O Novo Aeroporto de Lisboa
Fiquei chocado com a pirueta do Governo relativamente à localização do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete em detrimento da Ota.
1) Nota-se uma atitude titubeante e indecisa quanto à localização desse aeroporto, e surgem suspeitas de cedência aos grupos de pressão que se escondem por trás do estudo da CIP. Dessa mácula nunca se livrará o Governo Sócrates.
2) A localização em Alcochete não irá servir os objectivos de uma correcta política de ordenamento do território, não servindo eficientemente a região centro do país, e acentuando a bipolarização do território nacional.
3) O impacte ambiental e urbanístico será terrível. A localização do aeroporto em Alcochete irá provocar inevitavelmente a expansão da zona metropolitana de Lisboa nessa direcção, região ainda esparsamente humanizada, e de crucial importância para o equilíbrio ambiental do vale do Tejo. Penso que só uma pessoa muito ingénua poderá pensar que, após a implantação do aeroporto, do TGV, da plataforma logígtica, etc., não se sucederá inelutavelmente a sua urbanização desenfreada.
4) O argumento de que Alcochete será mais barato que a OTA não me convence. Os custos totais serão maiores que na OTA. Há que adicionar uma nova travessia do Tejo, bem como contabilizar todos os custos secundários desta localização (custos acrescidos para os particulares, custos ambientais.
Algumas conclusões:
1) Para quem pensa que a OTA é a melhor solução, a luta continua. Terá que ser inevitavelmente efectuado uma Avaliação de Impacto Ambiental, que poderá ser fatal a Alcochete. A luta mediática e a mobilização cívica em redor dos resultados dessa AIA poderá ainda desempenhar um papel de travão a esta péssima decisão.
2) Está demonstrada à saciedade a total pusilanimidade, falta de ambição e incapacidade de mobilização cívica e de organização de lobby da região Centro. Depressa se organizaram os lobbies de Lisboa e do mundo dos negócios contra a OTA. Celeremente agiram os grupos de pressão do Norte, da Madeira e do Algarve contra qualquer aeroporto (essas regiões têm já os seus próprios aeroportos). Com esta atitude, nunca chegará a região Centro ao patamar de desenvolvimento a que poderia ambicionar.
1) Nota-se uma atitude titubeante e indecisa quanto à localização desse aeroporto, e surgem suspeitas de cedência aos grupos de pressão que se escondem por trás do estudo da CIP. Dessa mácula nunca se livrará o Governo Sócrates.
2) A localização em Alcochete não irá servir os objectivos de uma correcta política de ordenamento do território, não servindo eficientemente a região centro do país, e acentuando a bipolarização do território nacional.
3) O impacte ambiental e urbanístico será terrível. A localização do aeroporto em Alcochete irá provocar inevitavelmente a expansão da zona metropolitana de Lisboa nessa direcção, região ainda esparsamente humanizada, e de crucial importância para o equilíbrio ambiental do vale do Tejo. Penso que só uma pessoa muito ingénua poderá pensar que, após a implantação do aeroporto, do TGV, da plataforma logígtica, etc., não se sucederá inelutavelmente a sua urbanização desenfreada.
4) O argumento de que Alcochete será mais barato que a OTA não me convence. Os custos totais serão maiores que na OTA. Há que adicionar uma nova travessia do Tejo, bem como contabilizar todos os custos secundários desta localização (custos acrescidos para os particulares, custos ambientais.
Algumas conclusões:
1) Para quem pensa que a OTA é a melhor solução, a luta continua. Terá que ser inevitavelmente efectuado uma Avaliação de Impacto Ambiental, que poderá ser fatal a Alcochete. A luta mediática e a mobilização cívica em redor dos resultados dessa AIA poderá ainda desempenhar um papel de travão a esta péssima decisão.
2) Está demonstrada à saciedade a total pusilanimidade, falta de ambição e incapacidade de mobilização cívica e de organização de lobby da região Centro. Depressa se organizaram os lobbies de Lisboa e do mundo dos negócios contra a OTA. Celeremente agiram os grupos de pressão do Norte, da Madeira e do Algarve contra qualquer aeroporto (essas regiões têm já os seus próprios aeroportos). Com esta atitude, nunca chegará a região Centro ao patamar de desenvolvimento a que poderia ambicionar.
Comentários
Aqui fica a minha inteira solidariedade e a desolação por aqueles que em Coimbra (presidente da Câmara à cabeça) se remeteram ao mais cobarde silêncio.
Não é bairrismo, é o desejo de um desenvolvimento equilibrado para o País que, agora, de todo se torna impossível.
Abraço.
O negócio está feito e foi bem entrosado!
Nós, cá pelo Centro, fomos entalados. Pondo de fora este investimento como factor de desenvolvimento, vamos demorar mais tempo para chegar ao novo de aeroporto de Lisboa, e o do Porto, continuará para nós uma roleta russa, já que temos de enfrentar o aleatório trânsito de entrada na cidade pela A1 (quer seja pela Arrábida ou pelo Freixo).
Portanto, resta-nos reivindicar a afectação à Zona Centro do aeroporto militar de Monte Real.
E transformá-lo em Aeroporto Internacional do Centro.
Não serão necessários grandes investimentos públicos, inclusivé em acessibilidades.
Julgo que as peregrinações turístico-religiosas a Fátima bastarão (digo eu na minha inocência) para justificá-lo.
Contamos com idêntica colaboração da FA para levar as suas trouxas de Monte Real para Cortegaça (que é enorme)...
Ou há moralidade ou comem todos...
Quanto aos custos, só serão maiores em Alcochete se o governo quiser atirar dinheiro à rua. O terreno é plano (não há os custos, nem os riscos nem os atrasos ligados a construir em cima da lama). A segurança aérea é claramente superior. A opção de expansão foi avaliada pelo LNEC entre 1000 e 1835 milhões de euros mas não foi incluída na análise financeira (se tivesse sido, a Ota teria sido esmagada e o ministro que tutela o LNEC apareceria como tendo andado a defender um disparate).
Uma nova ponte ferroviária já estava planeada e a parte rodoviária deveria ser sempre prevista, com ou sem aeroporto. Aliás é discutível como é que uma ponte para o Barreiro serve o aeroporto quando a Vasco da Gama chega lá muito mais directamente. A menos que o aeroporto sirva de pretexto para adjudicar mais umas obras.
Quanto ao ambiente a procissão ainda vai no adro mas não creio que seja por aí que a Ota se salve pois também mete água nos aquíferos.
Quanto aos lóbis, a região centro até esteve muito bem. Não conseguiram melhor porque não era possível fazer melhor com um cavalo tão mau como a Ota.
Não é o Centro que precisa de um aeroporto. Deixo isso para os bairristas.
É Portugal que precisa de um desenvolvimento equlibrado do território.
Claro que para a Lusoponte, Somague, Amorim e Belmiro, os interesses deles são os interesses de Portugal. Até pagaram os estudos que contrariaram a decisão de quatro Governos.
Basta ver quem esteve na defesa da margem esquerda do Tejo para saber os interesses que os movem.
Os interesses que se movimentam, em torno da escolha do local, são tantos que irritam o português comum.
Acho graça, ao CE, quando diz que o Presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, não se mostrou solidário com a Ota. Tudo lhe serve para atacar o homem...faço votos que ele se recandidate e estou longe do PSD.
As decisões de quatro governos eram cada uma mais infundada do que a outra. Ninguém sabia porque é que devia escolher a Ota.
Quanto aos estudos, eles deviam ter sido feitos antes das decisões dos quatro governos, mas não foram. Os estudos só vieram confirmar o que muitos técnicos diziam por todo o país. Aliás o movimento cívico contra a Ota teve uma amplitude como não se via há muito em Portugal. Pretender que isto foi obra de meia dúzia de lóbis é não querer ver a realidade.
Aliás, onde estão os estudos que escolhem a Ota como o melhor local para o local do novo aeroporto? Feitos agora ou em qualquer altura.
Pode não ter razão mas tem imensa fé.
É isso que lhe admiro.
Obrigado. Mas, neste caso do aeroporto, já pôs a hipótese de que eu posso ter razão?
"Aliás, onde estão os estudos que escolhem a Ota como o melhor local para o local do novo aeroporto? Feitos agora ou em qualquer altura."
Penso que os tinha em mão (e provavelmente na cabeça) o Engº Mário Lino que os deve ter entregue ao LNEC, para elaboração do relatório final.
Óbvio, não é?
Todos os estudos que existiam estavam no site da NAER. Nenhum escolhia a Ota como o melhor local.
A Ota só foi escolhida contra Rio Frio depois de uma decisão estritamente política que se baseava num estudo preliminar de impacto ambiental que tinha uma particularidade interessante: o próprio estudo dizia que não devia ser usado para tomar uma decisão porque havia necessidade de uma avaliação mais profunda.
A escolha da Ota foi um sempre um erro sem fundamento técnico.
Provavelmente os interesses que pressionaram para que assim fosse, não foram os que tudo fizeram para que o local fosse a Ota.
Contudo o local escolhido é, sem dúvida, muito melhor.
Não só porque é muito mais desafogado, muito mais plano e fica muito mais barato.
Também sob o ponto de vista social , e se algumas vantagens trouxer, é bom que assim seja, pois como sabem, o desemprego por estas bandas chega e sobra, e talvez a vinda do aeroporto possa ajudar alguma coisa.
Ainda bem que desta vez o Eng. Sócrates não foi teimoso.
Eu continuo a insistir numa travessia apenas ferroviária para o TGV e outros comboios, entre Montijo e Chelas. A rodoviária seria feita entre a Trafaria e Algés, fechando a CRIL que termina subitamente numa rotunda em Algés.
Com a deslocação de parte do trânsito da ponte 25 de Abril para a Trafaria-Algés, a ponte 25 de Abril ficaria disponível para receber o trânsito que usa actualmente o Montijo dada a saturação da 25 de Abril.
O trânsito do novo aeroporto far-se-ia assim, sobretudo pela ponte já existente no Montijo.
Parte do seu actual trânsito transitaria, como disse, para a 25 de Abril ou deixaria existir porque os actuais utentes passariam a utilizar o comboio.
A travessia Trafaria-Algés, por ponte ou por túnel, terá um dia que ser feita porque a CRIL termina de forma abrupta em Algés, o que é absurdo: pode ser agora, daqui a 10, 20 ou 30 anos mas será inevitável e agora sempre se aproveitavam algumas ajudas comunitárias.