Política e democracia
Quando alguém diz que não é político, já se sabe que é, mas de direita. Um ministro da ditadura fascista disse num discurso de posse: «eu não sou político, mas Sua Excelência chamou-me e eu disse – presente». Um ministro apolítico é uma espécie de vegetariano que só come carne, mas no salazarismo era assim e denegria-se a política.
Sinto a mesma desconfiança em relação aos que acusam os políticos de corrupção, não porque a não haja mas porque a generalização revela torpeza e falta de siso, quando não esconde um ruído que abafa a pusilanimidade e esconjura a desonestidade própria.
A ausência de democracia, durante meio século, impediu o exercício da cidadania e a aprendizagem de cultura política. As vicissitudes partidárias, com apenas dois partidos a poderem aspirar ao poder, conduziram a uma descaracterização ideológica, ao fortalecimento de interesses comuns às respectivas clientelas e à partilha de sinecuras.
É injusto não reconhecer os esforços do actual Governo para limitar danos e corrigir os desmandos de que a expressão mais recente foi o regabofe das Empresas Municipais, já parcialmente corrigido, há dois anos, mas impossível de erradicar sem vigilância cívica e uma comunicação social isenta.
Em Portugal não faltam líderes capazes, faltam quadros dispostos a sacrificar interesses próprios ao serviço do bem comum. Os recursos humanos só são escassos porque os interesses individuais são incompatíveis com a abnegação que o serviço público exige.
Não é cómodo arrostar com enxovalhos, invejas e suspeições de medíocres e cobardes que gritam, quase sempre de forma anónima, para esconder as suas tropelias fiscais e os pequenos tráficos de influências.
Tenho a vaga sensação de que os políticos de segunda e oportunistas de terceira gritam que há corrupção nos Governos e praticam pequenas fraudes, negócios à sombra da informação privilegiada e acumulam cargos rentáveis sob o guarda-chuva de interesses locais e das cumplicidades partidárias.
Um dia teremos de saber quanto custam os caciques e quem afirma que os políticos são todos ladrões, travestidos de moralistas. A autorização de acesso da administração fiscal às contas bancárias é uma medida de profilaxia necessária que é urgente pôr em prática.
Não há democracia sem partidos e sem políticos.
Sinto a mesma desconfiança em relação aos que acusam os políticos de corrupção, não porque a não haja mas porque a generalização revela torpeza e falta de siso, quando não esconde um ruído que abafa a pusilanimidade e esconjura a desonestidade própria.
A ausência de democracia, durante meio século, impediu o exercício da cidadania e a aprendizagem de cultura política. As vicissitudes partidárias, com apenas dois partidos a poderem aspirar ao poder, conduziram a uma descaracterização ideológica, ao fortalecimento de interesses comuns às respectivas clientelas e à partilha de sinecuras.
É injusto não reconhecer os esforços do actual Governo para limitar danos e corrigir os desmandos de que a expressão mais recente foi o regabofe das Empresas Municipais, já parcialmente corrigido, há dois anos, mas impossível de erradicar sem vigilância cívica e uma comunicação social isenta.
Em Portugal não faltam líderes capazes, faltam quadros dispostos a sacrificar interesses próprios ao serviço do bem comum. Os recursos humanos só são escassos porque os interesses individuais são incompatíveis com a abnegação que o serviço público exige.
Não é cómodo arrostar com enxovalhos, invejas e suspeições de medíocres e cobardes que gritam, quase sempre de forma anónima, para esconder as suas tropelias fiscais e os pequenos tráficos de influências.
Tenho a vaga sensação de que os políticos de segunda e oportunistas de terceira gritam que há corrupção nos Governos e praticam pequenas fraudes, negócios à sombra da informação privilegiada e acumulam cargos rentáveis sob o guarda-chuva de interesses locais e das cumplicidades partidárias.
Um dia teremos de saber quanto custam os caciques e quem afirma que os políticos são todos ladrões, travestidos de moralistas. A autorização de acesso da administração fiscal às contas bancárias é uma medida de profilaxia necessária que é urgente pôr em prática.
Não há democracia sem partidos e sem políticos.
Comentários
O texto do CE é pertinente. Ele desconfia dos políticos que se dizem não políticos. Se calhar a sua formação de cidadão não o deixa entender a coisa de outro modo.
Política e democracia quererá dizer que a democracia como regime político, assenta a sua base nos partidos políticos que se expressam e vencem as eleições expressando-se através do voto (o que tiver mais).
O meu conceito de político, contém um bocado de desempenho em proveito próprio, o que exige uma certa habilidade e manha para que esse desempenho chegue a bom porto.
No meu conceito ainda, quem não tiver essa habilidade de manejo, não é político. É outra coisa qualquer.
ZÉZÉ
o problema de Portugal é um problema de mentalidades milenar, que começa no vértice ( os politicos, 99% mamões, chulos de 1ª em Lisboa aos de 3ª nas autarquias locais) até à base ( os "espertos" que fraudalentamente, têm um incremento patrimonial mensal com o RSI).
Pelo meio vê-se comerciantes a fugir ao I.V.A. com facturas "emprestadas" ou falsas.
As grandes empresas a estabelecer serviços mediocres através de "contratos de adesão" que a maior parte de consumidores não pode fazer face.
A TV a propangadear serviços escandalosos, nomeadamente mutuos com taxas superiores a 25% TAEG ( taxa anual efectiva global) a passar rapidinho em nota de rodapé minuscula.
Os funcionários publicos a "facilitar" a vida dos concidadãos com o dinheiro da "gasosa".
"empresas" imobiliárias sem o certificado da A.m.i..
"Curiosos" a fazer medicina dentária, marcar escrituras, fazer registos, contabilidades de pessoas singulares e colectivas.
Uma lei do apoio judiciário que só beneficia quase o indigente que que pede esmola ( isto se não tiver um agregado familiar, como se o agregado familiar no seu todo tivesse que pagar pelos erros de um dos elementos).
Na saúde fecham os SAP, isolando os sitios remotos mais ainda. Por questões economicistas, como se entre a vida e a morte ás vezes 30/50 minutos não fizessem toda a diferença!!!!
Ponho gasolina pago imposto, compro na mercearia pago imposto, estaciono carro pago a taxa, vou estudar pago a propina, se fumo pago imposto, se...pago imposto, para onde vai este dinheiro??
Tudo mama nas generosas tetas dessa grande vaca leiteira que é o Estado.
E ainda querem que alguém acredite?? Qual 25 de Abril?? Quê?? posso dizer tudo, mas não posso alterar NADA?? O regabofe dos mamões agora é escudado na democracia ( foram vcs que nos escolheram...puro engano..votou-se naqueles que aparentavam ser menos maus).
Vou mas é imigrar para um país civilizado!
Triste sina nascer Português.
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela
Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu vejo
que esta grande obra de reconstrução
parece mas é uma acção de despejo
é como para instalar uma janela
atirar primeiro os vidros para a viela
Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e penso e vejo de todas as cores
já libertaram pides e bombistas
deve ser para lá por trabalhadores
é como lançar cobras na cidade
e pôr dentro dentro da jaula a liberdade
Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e vejo e de ver tiro conselho
aquilo que é mesmo reforma agrária
é para alguns o demónio vermelho
esses querem é ver anjos cor-de-rosa
entre Castro Verde e Vila Viçosa
Eu amanhã posso não estar aqui
mas também, para o que eu aqui repeti...
é que eu não sou o único que acho
que a gente o que tem é que estar unida
unida como as uvas estão no cacho
unida como as uvas estão no cacho
MPE... MPE
Vamos todos eleger MPE...
:)
Mais um Excelente texto !
Percebe-se a ideia, há por aí uma certa fauna que não tem mostrado outra coisa senão arranjismo.
Mas não está demonstrado que tenha que ser assim.
Para mim, a política, a ética, e a noção de servir o bem comum, andam a par. E mesmo a moral.
Há nisto idealismo e utopia?
Haverá.
A outra alternativa é o pantanal que por aí anda, de oportunismo e corrupção. A destruir a nossa vida colectiva.
Assim com' assim... já que estamos num país desgraçado que vota em Salazar... vamos lá votar em MPE
Não os apaga, mas sempre que surgem comentários desfavoráveis ao governo PS e ao seu líder o autor enche o blog com uma série de novos posts remetendo os anteriores para as calendas gregas e fazendo-os desaparecer numa avalanche de informação.
Por outro lado quando tem alguma coisa boa e que lhe interessa, faz poucos posts, mantendo no topo a mensagem.
Boa máquina de propaganda.
Acredite que, independentemente do que me agrada ou não, não é deliberada a intenção de colocar novos posts sobre as críticas.
Aliás, não me vai ser possível manter este ritmo pois tenho outras tarefas em que estou empenhado.
As críticas, mesmo injustas, fazem parte do Portugal democrático onde a liberdade de expressão se conquistou.
Exceptuando posts claramente obscenos, difamatórios ou provocadores (o que não tem acontecido) ficarão no arquivo do Ponte Europa.
A tolerância é a maior das virtudes democráticas. Mas, nem por isso, deixo de lutar pela pedagogia democrática e pelas minhas convicções.
Caro amigo,
Reconheço lucidez e consideração até nas suas palavras. Pode crer que me magoa muito enveredar pelo conceito de político que apresentei. Mas por causa desse conceito já Alexandre Herculano se desiludiu e foi para a quinta; o Presidente Teixeira Gomes apanhou o barco para Marrocos e parece-me até que o Calisto Eloy do Camilo não gostou nada do que viu no parlamento.
Também sou de opinião que é nossa obrigação exigir melhores políticos.
Agradeço o seu comentário, que me ajudou a reflectir sobre o conceito de político que apresentei.
Cumprimentos.
ZÉZÉ
Não era de esperar outra coisa de si.
À canalha, ou se resiste duma forma qualquer, ou fica-se nas mãos dela.
Depois não nos podemos queixar, não é verdade?
Saudações!
Mas, como tem a ambição que o aparelho partidário o qual segue dogmaticamente, o reconheça de alguma maneira suponho que será ter esse previlégio da sua parte.
a nomenclatura ainda continua a ter o seu poder no socialismo.
ChicoMartins