, Viva o PS livre, autêntico e democrático.
Anónimo disse…
xiiiii....esta foi forte caro André

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