Justiça - Já chegámos à televisão?
Ponte Europa/Pitecos - Zédalmeida
Apito Dourado
Valentim (pai) contesta julgamento amanhã na TV
Valentim Loureiro defenderá quinta-feira, perante as câmaras de televisão, que vai a julgamento, no âmbito do processo «Apito Dourado», com base em «suposições» do Ministério Público e não em «provas concretas», adiantou hoje um assessor do autarca.
Nota: O Tribunal não acredita em Durão Barroso.
Comentários
Não foi em vão que distribuiu televisores pelos eleitores de Gondomar onde, como é óbvio, a audiência vai disparar.
Ainda não acredito que o Major vá à televisão, dar uma entrevista sobre dos, parece-me, 24 crimes de que é acusado no âmbito do processo Apito Dourado.
Que a verdade da competição desportiva foi afectada, isso parece evidente à maioria das pessoas que acompanham o fenómeno futebol (excepção feita à cidade do PORTO onde falar dessa falta de verdade nos campeonatos não é aceite). Ora se o Major é acusado o assunto deve ser resolvido nos Tribunais.
Pede-se a devida atenção à Procuradoria Geral da República.
ZÉZÉ
...dando início a uma nova série da TV: "Os anjos do Futebol"...
NOTA - no ecran dos televisores deve ser colocada a tal "bolinha" usada para flmes com cenas eventualmente chocantes.
Agora o truque é conhecido. Usar a televisão para pôr a justiça em causa. É pena, e é perigoso, que a televisão se disponha a estas jogadas. Mas lá está, as audiências mandam, e o país que se lixe.
Bem sei que um arguido não é necessariamente um culpado. Mas, a haver lisura de processos e de consciências, o lugar para esgrimir argumentos é o tribunal.
O resto é o mundo da mafia.
Um arguído não devia ter acesso a este meio de comunicação, aliás nenhum arguído tem e o Valentim não é mais que os outros...
Veremos se a justiça funciona, é que há gente que pensa estar acima dela...
Por outro lado, é bom que o exercício do poder judicial seja escrutinado pela opinião pública, tal como os outros poderes soberanos. Até porque, infelizmente, os senhores magistrados tiram por vezes das escutas conclusões bastante fantasistas...
Enfim, esperemos que seja feita justiça, mas não esqueçamos que todos os arguidos são iguais perante a lei, quer se chamem Valentim Loureiro quer se chamem Paulo Pedroso; a justiça tem de vencer e convencer; e só convence se for exercida com respeito por todas as normas legais e constitucionais, e as suas decisões sejam susceptíveis de ser compreendida e aceites pela opinião pública.
Só que os meios não são iguais para todos...
È inacreditável a opinião de alguns "contributors" aqui neste espaço a querer branquear as evidências. Mas é possível acreditar, mesmo que não se constatasse pela TV, que o Major em quarenta anos de dirigismo ao mais alto nível fosse apenas um santo!...
zézé
Não quero branquear quaisquer evidências , nem estou nada convencido de que o Major seja um santo.Mas se ele é culpado, quero que seja condenado após um "fair trial" - um julgamento em que não lhe sejam retirados quaisquer direitos de defesa. Só assim, depois de se provar que ele é realmente culpado - se o for - é que se pode acreditar na Justiça.
Caro ahp, gostei da maneira como se expressou. Não está de acordo comigo, o que é legítimo, disse que não concorda mas também não me agrediu. Tudo jóia. Agora, o que me agrediu foi, um homem que vai ser julgado por 26 crimes, vir à TV dizer: estou limpo, quando o acusador é um dos expoentes máximos da Justiça portuguesa. Ora, acreditar nisto ( e há quem acredite) é branquear. Ou então alguém está doido no meio disto tudo.
É claro que o seu argumnento, julgue-se primeiro e conclua-se depois, está certo. Mas eu não acredito no Major, que é do meu tempo e eu acompanhei todo o seu percurso.
O que está errado, parece-me, é a estratégia do Procurador. Vamos estar atentos e depois falamos.
Um bom dia para si.
ZÉZÉ
Para safar o Ministério Público. Assim, arranja-se um pretexto, deduz-se uma acusação atabalhoada que obviamente vai ilibar em julgamento todos os arguidos por evidente falta de provas.
Condenar por preconceito ou convencimento pessoal era o que se fazia antigamente.
Mas assim o MP e o estado, ficam limpos: não será deles a decisão de ilibar os arguidos, e virão dizer que os juízes que são um poder independente é que decidiram.
Perceberam, ou é preciso explicar outra vez?
Estou totalmente de acordo consigo.
ZEZÉ