Onde pára Kenneth Starr?



«George Bush aconselhou o vice-presidente Dick Cheney a encarregar-se pessoalmente da campanha para descredibilizar um diplomata que acusara a Administração americana de manipular as provas que justificaram a invasão do Iraque. Segundo o semanário National Journal, Bush terá ordenado a Cheney para divulgar informações classificadas de forma a contrariar as revelações do ex-embaixador Joseph Wilson e defender a política governamental» - Diário de Notícias.

O papel da administração Bush na revelação da identidade da agente da CIA Valerie Plame, mulher de Wilson, é um crime federal de extrema gravidade. A cumplicidade de Bush e Cheney parece não ser exclusiva dos interesses petrolíferos.

Onde pára agora esse moderno Torquemada, o procurador Kenneth Starr, que se divertia a espreitar pelo buraco da fechadura da Sala Oval para investigar a mais leve traquinice sexual do presidente Clinton?

O aviltamento de um magistrado que persegue, até ao limite mais abjecto, a intimidade de um Presidente, é um dos episódios mais grotescos do fanatismo religioso e demência política a que um procurador dos EUA sujeitou o mundo.

Agora, perante uma situação ética e politicamente intolerável, onde pára esse modelo de virtudes conjugais, o execrável Procurador?

Quando o Supremo Tribunal dos EUA decide que o presidente e comandante-chefe das Forças Armadas não tem competência para nomear tribunais militares especiais ao arrepio da autorização expressa do Congresso, Bush, ao manter Guantánamo, coloca-se na situação de quem afronta a legalidade que o fez presidente contra um candidato mais votado.

Comentários

Anónimo disse…
Quando G W Bush não "servir" os interesses dos lobbys do partido republicano que o envolvem (e sustentam) com certeza que aparecerá um procurador do tipo K.Starr (ou outro).
Este, não necessitará de passar pelo ridiculo de espreitar pelo buraco da fechadura da Sala Oval.
Bastará levantar o tapete da entrada e lá encontrará muito lixo e muita sujeira.

O "trio" Bush, Chenney e Rumsfeld são as cabeças visíveis ( há outras por detrás) de um período negro da história dos EUA (o que é um assunto interno) mas com terríveis repercursões sobre o todo o Mundo (o que é um assunto de todos nós).

Para já - e só se podem culpar a si próprios - os actuais dirigentes conseguiram estimular no Munto um amplo e vasto sentimento anti-americano.
Óbvio, que o povo americano (como qualquer povo) não deverá pagar pela inépcia dos seus governantes.
Os americanos daqui a 2 anos vão ser chamados a pronunciarem-se - se antes não aparecer o tal "procurador"...

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