A herança salazarista
Os quarenta e oito anos de ditadura moldaram, em Portugal, os cobardes que a apoiaram e os portugueses honrados que a combateram. A violência da repressão gerou a dureza da oposição e a pusilanimidade dos colaboracionistas o ódio dos que escolheram o outro lado da barricada.
A instauração da democracia, oferecida numa madrugada de Abril, destapou a pressão contida pelo aparelho repressivo. Como por encanto desapareceram os que enchiam as praças nas manifestações «espontâneas» de apoio à guerra colonial e à ditadura.
Passados mais de 33 anos mantêm-se as sequelas do medo, da vergonha e da miséria de um país que encontrou nos caminhos da emigração o milagre da sobrevivência. Então não se podia dizer mal do Governo, hoje não se deve dizer bem. Parece mal, procura-se um taxo, é-se cúmplice, como se o apoio a um partido democrático fosse o mesmo que a cooperação com a ditadura.
É próprio dos países com tradições autoritárias o extremar de posições e a radicalização das franjas que se julgam detentoras da verdade. Em Portugal o estalinismo e o fascismo são faces da mesma moeda, que alguns tomam como o paradigma da salvação da Pátria.
A consciência social não é exclusiva de rancorosos oposicionistas de hoje que viveram alegremente a cumplicidade do salazarismo.
Há, naturalmente, várias opções políticas válidas, todas legítimas, quando rejeitam a violência e a luta armada para a conquista do poder. A inteligência e a honestidade não estão apenas nos que a proclamam e, raramente, nos que acusam todos os outros de oportunistas, corruptos e incompetentes.
Não há democracia sem luta política, sem tensão dialéctica entre posições divergentes e sem o exercício alargado da cidadania, mas intimidar os adversários ou agir à margem da lei é a tentação herdada da ditadura com tiques fascistas ou estalinistas a corroerem os que se julgam salvadores da pátria.
A instauração da democracia, oferecida numa madrugada de Abril, destapou a pressão contida pelo aparelho repressivo. Como por encanto desapareceram os que enchiam as praças nas manifestações «espontâneas» de apoio à guerra colonial e à ditadura.
Passados mais de 33 anos mantêm-se as sequelas do medo, da vergonha e da miséria de um país que encontrou nos caminhos da emigração o milagre da sobrevivência. Então não se podia dizer mal do Governo, hoje não se deve dizer bem. Parece mal, procura-se um taxo, é-se cúmplice, como se o apoio a um partido democrático fosse o mesmo que a cooperação com a ditadura.
É próprio dos países com tradições autoritárias o extremar de posições e a radicalização das franjas que se julgam detentoras da verdade. Em Portugal o estalinismo e o fascismo são faces da mesma moeda, que alguns tomam como o paradigma da salvação da Pátria.
A consciência social não é exclusiva de rancorosos oposicionistas de hoje que viveram alegremente a cumplicidade do salazarismo.
Há, naturalmente, várias opções políticas válidas, todas legítimas, quando rejeitam a violência e a luta armada para a conquista do poder. A inteligência e a honestidade não estão apenas nos que a proclamam e, raramente, nos que acusam todos os outros de oportunistas, corruptos e incompetentes.
Não há democracia sem luta política, sem tensão dialéctica entre posições divergentes e sem o exercício alargado da cidadania, mas intimidar os adversários ou agir à margem da lei é a tentação herdada da ditadura com tiques fascistas ou estalinistas a corroerem os que se julgam salvadores da pátria.
Comentários
Eu gosto muinto de Salazare.
Salazare naxceu numa aldeia pequenina e era filho de pobrezinhos.
Desde crianssa mostrou cempre sere muito intelijente.
Estudava tãto tãto no Ceminário ,que Deus mandouo para a Univercidade para ser Stôr e não Padre.
Salazare formouce eim Direito e era tão direito que foi professoure de Direito na Universidade de Cuimbra.
Era muinto dado a Deus.
Á custa de muita orassão e devossão ao Senhoure ,e com a ajuda de seu grande Amigo e coumpanheiro de brincadeiras o Cardiále Serejeira, chegou ao Puder em Portugal.
Ele ajudou muito Portugal. Ebitou que Portugal entrace na III Grande Guerra Mundiale, poupando a sua Pátria à fome é á mizéria.
Católico e bondouzo como era, não tomou partido dos Inglezes ou dos Alemãis. Ajudouos sem olháre a amizades.
Rezava a Nª Srª de Fátima para que findáce a guerra e conseguiuo.
Poupou muito e por isso morreu pobre.
Portugal com Salazare a gobernare, tinha muito oiro nos cofres e muitos políssias na rua, muitas pides e gênérres.
Ele mandou construire estradas, escolas e igreijas.
Mandou construire tambeim óspitais e descobriu o Caminho Alcatruádo para Fátima.
Eu gustava que Salazare não tivece caído da cadeira açacina que lhe fez perdere a sua imença bitalidade e firmeza no combate à pobreza, à ingnoranssia, e icencialmente no combate aos paízes comunistas que cinfiltravam em Portugal e refudião as cabessas aos oprários, campunezes e istudantes.
Se Salazar fousse vivo, o 25 de Abril não passaba de 24 !
E mais...
Se Salazare fousse vivo o Benfica era Campiaum Nassional de todos os Portugueses!
Viva Salazare !
Viva Portugal !
A imagem é muito boa.
O seu texto é de antologia. O Ponte Europa fica enriquecido com esta manifestação de humor inteligente. Parabéns.
Na verdade esta Redacção foi encontrada em:
http://tirarirari.blogspot.com/search?updated-max=2007-06-03T23%3A43%3A00%2B01%3A00
"O seu a seu Dono"
Mas, de qualquer modo, foi importante o seu contributo, o de ter trazido para este espaço um texto desta natureza, que me deliciou.
E a maioria é militante dum denominado PS...
Gostava de ter escrito o seu comentário se outro tivesse escrito o post.
«eu sou mais do estilo do Manuel Alegre»
«quando vejo certas pessoas e certas entidades a atacá-lo tão ferozmente, dá-me a impressão que hoje ser "do contra" é defender o Governo»
Logo, as críticas do Manuel Alegre,e de outros PSs descontentes, são criticas vindas de pessoas acomodadas e de pessoas aliadas a quem tem o poder.
Você é doido ou faz-se?
Depende. Se ser normal é fazer parte da carneirada que aplaude o sócretino, então eu sou doido. Mas suspeito que o anónimo é daqueles que gozam de boa saúde mental. Deve ter um bom veterinário de família...
«O ex-candidato presidencial independente e deputado socialista, Manuel Alegre, teceu hoje duras críticas à reforma dos serviços de saúde, considerando que se trata de um "erro colossal" e de uma política "estapafúrdia" do actual Governo»
«"A esquerda moderna deve reforçar o Estado social e não desmantelar o Estado social", declarou, sublinhando que, no poder, esta deveria garantir o reforço e viabilidade do SNS. "Estaria a mentir se dissesse que me reconheço (no actual Governo). Não, não me reconheço", afirmou.»
O Manuel Alegre não é um alegrista; só pode ser uma daquelas pessoas que ao atacar o governo, mostra como, hoje, ser do contra é defender o governo, e ser de esquerda é defender a destruição do Estado Social.