Visão economicista
«Reforma compulsiva disfarçada e desperdício de recursos humanos: é desta forma que os dois principais sindicatos docentes qualificam a proposta de diploma, apresentada pelo Governo, para regular a situação dos 2500 professores permanentemente incapacitados para dar aulas».
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Além destes 2500 professores, existem outros três mil docentes que também não leccionaram este ano por estarem temporariamente incapacitados, na sua maioria devido a esgotamentos.
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Em 2000 havia 250 professores declarados incapacitados para dar aulas.
Em Abril deste ano (2006) os professores incapacitados tinham crescido para 2500.
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Fonte: Diário de Notícias, hoje.
Comentários
Pela foto não aparente ter 65 anos, é verdade?
Interessante a invocada causa da incapacidade.
"Esgotamento" é uma palavra (provavelmente um conceito) tipicamente portuguesa. Não tem equivalente em nenhuma outra linguagem técnica pelo Mundo, no domínio psiquiátrico.
O quadro semiológico do "esgotamento" sobrepõe-se ao da depressão. São comuns os sintomas de fadiga, cansaço, insônia, alterações do apetite, dificuldade de concentração, irritabilidade, medos irracionais, baixa auto-estima, sentimentos de culpa ou sensação de fracasso.
Esgotamento carrega no seu dorso uma outra propriedade.
Transmite a sensação que o portador da doença fartou-se de lutar e, perante as adversidades, insuficiências e dificuldades - ESGOTOU-SE.
Uma fragilidade psicológica dos educadores (uma sindrome dos professpores portugueses) ou, antes, um problema emanente do sistema educativo português?
Nos anos em que fui professor não faltei ao serviço.
Satisfaz o anónimo?
Não
Não sabe/Não responde
Ninguém entendeu ainda, com clareza, o drama dos professores.
Ninguém conhece os horários e os ritmos de trabalho dos professores. Mas diz-se à boca cheia haver professores, colocados, com horário "zero". Será verdade?
Hoje já não colhe o grande argumento de ser necessário dispender (em casa)muito tempo a preparar aulas. Qualquer profissão técnica difenciada necessita de preparar em casa o dia seguinte ou os tempos próximos. A quantificação destes tempos é impossível e só pode levar a um esgrimir estéril de números.
Ninguém compreende, nem sanciona, a maneira pouco hábil da Ministra em lidar com os professores.
A Educação é um assunto demasiado sério e devia ser evitada tanta instabilidade. É "esgotante", provoca "esgotamentos". Também,como transparece ao comum dos mortais, não se pode lidar nesta área com a manifesta arrogância da actual Ministra.
Mas, para que não haja ilusões, parece-me que o País está convicto - sente - que algo terá de mudar.
Entendam-se: sindicatos e governo.
Muitos de nós percebemos como Pais que o sistema tinha que mudar.
Não lhe parecem encapacitados a mais? 2500?
Não fere a sua consciência que haja quem não trabalhe e receba salário?
Como explica que, em 4 anos, de 250 passou a 2500 incapacitados?
Faz ideia o que acontece nas empresas privadas? Conhece o desgaste do medo de perder o emprego?
e olhe caro desanimados por vezes é com pequenas coisa que se começa a mudar o "mundo"...
é que grandes reformas nunca deram em nada.
Mas diz pequenas reformas o prolongamento escolar,a introdução do ensino de uma lingua,a validação de concurso para mais de um ano?
acha pouco? tambem eu mas pelo menos enfim algo está a andar.