A cerimónia, que contou com mais de 250 juízes, foi presidida pelo “chefe” [sic] do Supremo Tribunal de Justiça – diz o DN. Comentários: – Se os juízes não aprenderem a respeitar o poder legislativo e o poder executivo, sem ameaças, arriscam-se a perder o respeito que lhes é devido; – Os juízes podem acusar o Governo de agir como no Estado Novo (eufemismo que designa a ditadura fascista), apenas os que têm mais vocação sindicalista, mas hoje não se podem queixar de passar pela humilhação de integrarem Tribunais Plenários para os quais nunca faltaram candidatos. Fonte : DN, hoje – pg. 14
Comentários
As poucas palavras que se suscita a situação política para que Fidel está sendo conduzido, são distantes e um pouco duras.
Penso que, como dizia Malraux, a verdadeira morte é a decadência.
E, julgo, ainda, que o fim (ou a sua alusão) dos grandes Homens, dos Homens que fizeram ou mudaram o curso da História é, muitas vezes, trágico.
Não há uma Ilha para todos, serenamente, encontrarem o fim. Poucos terão esse privilégio.
Só me vêm à memória Napoleão em Sta Helena. Também, aí, um fim trágico...
Não quero perturbar mais o merecido repouso do guerreiro...
Declaração de interesses:
Tenho mantido, apesar de todas as transformações do Mundo, um grande respeito e uma identificação afectiva pela Revolução cubana e pelos seus protagonistas.
Que o Senhor seja muito afectivo ao ponto de ter contemplações para com um ditador idêntico ou similar a Salazar é lá consigo.
Que mantenha apoio a um chefe de estado que transformou a bela Cuba num imenso bordel onde os pato-bravos de todo o mundo se banqueteiam com adolescentes ao mesmo tempo que vende "milagres da medicina", fica-lhe mal.
Não acredito que tenha sido essa a sua leitura do meu comentário.
Quando digo, ou melhor, escrevo:
"Penso que, como dizia Malraux, a verdadeira morte é a decadência.
E, julgo, ainda, que o fim (ou a sua alusão) dos grandes Homens, dos Homens que fizeram ou mudaram o curso da História é, muitas vezes, trágico."
Não estou apoiar nada daquilo que refere.
A minha afectividade tem a ver com recuados tempos da minha adolescência, quando Fidel Castro e os combatentes de Sierra Maestra puseram fim ao regime ditatorial e corrupto de Fulgêncio Batista, que a propósito das suas preocupações actuais, tinha transformado Cuba no lupanar dos yankees.
A comparação entre Fidel de Castro e "um ditador como Salazar" é um primarismo político. Não estou disponível para discutir nesses termos.
Mas, voltando ao essencial, para além da História, existem, à mistura, afectividades pessoais que vêm ao de cima, ou se recordam, noutro (não ignorado) momento do transito histórico.
Como escrevo no texto:
"As poucas palavras que se suscita a situação política para que Fidel está sendo conduzido, são distantes e um pouco duras."
Isto é, exactamente, o contraponto da afectividade que, em dado momento da vida, me impressionou. O que está sublinhado é o meu, actual, diatanciamento.
Mas não me caí a honra no chão, nem tenho vergonha de afirmar que tive no meu quarto de estudante em Coimbra um poster de Che Guevera colado na parede e, ocasionalmente, vesti T shirts com a sua silhueta.
O que nunca fui, foi aos tais bordeis de adolescentes, que diz existir em Cuba.