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A FRASE
Por
Carlos Esperança
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A descolonização trágica e a colonização virtuosa
Por
Carlos Esperança
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Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Estes erros têm, como sabemos, antecedentes remotos que vão desde o declínio civilizacional e económico dos povos mediterrânicos (do Sul), à retoma de ímpetos religiosos primitivos e primários à volta da imensa pobreza e sucessivas humilhações que assolam estas regiões e mais proximamente à guerra do Iraque, uma acção premonitória das 'primaveras árabes'.
Hoje, o 'Ocidente' ao condenar veementemente as barbaridades do ‘Estado Islâmico’ no campo humanitário tem de ir além da indignação e do repúdio. E apresentar 'soluções' duradouras que compromissos e derivas estratégicas impedem.
Sabemos com a triste realidade exposta à volta do terrorismo que se espalharam ventos e que agora colhem-se tempestades mas tornou-se urgente acordar um plano global e consensual para fazer regressar povos e áreas territoriais cada vez mais importantes e extensas ao campo da Paz que seja alicerçada no desenvolvimento.
A proposta de François Hollande à volta da realização de uma conferência internacional para combater o ‘Califado’ poderá ser um ponto de partida, embora pareça muito redutora.
Na realidade, a actual situação no Próximo e Médio Oriente ameaça o Mundo e não é um problema regional como o presidente francês faz crer ao afirmar que o ‘Estado Islamico’ “… ameaça países como o Iraque, a Síria ou o Líbano” link.
Nem a França, liderada por um debilitado e desprestigiado presidente, nem os EUA, presididos por um Obama confuso, manietado e hesitante, são países em condições de liderar uma resposta internacional abrangente, eficaz e credível.
Mais uma vez voltamos a cair no âmbito da ONU onde os consensos são difíceis (para não dizer impossíveis) dados os conflitos de interesses (como se verificou em 2003 nos 'preparativos' da trágica aventura de Bush no Iraque).
Não é possível resolver estes problemas em 'casa' (envolvendo só o Ocidente). A situação extravasou o âmbito regional ou de 'bloco' (tipo NATO) e as 'fórmulas de détente' acordadas e pensadas no rescaldo da II G M, esgotaram-se.
Para o cidadão comum, do Mundo, o que está no horizonte das Nações é uma nova encruzilhada histórica onde a capacidade de liderança e o discernimento escasseiam, os erros abundam, a esperança desapareceu e a Liberdade ameaçada.
Um bom post. Publica-o s.f.f.