Praxes académicas ou práticas boçais?
Todos os anos, sob o álibi da praxe, praticam-se crimes que a tradicional benevolência para com os «costumes» condena à impunidade.
Há certamente resquícios de violência genética a que a Universidade não consegue pôr cobro. Ano após ano, vários «caloiros» são humilhados, torturados e estropiados. É uma forma de integração que se assemelha ao espectáculo das touradas ou à luta de galos. É a perpetuação do espírito medieval que habita «doutores» que sacrificam a modernidade à tradição, a solidariedade à violência e a urbanidade à grosseria.
Enquanto os bandos de boçais não forem punidos com o rigor que vulgares criminosos merecem, a chaga alastra e as sequelas trágicas fazem-se sentir.
Este ano, dois jovens, em Coimbra e Elvas, acabaram no hospital, vítimas de praxes académicas, com consequência dramáticas. Até quando as frequentes cumplicidades se farão sentir na defesa de vulgares criminosos de capa e batina?
Há certamente resquícios de violência genética a que a Universidade não consegue pôr cobro. Ano após ano, vários «caloiros» são humilhados, torturados e estropiados. É uma forma de integração que se assemelha ao espectáculo das touradas ou à luta de galos. É a perpetuação do espírito medieval que habita «doutores» que sacrificam a modernidade à tradição, a solidariedade à violência e a urbanidade à grosseria.
Enquanto os bandos de boçais não forem punidos com o rigor que vulgares criminosos merecem, a chaga alastra e as sequelas trágicas fazem-se sentir.
Este ano, dois jovens, em Coimbra e Elvas, acabaram no hospital, vítimas de praxes académicas, com consequência dramáticas. Até quando as frequentes cumplicidades se farão sentir na defesa de vulgares criminosos de capa e batina?
Comentários
Os casos referidos até parecem ser da responsabilidade dos próprios - dois jovens inutilizados sté que a morte os liberte.
Mas que dizer do Diogo, da Universidade Lusíada de Famalicão, que viria a morrer no hospital, em 2001, e que a autópsia revelou sinais óbvios de espancamento e nem sequer houve acusação?
E a estudante de Santarém, em 2003, que sete colegas mergulharam em fezes de animais?
E o que teria sucedido em Braga, este ano, no final de Outubro, entre as universidades do Porto e do Minho se a PSP não tivesse intervindo?
Etc., etc.
Qual foi a pena para o assassínio?
Sabe, por acaso?
Ora aí está uma medida acertada.
Curiosamente, não se ouviu falar mais em tal, e as atrocidades continuam.
As praxes na ES Agrária já tinham a sua fama pelo uso de escrementos de animais e pela manipilação de genitais de cavalos.
Fora da UC a praxe é muito pior, dado que o pessoal dos Politécnicos e afins não respeita tanto o código ou o próprio código/tradições locais permitem mais "barbaridades".
"Acho que a Praxe é como que uma religião. Muita gente a aceita desde o primeiro ano e a prega nos anos seguintes. Poucos a contestam.
Se a AAC fosse um país, o presidente da Direcção Geral seria o Primeiro-Ministro e o Dux o Papa. Mal as pessoas chegam à universidade, ou entram no esquema da Praxe, com todas aquelas brindeiras ridículas, ou são postas de lado. "Ou aderes a isto ou és considerado herege, passível de expulsão desta comunidade". Para quem não saiba, quem não alinha com isto tudo é normalmente "convidado" a declarar-se anti-praxe e ameaçado com o impedimento de entrar no edifíco da AAC ou de frequentar as noites da queima ou da latada. Esta situação, para um jovem caloiro pouco informado, é problemática."
http://evilbrutalis.blogspot.com/2007/10/praxe-religio-universitria.html
Várias situações dentro da praxe são abusivas. E muitos dos jovens caloiros são vítimas de humilhações não contestadas, muitas vezes para não serem postos de lado. A maioria aceita e dá o mesmo tratamento aos alunos do ano seguinte.
À luz da legislação vigente aposto que muitas destas situações seriam passívem de processos e condenações em tribunal.
Não esqueçamos o caso da aluna de Macedo de Cavaleiros. Sentiu-se humilhada, foi ameaçada e mesmo assim teve a coragem de expor o seu caso.
Escusado será dizer que subscrevo na íntegra a sua posição.
Até parece que pelo simples facto de uma pessoa se vestir de determinada maneira e frequentar um estabelecimento de ensino que qualquer aleivosidade que pratique está ao abrigo de uma causa de exclusão de ilicitude em termos penais..que raio!!!