Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Penso que a sua nomeação para presidir ao grupo de reflexão sobre o futuro da UE é uma aposta certeira.
Embora não sendo conhecida a configuração total deste "grupo", tenho as maiores reservas se essas reflexões vão corresponder ao esperado por Sarkozy, o grande promotor deste grupo de "sábios" (como lhe chama).
Para já, temos a declaração prévia (à integração neste grupo) expressa por Felipe Gonzalez sobre o seu apoio à entrada da Turquia na UE. Exactamente nos antipodas de Sarkozy.
Ficaria mais uma vez desiludido se o trabalho desta comissão fosse, uma vez apresentado, para arquivar.
Mas a UE se, nesse momento, ainda for dominada pelo agrupamento político que é centralizado pelo Partido Popular Europeu, nem vai querer ler o relatório.