Aeroporto da OTA e debate parlamentar
O debate de ontem na Assembleia da República não convenceu, em definitivo, que a OTA tivesse sido a melhor opção para o novo aeroporto, mas deixou muito claro que os Governos anteriores a tornaram inevitável e que a demora e o aumento de tráfego a converteram em urgência.
Sem que Marques Mendes tivesse divergido, Valente de Oliveira e Carmona Rodrigues, quando ministros, defenderam a OTA. Este último defendeu-a com entusiasmo, quando antes a havia contrariado como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de acordo com a linha ininterruptamente ziguezagueante do PSD desde da liderança de Cavaco Silva.
Ficou provado à saciedade que a OTA era a opção dos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes, apesar do primeiro, tal como em relação ao TGV, ora era, ora não era e acabou por ser, comprometendo-se com as duas decisões e levando, no caso do TGV, à irreflexão de assinar cinco itinerários com o seu amigo Aznar.
Talvez a política do PS, em certos aspectos de direita, roube ao PSD armas para se opor com êxito ao Governo, mas a fragilidade dos pretextos usados, a falta de convicção e a ausência de preparação para a polémica que o próprio PSD suscitou, em detrimento do debate agendado sobre o défice, fizeram lembrar os riscos que o País correria se, neste momento, a direita fosse Governo.
O debate de ontem foi um massacre. A direita foi em busca de lã e saiu tosquiada. Não admira que os líderes actuais estejam de saída.
Sem que Marques Mendes tivesse divergido, Valente de Oliveira e Carmona Rodrigues, quando ministros, defenderam a OTA. Este último defendeu-a com entusiasmo, quando antes a havia contrariado como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de acordo com a linha ininterruptamente ziguezagueante do PSD desde da liderança de Cavaco Silva.
Ficou provado à saciedade que a OTA era a opção dos Governos de Durão Barroso e Santana Lopes, apesar do primeiro, tal como em relação ao TGV, ora era, ora não era e acabou por ser, comprometendo-se com as duas decisões e levando, no caso do TGV, à irreflexão de assinar cinco itinerários com o seu amigo Aznar.
Talvez a política do PS, em certos aspectos de direita, roube ao PSD armas para se opor com êxito ao Governo, mas a fragilidade dos pretextos usados, a falta de convicção e a ausência de preparação para a polémica que o próprio PSD suscitou, em detrimento do debate agendado sobre o défice, fizeram lembrar os riscos que o País correria se, neste momento, a direita fosse Governo.
O debate de ontem foi um massacre. A direita foi em busca de lã e saiu tosquiada. Não admira que os líderes actuais estejam de saída.
Comentários
Já pagámos (todos) estudos a mais.
Penso haver suficiente suporte técnico, embora haja, como era de esperar, constrangimentos sobre a sua localização, características do terreno e as condições navegabilidade aérea na zona.
Não podemos eternizar as discussões técnicas, nem consumir esta vida e a outra a procurar soluções ideais.
A larga e longa fundamentação técnica já foi, com certeza,aferida, confrontada. Neste momento parece-me estar validada.
Chegou a hora da decisão política.
Obviamente que a decisão política carrega com responsabilidades e o ónus de construir.
O avanço desta obra - necessária em termos de descongestionamento de tráfego e na melhoria das acessibilidades à Europa e ao Mundo - poderá ser, a curto e médio prazo, pernicioso para o PSD.
Uma obra desta dimensão interferirá na área do emprego (taxa de desmprego), onde este governo, estará a andar menos bem.
Portanto, uma cascata de interesses... em confronto.
Ontem, a par da cuidada preparação de Sócrates sobre este assunto (exterior ao debate), quem afundou (apunhalou) Marques Mendes foi Santana Lopes...
Agora já percebi a teimosia do homem em relação a isto tudo. Como parece que o "Sr. Ingenheiro" é uma fraude académica, anda a ver se a OTA lhe dá o tirocinio necessário para obter a licenciatura...
Chama-se a isto certificar a experiência...
Não sei se me entendem...
O pior é que é cada vez mais claro que os estudos que davam resultados negativos ou que denunciavam constrangimentos foram omitidos. E isso é que não é sério, seja quem for que esteja por detrás dessa ocultação - de direita ou de esquerda.
O relatório da ANA, de 1994, pode ser visto no site ADFER, do qual se pode concluir:
«Da análise global de um conjunto de aspectos objectivos, a melhor opção é Montijo B e a PIOR a Ota;
No aspecto operacional a melhor opção é o Rio Frio a e a PIOR a Ota;
Na perspectiva da engenharia a melhor é Montijo B e a PIOR a Ota;
No aspecto ambiental a melhor é Rio Frio e a pior é Montijo A;
Na perspectiva da acessibilidade a melhor é o Montijo A e B e a PIOR Rio Frio;
No aspecto do esforço financeiro nas infra-estruturas e da própria TAP a melhor é Montijo B e a PIOR a Ota;
Na perspectiva da operação simultânea com a Portela e dos investimentos inerentes a melhor solução é o Montijo B e a PIOR a Ota.
Conclusões da ANA de 1994, esmagadoras para a decisão do governo em 1998, que, com base no risco de colisão com aves, conduziu à precipitada escolha da Ota»
PS: resultado da 'ditadura' dos ambientalistas.
Lamentável, a falta de trabalho de casa das oposições.
O governo contínua a espremer os cidadãos , com impostos, o desemprego aumenta, a economia de Portugal, num caos e eles divagando...como detruír o erário público.
Valha-nos quem pode...
Na perspectiva da "sobrevalorização de terrenos" (!) situados em zonas estratégicas, a melhor opção será a Ota e isto é muito importante, independentemente das condições orográficas não facilitarem uma eventual expansão e do local se situar numa zona de aluvião.
Que vergonha... pelo menos podia não ter mentido nisto... mas enfim... quem é capaz de mentir em relação á sua formação...
Tristeza de governantes
"O dossier relativo à licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente tem várias falhas. Há alguns documentos por assinar, ou sem data, timbre ou carimbo, tal como há elementos contraditórios, nomeadamente os relativos às notas atribuídas a José Sócrates.
De acordo com os documentos a que o PÚBLICO teve acesso - 17 folhas fotocopiadas de "todo o dossier" de curso -, o primeiro-ministro terminou o bacharelato no Instituto Superior de Engenharia Civil de Coimbra em Julho de 1979, com média de 12 valores. Quinze anos mais tarde, quando já estava empenhado na campanha de António Guterres para primeiro-ministro e era deputado do PS, inscreveu-se no curso do ISEL (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) de Engenharia Civil, na modalidade de Transportes e Vias de Comunicação.
Uma das folhas do processo, de que foi dada cópia ao PÚBLICO e lida na presença do reitor da UnI, indica que José Sócrates fez dez cadeiras semestrais no ISEL, no ano lectivo de 1994/95. E deixou 12 por fazer, antes de entrar para a Independente. Aqui, Sócrates concluiu cinco disciplinas."
QUE VERGONHA... ACABAR UM CURSO NUM POLITÉCNICO COM 12 VALORES...
Garanto que os conhecimentos que ele tem foram adquiridos no ISEC, nunca, mas mesmo nunca, na pseudo universidade independente.
- A OTA é uma má solução;
- Não se estudaram a possibilidade de existerem localizações superiores à OTA, só se estudaram outras localizações piores;
- A OTA vai avançar, não por causa do tráfego (a abertura de um segundo aeroporto pequeno levaria a que esse problema pudesse ser colocado mais para a frente), mas pq os negócios envolvidos assim mandam.
el s
Desta vez tem a lição mal estudada.
Não tem ouvido os técnicos.
A solução não foi a melhor mas a urgência tornou-a irreversível.
RE: Anónimo,
Se sabe alguma coisa deve denunciar publicamente. Se não sabe, não revele o carácter a levantar calúnias.
É que neste momento as principais forças económicas já criaram expectativas, tomaram posições e envolveram meios consideráveis dirigidos para aquela zona.
Se tudo recuasse haveria gente em muitos maus lençóis.
É essa a verdadeira e única razão que leva o governo a prosseguir na construção da maior barraca nacional de sempre.