Reformas penhoradas
Enquanto há quem se excite nos ataques ao advogado Marinho Pinto, como se o cidadão não tivesse o direito de se candidatar aos lugares que bem lhe aprouver e de se submeter ao veredicto da opinião pública, os dramas sucedem-se na sociedade portuguesa com os números a esconderem a desgraça que se vive no interior das famílias.
O DN de ontem, noticiava que, desde 2011, foram penhoradas mais de 509 mil pensões e que a Câmara dos Solicitadores está a penhorar, em média, 579 reformas por dia.
Referir em euros a tragédia silenciosa que corrói as famílias portuguesas é a brutalidade que faz esquecer lágrimas silenciosas de amanhãs sem futuro, de presentes de desespero e de passados que se esvaem na melancolia e impotência de quem não pode ajudar mais a quem deu o que tinha e por quem agora fica sem o que precisa.
São os pais que ficaram fiadores de um negócio que correu mal, avós que não souberam dizer não à teimosia de um neto que quis apostar numa sociedade que faliu, dramas que o desespero agravou e o futuro não repara.
A miséria chega ao seio das famílias que foram da classe média e ora se juntam às que sempre foram pobres, na indigência comum vivida no silêncio envergonhado de quem perdeu a esperança e só lhe resta o pudor do silêncio e as lágrimas escondidas.
Em Portugal morre-se de pobreza por entre escândalos de milhões e o silêncio dos que deviam prestar contas ao País.
Uns calam-se por vergonha, outros por medo e apenas uma pequena minoria, insensível aos dramas que nos afligem, gozam férias a pensarem como hão de extorquir os últimos cêntimos de um povo que já prescinde dos dedos depois de ter vendido os anéis.
O DN de ontem, noticiava que, desde 2011, foram penhoradas mais de 509 mil pensões e que a Câmara dos Solicitadores está a penhorar, em média, 579 reformas por dia.
Referir em euros a tragédia silenciosa que corrói as famílias portuguesas é a brutalidade que faz esquecer lágrimas silenciosas de amanhãs sem futuro, de presentes de desespero e de passados que se esvaem na melancolia e impotência de quem não pode ajudar mais a quem deu o que tinha e por quem agora fica sem o que precisa.
São os pais que ficaram fiadores de um negócio que correu mal, avós que não souberam dizer não à teimosia de um neto que quis apostar numa sociedade que faliu, dramas que o desespero agravou e o futuro não repara.
A miséria chega ao seio das famílias que foram da classe média e ora se juntam às que sempre foram pobres, na indigência comum vivida no silêncio envergonhado de quem perdeu a esperança e só lhe resta o pudor do silêncio e as lágrimas escondidas.
Em Portugal morre-se de pobreza por entre escândalos de milhões e o silêncio dos que deviam prestar contas ao País.
Uns calam-se por vergonha, outros por medo e apenas uma pequena minoria, insensível aos dramas que nos afligem, gozam férias a pensarem como hão de extorquir os últimos cêntimos de um povo que já prescinde dos dedos depois de ter vendido os anéis.
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