Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c...
Comentários
A provocação gratuita, como base de argumentação,não é saudável. Condicionar alguém, utilizando o sarcasmo, para que escreva sobre um qualquer assunto, é um absurdo e um abuso.
Cada um de nós escreve o que quizer, quando quizer e como quizer, aplicando-se o mesmo princípio ao editor deste blogue, que não é obrigado a escrever sob qualquer tipo de pressão, principalmente quando, com essa atitude,se pretende explorar eventuais contradições no seu pensamento (todos temos contradições).
E esta introdução serve-me de porta de entrada para, com o devido respeito, e sem querer ferir o princípio enunciado atrás,
pedir ao pré-socrático, cujos textos tenho lido com atenção,e onde encontro opiniões com que concordo inteiramente, para que exponha em comentário as "movimentações socialistas" que refere. Eu gostaria de saber mais do que aquilo que vou apanhando na imprensa.
Este é um pedido que certamente não vai recusar. Pelo menos da minha parte, tem a garantia absoluta de que não farei nenhuma provocação. Escrever-lhe-ei, se for caso disso, para assinalar aquilo com que concordo e aquilo com que discordo.Sem mais.
Verá que assim o debate será muito mais interessante e motivador.E também, nesta óptica, o seu contributo será muito mais importante, até porque escreve bem e tem ideias formadas.
Em relação às «movimentações socialistas» não o vou poder elucidar. É que, pelos vistos, sei tanto como você. Sei o que vai sendo notícia e o que certos cronistas vão escrevendo. Quem pertence ao PS, ou de alguma forma está ligado a este partido, é que poderia acrescentar alguma coisa. É o caso daqueles que escrevem neste blogue.
A questão a colocar é, então, a seguinte: por que é que não o fazem e apenas falam de assuntos que evitam questionar a orientação política e os métodos deste governo? Porque são livres de escreverem e de exprimirem as ideias que quiserem, diz você. Certo. E eu não sou? Sou, mas não devo recorrer ao sarcasmo? Mas então o mesmo se pode reclamar em relação ao «dono» deste blogue (e a outros comentadores), que também se serve do sarcasmo para escrever alguns dos seus posts (principalmente os que dizem respeito à Igreja ou à religião e ao PSD). Desta forma a sua crítica não se deve dirigir apenas a mim.
Mas a questão colocada pode ter outras duas respostas possíveis (não incompatíveis com a da liberdade, mas que a limitam à partida): as razões para o que é escrito e, principalmente, para o que não é escrito neste blogue são o medo em relação a quem tem o poder ou a cumplicidade com quem tem o poder. Se o que estivesse em causa fosse o medo, então as minhas «provocações» estariam justificadas pelo facto de, precisamente, procurarem provocar o estremecimento e a reacção de quem estaria resignado e com receio de agir ou falar. Era uma forma de os acordar. Mas eu estou certo de que é a segunda razão que determina aquilo que é dito e não é dito. E, sendo assim, as minhas provocações também estão justificadas, pois são uma resposta a uma outra provocação vinda do sentido contrário: à propaganda e à manipulação deste governo (e que se reflecte na pena do(s) «dono(s)» deste blogue) que tem uma orientação política de direita e se diz de esquerda.
Estes socialistas, só olham para o seu umbigo, críticam os outros e esquecem-se, das movimentações dos seus "camaradas"...
E pensam eles que são de esquerda, nem canhotos, coitados.
Agradeço a sua resposta e enalteço a elevação do seu discurso. No entanto, não posso deixar de assinalar a minha discordância em relação à sua argumentação, que se refugiou numa estratégia defensiva pouco consistente, valorizando o acessório e ignorando o essencial. Se tivesse de atribuir um título ao seu texto, não hesitaria em escolher a frase “O direito à provocação”. E provocação, é o que ressalta da leitura da maioria dos seus textos, caracterizados por uma obsessiva e exaustiva intolerância em relação ao autor do blogue, ao ponto de inquinar a discussão de qualquer assunto. Até parece que as suas ideias são exclusivamente pautadas pelas ideias opostas do seu “inimigo de estimação”, que, ao contrário do que afirma na sua resposta, não recorre, nem nunca recorreu, ao sarcasmo. Utiliza sim, e com elevada mestria, a ironia, arma que nas mãos dele produz efeitos arrasadores na desmontagem da argumentação dos seus adversários (não inimigos). E a diferença entre ironia e sarcasmo é enorme, e galga a fronteira entre a boa e a má educação. E no seu texto de resposta, para meu espanto, arvora-se no direito de utilizar como meio de argumentação o sarcasmo, que significa, nada mais, nada menos, segundo a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, “zombaria insultante; troça ofensiva”.
Também não lhe pedi para trazer para o blogue notícias originais sobre as “movimentações socialistas”. O que eu queria sugerir, era, somente, que comentasse no Espaço dos Leitores o que, sobre essas movimentações, já foi ventilado pela comunicação social, uma vez que, segundo afirma, os donos do blogue “apenas falam de assuntos que evitam questionar a orientação política e os métodos deste governo”. Para mim seria gratificante aceder a outras opiniões, abordadas sob outro ângulo de visão.
É importante que assinale aqui que não sou, nem nunca fui, militante, simpatizante ou eleitor do Partido Socialista, nem de nenhum partido colocado à sua direita. Também lhe quero dizer que não sou admirador de um outro seu inimigo de estimação, o “sócretino”, embora concorde com algumas medidas políticas que implementou, com destaque para as que pretendem reformar o Estado e administração pública, verdadeiros entraves ao nosso desenvolvimento. E procedo a esta identificação, para lhe poder dizer que não acredito que o Carlos Esperança, editor deste blogue, seja movido por interesses oportunistas ou que se tenha transformado num adulador do poder instituído. Conheço-o há mais de trinta anos. Poderá ter outros defeitos, como qualquer um de nós, esse não tem de certeza absoluta. E se o pré-socrático insiste em sustentar a tese contrária, julgo que não a deve insinuar, antes deve fundamentá-la.
Como considera o sócretino um “inimigo de estimação”, e essa postura não suscita nenhuma indignação da minha parte, nem qualquer condenação, vou pedir ao editor do blogue que me faculte a página dos artigos principais para nele colocar uma peça, principalmente dedicada a si.
Por mim, considero este debate terminado.
Os meus cumprimentos
Em primeiro lugar, havia algo no penúltimo comentário do AC que me fez desconfiar das suas «boas» intenções e da sua aparente «vontade» em debater. O tom aparentemente cordial e a «garantia absoluta» dada por ele de que não faria qualquer provocação, deixavam a entender que se iria verificar exactamente o contrário. Portanto, o camarada do Esperança engana-se se pensa que me enganou. Fiquei com algumas dúvidas, reconheço, mas a sua linguagem denunciava o que vinha aí.
Em segundo lugar, enganou-se, também, na escolha do título para o meu comentário. Convinha que lesse as coisas com mais atenção. O título mais adequado seria «O direito à reciprocidade», pois acho que deixei bem claro que os meus comentários têm uma razão de ser, não sendo provocações gratuitas, mas antes respostas a provocações de quem constrói discursos muito «progressistas» e politicamente correctos (alinhados com o partido, entenda-se), mas que por omissão e por consequência revelam um desprezo e uma indiferença por quem vive em dificuldades e sente na pele as medidas reaccionárias e anti-sociais deste governo. De qualquer forma, em nome desse «direito à reciprocidade» aceito as suas provocações, e também aceito que venha em auxílio do seu camarada de estimação de há 30 anos. Porque ele precisa...
Em terceiro lugar, engana-se, também, a respeito dos meus «inimigos de estimação». Destes não fazem parte nem o sócretino, nem o Esperança, nem você. Como eu já disse noutra altura, o meu inimigo de estimação é o embuste que vocês defendem – vocês são apenas um reflexo concreto e pessoal disso. Sim, você apesar de dizer que não simpatiza com o PS ou com qualquer partido à sua direita, também aprova esse embuste ideológico, o que é confirmado com o seu apoio à dita «reforma» do Estado (que mais não é de que o inicio do processo de privatização de diversas funções do Estado, como é o caso da educação e da saúde – a desmantelação do Estado já começou, mas os inocentes e idiotas úteis riem-se do Menezes). Se você não sabe o básico fica a saber que a tese de que o Estado é um «entrave ao desenvolvimento», de que é pesado e deve ser reduzido a um mínimo mais eficiente é uma tese da direita liberal. Tal como o Esperança, você vive num estado de grande confusão ideológica, meu caro. Deixe-me adivinhar: você pertence à «esquerda» moderna, não é?
Em quarto lugar, você também está enganado a respeito da não utilização do sarcasmo por parte do seu amigo de estimação, um grande «mestre» no uso da ironia. Basta consultar este blogue para encontrar inúmeros exemplos de «troça ofensiva», para usar a sua definição. Mas eu compreendo que um «amigo de estimação» não consiga reconhecer isso facilmente, e tenha receio de o ofender. Só posso concluir que você estava a ser irónico em relação ao mestre Esperança. De qualquer forma, a minha definição de sarcasmo é mais lata do que a dada por si e não se reduz ao insulto. O que eu digo só é insulto, num sentido estrito, para quem enfia a carapuça (e pelos vistos enfiam-na bastantes vezes).
Finalmente, se o Esperança me deixasse, eu também lhe recomendava um link na página principal do blogue. Como isso não é possível (até porque foi difícil vencer os tiques censórios dele) deixo-lhe o link na caixa de comentários da peça que me dedicou. Aproveite, saboreie, delicie-se, e veja lá se não volta a enganar-se nos endereços da internet sempre que estiver com vontade de aliviar as suas «tensões». O que tu querias sei eu...