O patriotismo mora ao lado
O patriotismo de que me orgulho é a paz e a liberdade que se respira em democracia e o progresso que se almeja na solidariedade entre portugueses.
A Pátria que amo é o território que temos e as pessoas que são, muitas dispersas pelos quatro cantos do mundo. Não é a nostalgia de um passado de vergonha com Américo Tomás sob os holofotes no Dia da Raça, o colonialismo e o massacre de Wiriamu.
Portugal é a pátria resgatada do opróbrio pelo 25 de Abril, não é o império evocado por nostálgicos junto ao Mosteiro dos Jerónimos, no dia 10 de Junho, onde discursam os que calam ou não sentiram as feridas da ditadura.
A Pátria é o idioma e a identidade que liga Gil Vicente e Saramago, que se revê em António Vieira e Fernando Pessoa, que se orgulha de Machado Santos, na Rotunda e de Salgueiro Maia, no Largo do Carmo.
Não é, nem pode ser, o espaço que ligou Peniche ao Tarrafal, o Aljube ao Campo de S. Nicolau, a R. António Maria Cardoso a Caxias.
Somos um povo solidário que nos orgulhamos dos que chegaram à Índia e ao Brasil, mas execramos os que fizeram a matança dos judeus, em Lisboa, há quinhentos anos, os que exterminaram os índios e os que colaboraram com a Inquisição ou com a PIDE.
A minha Pátria vive no coração dos que amam Portugal e não dos que choram a pátria que era doutros. Vive nos dez cantos d’«Os Lusíadas» e não de quem exuma a memória de Camões para justificar 13 anos de guerra colonial.
Ao discurso do 10 de Junho do presidente de um Banco que cilicia o corpo para salvar a alma, prefiro a poesia de Ary dos Santos ou um só verso de Alexandre O'Neill.
A Pátria que amo é o território que temos e as pessoas que são, muitas dispersas pelos quatro cantos do mundo. Não é a nostalgia de um passado de vergonha com Américo Tomás sob os holofotes no Dia da Raça, o colonialismo e o massacre de Wiriamu.
Portugal é a pátria resgatada do opróbrio pelo 25 de Abril, não é o império evocado por nostálgicos junto ao Mosteiro dos Jerónimos, no dia 10 de Junho, onde discursam os que calam ou não sentiram as feridas da ditadura.
A Pátria é o idioma e a identidade que liga Gil Vicente e Saramago, que se revê em António Vieira e Fernando Pessoa, que se orgulha de Machado Santos, na Rotunda e de Salgueiro Maia, no Largo do Carmo.
Não é, nem pode ser, o espaço que ligou Peniche ao Tarrafal, o Aljube ao Campo de S. Nicolau, a R. António Maria Cardoso a Caxias.
Somos um povo solidário que nos orgulhamos dos que chegaram à Índia e ao Brasil, mas execramos os que fizeram a matança dos judeus, em Lisboa, há quinhentos anos, os que exterminaram os índios e os que colaboraram com a Inquisição ou com a PIDE.
A minha Pátria vive no coração dos que amam Portugal e não dos que choram a pátria que era doutros. Vive nos dez cantos d’«Os Lusíadas» e não de quem exuma a memória de Camões para justificar 13 anos de guerra colonial.
Ao discurso do 10 de Junho do presidente de um Banco que cilicia o corpo para salvar a alma, prefiro a poesia de Ary dos Santos ou um só verso de Alexandre O'Neill.
Comentários
e olhe camarada o Presidente acabou por ir mais longe que muitos que se dizem Socialistas....
até eu fiquei surpreendido.
é preciso chamar as coisas pelos nomes...e este desnivel social tem-se aprofundado e a culpa não é so da direita.....
Percebo esses discursos, só que eu já estou mais à frente!
Você já encontrou o portão do 5º Império e agora não quer outra coisa. Sortalhudo!
Estava um oficial a preparar tropas para a guerra...
Então, pergunta: sabem o que é a pátria?
- Não, responde um humilde soldado.
O oficial explica:
- Pátria é a terra dos nossos avós, é o solo onde nascemos, onde trabalhamos, onde vivem os nossos filhos...
O soldado interrompe:
- Oh meu tenente - eu sou filho de pai incógnito, não tenho família, não tenho terra, não tenho filhos,...
- Posso ir-me embora?
P.S.: Apesar do Monumento aos Combatentes do Ultramar se situar na zona do mosteiro dos Jerónimos é mais correcto dizer que o referido monumento se situa na zona de Belém. É quase como dizer que a Rua Oliveira Matos se situa perto do Quebra Costas…
«(…)no dia 10 de Junho, onde discursam os que calam ou não sentiram as feridas da ditadura.»
Complexo Fernando Rosas a atacar outra vez? Pensava que você já estava inoculado contra esse vírus mas afinal as recidivas são constantes e problematizam um problema que a meu ver já não terá cura. Mesmo assim vou colocá-lo num grupo de auto-análise e de critica, para que não sofra muito a curto/médio prazo.
Caro Mano 69:
Aprecio os seus comentários, independentemente das diferenças de opinião ou, mesmo, saudáveis divergências.
Neste caso do «dia da raça» tenho as minhas razões e a minha idade (63 anos). Não sei a sua, mas reconheço-lhe cultura e conhecimentos par saber que o 10 de Junho era um momento alto de exaltação fascista.
Não é com o actual PR que volta a ser. CS pode não ter algumas virtudes que lhe fazem falta, mas não tem os defeitos que fizeram der Salazar e Américo Tomás dois nomes odiosos e a vergonha de Portugal.
Quanto à guerra colonial ainda não me sinto suficientemente distanciado para falar dela.
Os crimes desse tempo estão por julgar. Precisa-se um historiador que que os investigue.