A ministra das Finanças e a dívida pública

Anteontem, após ouvir a senhora ministra das Finanças, senti-me ao nível de Passos Coelho, com o mesmo grau de conhecimentos, depois de ela ter sido sua professora.

Quando falou de mim, sob o nome genérico de contribuintes, e afirmou que estávamos a salvo dos danos provocados pelo BES, fiquei com a tranquilidade dos palestinos sempre que o Hamas e Israel decidem tréguas.

Já não bastava a sua palavra, ainda acrescentou que os outros bancos se voluntariaram para capitalizar o BES BOM, que precisou de capitalização, talvez por não ser ótimo. Só me surpreendeu o entusiasmo generoso de instituições que são facilmente roubadas pelos administradores e dificilmente pelos depositantes.

O empréstimo de mais de 4 mil milhões de euros feito ao Fundo de Resolução, o único acionista do BES BOM, a avaliar pelas suas palavras na AR, não é dinheiro público nem contabilizado na dívida pública. Deve ser dinheiro da caixa das almas da igreja do Santo Condestável. Aliás, no mínimo de 3 meses e no máximo de 24, o dinheiro será devolvido aos contribuintes, segundo a ministra do ramo.

Ora, não tendo sido solicitado a emprestar o que quer que fosse, nem tendo meios para o fazer, só posso estar agradecido pela garantia de devolução do que não emprestei.

Como ignoro a engenharia financeira, tal como a física quântica, só posso concluir que Portugal ganhou com a falência do Império GES e a trapalhada da PT, quem ficou pior foram os portugueses.

Aliás, a colossal falência mereceu encómios dos mais altos dirigentes europeus que se apressaram a felicitar o Governo português pela decisão tomada na praia. Sem este novo escândalo muitos portugueses duvidariam da consideração devida aos governantes que o País sufragou, com a ajuda do PR cujo silêncio significa que tem as contas em dia.

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