A intolerância religiosa (2)
João César das Neves (JCN) parece um clérigo saído do Concílio de Trento a defender a pureza da fé e a zurzir os infiéis. É a versão romana dos talibãs, um mullah para quem a verdade é um detalhe que não deve atrapalhar o proselitismo.
Ao acusar a República portuguesa de perseguição religiosa, por ignorância ou má fé, esquece os caceteiros de Paiva Couceiro e o clero ultramontano que nunca perdoaram ao regime a lei do divórcio, a do Registo Civil obrigatório e, sobretudo, a da separação da Igreja e do Estado.
JCN pensa que os portugueses são cegos. Ao afirmar na sua homilia de hoje que, em Portugal, «a expressão religiosa é possível, mas deve ser privada, e as manifestações da civilização cristã são silenciadas ou distorcidas» vê-se que não assiste à missa dominical pela televisão pública, perde as cerimónias de Fátima em directo, não acompanha o terço na rádio Renascença e não vê as reportagens das viagens papais nem a mensagem de Natal do patriarca Policarpo.
A RTP, na sua dedicação à causa da fé, tem avençado um sacerdote católico na RTP1, de manhã, onde é presença regular. Haverá, pois, alguma honestidade na queixa de JCN?
Há uma justificação plausível para o delírio mitómano de JCN nas suas próprias palavras:
Ao acusar a República portuguesa de perseguição religiosa, por ignorância ou má fé, esquece os caceteiros de Paiva Couceiro e o clero ultramontano que nunca perdoaram ao regime a lei do divórcio, a do Registo Civil obrigatório e, sobretudo, a da separação da Igreja e do Estado.
JCN pensa que os portugueses são cegos. Ao afirmar na sua homilia de hoje que, em Portugal, «a expressão religiosa é possível, mas deve ser privada, e as manifestações da civilização cristã são silenciadas ou distorcidas» vê-se que não assiste à missa dominical pela televisão pública, perde as cerimónias de Fátima em directo, não acompanha o terço na rádio Renascença e não vê as reportagens das viagens papais nem a mensagem de Natal do patriarca Policarpo.
A RTP, na sua dedicação à causa da fé, tem avençado um sacerdote católico na RTP1, de manhã, onde é presença regular. Haverá, pois, alguma honestidade na queixa de JCN?
Há uma justificação plausível para o delírio mitómano de JCN nas suas próprias palavras:
«Quem se afunda no deboche e sofre as suas dramáticas consequências sente a necessidade de descarregar os remorsos».
Comentários
eu percebo-o. O senhor apenas foi beato até ao ponto de ter desistido de ser padre(já tarde) e aflige-o que outros não lhe sigam as pisadas.
Sabia que é possível ser coerente (defender a pureza das coisas) até ao fim da vida?
Quem não o faz, como o senhor, acaba recalcado a dizer disparates intolerantes desprovidos de sentido. Agradeço-lhe o quanto me faz rir sempre que aqui venho.
Um bem-haja ao ex-padre Esperança
P.S.: já tentou um psicanalista? ou um mestre zulu? não percebe que está doente?
OS
Se achamos oportuno e imprescindível o combate e esses fundamentalismos, nomeadamente, às suas consequências, no exterior, melhor será também o fazermos em casa.
Até porque, já que derivamos para questões religiosas, permitam-me usar um aforismo, dessa área:
"a caridade começa em casa".
JCN, cada tiro cada melro!