«A mulher não tem o direito de escolher. Ela foi criada por Deus para acolher a vida»
[Nicolas de Jesus Lopez Rodriguez, cardeal.arcebispo de Santo Domingo (República dominicana), a respeito do aborto].
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Anónimo disse…
Outra citação
«Em Portugal, quando se olha para as promessas incumpridas dos políticos, jogos obscuros na banca, subterfúgios à procura da localização de aeroportos, uma política de saúde que fecha maternidades e urgências e descura pobres e velhos, o caos na justiça, um leque salarial gritantemente indecoroso, previsões inverdadeiras da inflação e outras infindas manobras com corrupção activa e passiva à mistura, tem-se a sensação de que se avança em terreno minado pela mentira, com uma democracia perplexa, triste e quase impotente. Quando os portugueses têm direito à verdade.»
[Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia na Universidade de Coimbra, a respeito da mentira sócretina]
Ao contrário do que o Eminentíssimo pensa, as mulheres (e já agora os homens) para além das liberdades individuais, têm um prévio e sublime direito: - o de escolher ouvir ou desprezar estas baboseiras, revestidas de preconceitos teológicos mas, na verdade, não mais que meros resquícios medievais.
E, depois, ficam incomodados quando se lhe fecham as portas das universidades... como a Universidade La Sapienza, de Roma. Aliás, sobre este assunto, começou o circo. Ao bom modelo dos tempos das trevas, o cardeal vigário de Roma, Camillo Ruini, prepara um cuidaodso e "espontâneo" acto de desagravo, a ter lugar durante o Ângelus do próximo domingo.
Conta com o apoio político dos partidos de direita e extrema direita (Aliança Nacional, Força Italia e União dos Democratas Cristãos) e com a benção de organizações religiosas como Comunhão e Libertação, Acção Católica, Pax Christi, Associação de Trabalhadores Católicos...´ Ah! estava a esquecer-me: falta a Opus Dei, naturalmente, à cabeça deste insólito "desagravo".
Desde a manifestações de desgravo do Largo do Caldas que não assistia a semelhante espectáculo! Todavia, há um aspecto escondido nesta questão. O que motivou à Universidade La Sapienza, de Roma a refutra o convite do reitor e rejeitar a ida de Bento XVI, foi a defesa da laicidade da instituição. Ora, a ICAR considera a defesa da laicidade da sociedade um insulto à religião. Não regressaremos, por mais manifestações de desagravo que se promovam, à época pré-Revolução Francesa. Na verdade o que ficará para a Histótia será a negação, por uma das maiores e mais prestigiadas universidades italianas, do absurdo privilégio de Bento XVI proferir, no campus da ciência, uma pia e estafada catilinária contra a laicicidade.
Portanto, podemos constatar que o Ocidente, se entender a mensagem dos académicos e estudantes da U. La Sapienza, estará a caminhar na boa direcção, pese embora a resistência e as manobras da Igreja.
Se algum dia a Igreja - vamos falar deste torrão pátrio - tivesse tido a humildade ou a ousadia de convidar, p. exº, o escritor Luiz Pacheco, para uma prédica dominical, nos dos seus múltiplos templos, então teríamos retirado grandes pedregulhos do muro da intolerância...
Laicidade não significa recusar ouvir quem quer que seja. Significa ouvir todos, sem privilégios (de qualquer natureza). Laicidade é sinónimo de equidade e universalidade. Bento XVI teria estado na Universidade La Sapienza, porque o reitor resolveu conceder-lhe esse especial privilégio (sem ouvir o corpo docente). Mas nada de especial habilitava o académico Ratzinger para falar sobre a Ciência, tema escolhido para a abertura do ano escolar nessa Universidade romana. Pelo contrário, as suas concepções sobre Ciência, á luz dos actuais conhecimentos, são pouco recomendáveis.
A frase invocada pelos académicos, para o declarar "personna non grata", pode ser inserida em milhares de contextos (como já vi escrito), mas o então cardeal Ratzinger, em 15 de Março de 1990, disse: "Na altura de Galileu, a Igreja mostrou ser mais fiel à razão que o próprio Galileu. O julgamento contra Galileu foi razoável e justo".
Ora bolas! Para o Mundo, a prisão e o julgamento de Galileu tornou-se o mais citado e paradigmático exemplo da luta entre "fé e ciência".
A opinião é legítima... Mas, por uma questão de coerência a ICAR devia lançar uma campanha para alteração no código penal a nível dos "crimes" relacionados com o aborto. Não o fazem por manifesta cobardia, dado que a opinião pública não iria reagir muito bem. E isto é só a ponta do iceberg.
Acho que devem deixar falar os clérigos de modo a que digam o que verdadeiramente pensam. Só dão tiros no pé. Apenas merecem ser postos de lado em qualquer debate público e remetidos para o seu canto.
Ratzinger não foi impedido de ir a La Sapienza, apenas declinou o convite. Não houve censura, mas sim indignação.
Anónimo disse…
Se a mulher "foi criada por Deus para acolher a vida", então as freirinhas são umas grandes pecadoras, que não cumprem esse desígnio divino! E porque prega a ICAR a castidade das mulheres?
Cardeais e arcebispos a dizer tolices anacrónicas não faltam, sobretudo em paísers menos desenvolvidos. Isso não invalida as objecções éticas que a Igreja e muitos católicos têm ao aborto.
"Ora bolas! Para o Mundo, a prisão e o julgamento de Galileu tornou-se o mais citado e paradigmático exemplo da luta entre "fé e ciência"."
Esse é que é o problema. Para certos meios laicistas a defesa do mito de Galileu sobrepõe-se à procura da verdade histórica. A grande afronta de Ratzinger não foi apoiar a frase (coisa que ele não fez) mas sim divulgar ao mundo que há filósofos agnósticos como Feyerabend que acham que na época a Igreja usou a razão melhor do que Galileu.
Enfim: uma reacção ofendida dos crentes da religião laicista que, como os crentes mais frágeis de qualquer outra religião, preferem sempre as suas verdades de fé à investigação da verdade histórica.
Uma coisa que me perturba: Se somos "todos filhos de deus", ou seja, "deus é o nosso pai"; se as freiras "casam" com deus - algumas usam aliança e tudo - isto não é um caso flagrante de incesto (sob a forma de hárem)???
Segundo estudos recentes, todos nós temos muitos ascendentes comuns. Na verdade, avançando para trás uns milhares de anos, todos somos descendentes de todas as pessoas que viveram nessa altura e cuja descendência não se extinguiu. Logo, a humanidade só sobrevive em virtude de continuarmos a procriar com a nossa própria família.
«Agora, com pena o digo, não tenho qualquer dúvida que [Marcelo Rebelo de Sousa] vai ficar na História como o pior presidente de todos». (Lida no blogue Causa Nossa, Vital Moreira)
Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
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«Em Portugal, quando se olha para as promessas incumpridas dos políticos, jogos obscuros na banca, subterfúgios à procura da localização de aeroportos, uma política de saúde que fecha maternidades e urgências e descura pobres e velhos, o caos na justiça, um leque salarial gritantemente indecoroso, previsões inverdadeiras da inflação e outras infindas manobras com corrupção activa e passiva à mistura, tem-se a sensação de que se avança em terreno minado pela mentira, com uma democracia perplexa, triste e quase impotente. Quando os portugueses têm direito à verdade.»
[Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia na Universidade de Coimbra, a respeito da mentira sócretina]
- o de escolher ouvir ou desprezar estas baboseiras, revestidas de preconceitos teológicos mas, na verdade, não mais que meros resquícios medievais.
E, depois, ficam incomodados quando se lhe fecham as portas das universidades... como a Universidade La Sapienza, de Roma.
Aliás, sobre este assunto, começou o circo. Ao bom modelo dos tempos das trevas, o cardeal vigário de Roma, Camillo Ruini, prepara um cuidaodso e "espontâneo" acto de desagravo, a ter lugar durante o Ângelus do próximo domingo.
Conta com o apoio político dos partidos de direita e extrema direita (Aliança Nacional, Força Italia e União dos Democratas Cristãos) e com a benção de organizações religiosas como Comunhão e Libertação, Acção Católica, Pax Christi, Associação de Trabalhadores Católicos...´
Ah! estava a esquecer-me: falta a Opus Dei, naturalmente, à cabeça deste insólito "desagravo".
Desde a manifestações de desgravo do Largo do Caldas que não assistia a semelhante espectáculo!
Todavia, há um aspecto escondido nesta questão.
O que motivou à Universidade La Sapienza, de Roma a refutra o convite do reitor e rejeitar a ida de Bento XVI, foi a defesa da laicidade da instituição. Ora, a ICAR considera a defesa da laicidade da sociedade um insulto à religião.
Não regressaremos, por mais manifestações de desagravo que se promovam, à época pré-Revolução Francesa.
Na verdade o que ficará para a Histótia será a negação, por uma das maiores e mais prestigiadas universidades italianas, do absurdo privilégio de Bento XVI proferir, no campus da ciência, uma pia e estafada catilinária contra a laicicidade.
Portanto, podemos constatar que o Ocidente, se entender a mensagem dos académicos e estudantes da U. La Sapienza, estará a caminhar na boa direcção, pese embora a resistência e as manobras da Igreja.
Querem melhor exemplo de intolerância religiosa, agora apenas com a diferença que a religião é o ateísmo?
O filho que trás na barriga não.
Estamos a voltar à época da barbárie.
Se algum dia a Igreja - vamos falar deste torrão pátrio - tivesse tido a humildade ou a ousadia de convidar, p. exº, o escritor Luiz Pacheco, para uma prédica dominical, nos dos seus múltiplos templos, então teríamos retirado grandes pedregulhos do muro da intolerância...
Laicidade não significa recusar ouvir quem quer que seja. Significa ouvir todos, sem privilégios (de qualquer natureza). Laicidade é sinónimo de equidade e universalidade.
Bento XVI teria estado na Universidade La Sapienza, porque o reitor resolveu conceder-lhe esse especial privilégio (sem ouvir o corpo docente).
Mas nada de especial habilitava o académico Ratzinger para falar sobre a Ciência, tema escolhido para a abertura do ano escolar nessa Universidade romana.
Pelo contrário, as suas concepções sobre Ciência, á luz dos actuais conhecimentos, são pouco recomendáveis.
A frase invocada pelos académicos, para o declarar "personna non grata", pode ser inserida em milhares de contextos (como já vi escrito), mas o então cardeal Ratzinger, em 15 de Março de 1990, disse:
"Na altura de Galileu, a Igreja mostrou ser mais fiel à razão que o próprio Galileu. O julgamento contra Galileu foi razoável e justo".
Ora bolas! Para o Mundo, a prisão e o julgamento de Galileu tornou-se o mais citado e paradigmático exemplo da luta entre "fé e ciência".
O cardeal tem o direito à opinião.
A opinião é legítima... Mas, por uma questão de coerência a ICAR devia lançar uma campanha para alteração no código penal a nível dos "crimes" relacionados com o aborto.
Não o fazem por manifesta cobardia, dado que a opinião pública não iria reagir muito bem. E isto é só a ponta do iceberg.
Acho que devem deixar falar os clérigos de modo a que digam o que verdadeiramente pensam. Só dão tiros no pé.
Apenas merecem ser postos de lado em qualquer debate público e remetidos para o seu canto.
Ratzinger não foi impedido de ir a La Sapienza, apenas declinou o convite. Não houve censura, mas sim indignação.
E porque prega a ICAR a castidade das mulheres?
bfs
E fizeste muito bem.
"Ora bolas! Para o Mundo, a prisão e o julgamento de Galileu tornou-se o mais citado e paradigmático exemplo da luta entre "fé e ciência"."
Esse é que é o problema. Para certos meios laicistas a defesa do mito de Galileu sobrepõe-se à procura da verdade histórica. A grande afronta de Ratzinger não foi apoiar a frase (coisa que ele não fez) mas sim divulgar ao mundo que há filósofos agnósticos como Feyerabend que acham que na época a Igreja usou a razão melhor do que Galileu.
Enfim: uma reacção ofendida dos crentes da religião laicista que, como os crentes mais frágeis de qualquer outra religião, preferem sempre as suas verdades de fé à investigação da verdade histórica.
Se somos "todos filhos de deus", ou seja, "deus é o nosso pai"; se as freiras "casam" com deus - algumas usam aliança e tudo - isto não é um caso flagrante de incesto (sob a forma de hárem)???
Segundo estudos recentes, todos nós temos muitos ascendentes comuns. Na verdade, avançando para trás uns milhares de anos, todos somos descendentes de todas as pessoas que viveram nessa altura e cuja descendência não se extinguiu. Logo, a humanidade só sobrevive em virtude de continuarmos a procriar com a nossa própria família.