O perigo da Coreia do Norte
Este obscuro barril de pólvora onde um povo morre de fome e um ditador hereditário se faz amar pelos oprimidos, não se limita a fazer ensaios nucleares, provoca e intimida a comunidade internacional.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu ontem de urgência após repetidos ensaios de mísseis. Não é preciso ser profeta para antever uma irrelevante resolução condenatória.
Grave é a existência de imensos arsenais nucleares, seja qual for o país que os detenha. Pior ainda é a existência em países sem qualquer controlo democrático, sem tradições de respeito pelos direitos humanos e com líderes cuja demência pode transformar o planeta num vasto cemitério.
O mundo é um local cada vez mais perigoso para se viver.
Kim Jong-Il, herdeiro do bem-amado estalinista, Kim Il-Sung, é bem mais perigoso e imprevisível do que era Saddam. Mas Bush tem o hábito de escolher os ditadores que quer derrubar sem saber como se livrar dos apuros em que se mete.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu ontem de urgência após repetidos ensaios de mísseis. Não é preciso ser profeta para antever uma irrelevante resolução condenatória.
Grave é a existência de imensos arsenais nucleares, seja qual for o país que os detenha. Pior ainda é a existência em países sem qualquer controlo democrático, sem tradições de respeito pelos direitos humanos e com líderes cuja demência pode transformar o planeta num vasto cemitério.
O mundo é um local cada vez mais perigoso para se viver.
Kim Jong-Il, herdeiro do bem-amado estalinista, Kim Il-Sung, é bem mais perigoso e imprevisível do que era Saddam. Mas Bush tem o hábito de escolher os ditadores que quer derrubar sem saber como se livrar dos apuros em que se mete.
Comentários
Já os EUA oscilam entre o idealismo de Wilson e o isolacionismo da doutrina Monroe.
Tudo somado, e impreparação de Bush ao lado, conta o guarda-chuva chinês. O resto são os nossos medos...
Um abraço cívico
A situação, em termos comparativos, faz lembrar as 2 Alemanhas, antes da queda do muro de Berlim. A "sedução" da Coreia do Sul é fatal - embora possa ser demorada - para o regime de Kim Jong Il.
O brutal investimento em alta tecnológia bélica (balística)paredes meias com a mais extrema miséria é intolerável, para quem se rege pelos princípios de defesa dos direitos humanos.
Penso que o Mundo está suspenso das decisões do Conselho de Segurança da ONU. Exige-se uma posição firme e determinada.
Não vai ser fácil. China e Rússia,
membros permanentes do CS, numa primeira abordagem do problema, levantam os primeiros problemas. Não concordam com as sanções pedidas pelos EUA, Inglaterra e Japão que visam impedir o fornecimento de tecnologia, bens e fundos passíveis de ser utilizados no programa de mísseis.
Há, à primeira vista, um grave problema político cuja centralidade se localiza no Oriente e nos seus equilíbrios regionais. Difícil de ultrapassar.
A diplomacia internacional terá de trabalhar 24/24 horas para arranjar soluções para este verdadeira ameaça à Humanidade.
O problema da Coreia do Norte foi "esquecido" ou "menosprezado" com as precipitadas arremidas bélicas do Sr. Bush contra o Iraque e Afeganistão. Larvou no silêncio da comunidade internacional, com alguma cumplicidade da China - seu aliado regional.
Não foi, até ontem, uma prioridade dos EUA. Na verdade a Coreia do Norte não tem petróleo e, noutras matérias económicas, pouco (ou nada) há para saquear.
Mas, neste momento, a Coreia do Norte com a sua investida bélica humilha a humanidade (o seu regime político é aberrante e desumano) e efectivamente coloca em perigo a segurança global do planeta. A luta pela sobrevivência é cega e, muitas vezes, tem consequências desastrosas e irracionais. É o fundamentalismo político-militar certamente mais "artilhado" e destrutivo do que o religioso.
Muito pior, mais perigoso, do que a destruição das "torres gémeas" de N. York.
A minha dúvida é se Bush tem capacidade (política e mental) para compreender isto.
Se não tiver, como suspeitamos, pagaremos caro pela nossa liberdade e desejo de viver num Mundo pacífico.
Aliás, já algum tempo que estamos a pagar por isso.