Orçamento Rectificativo 2014: sol de pouca dura…



O Orçamento Rectificativo apresentado hoje pela ministra Maria Luís Albuquerque link, em nome do Governo, mais parece uma peça de teatro do absurdo.

Primeiro, criou-se a ideia, através de um habitual porta-voz das medidas em incubação link, de que estaria na calha mais um aumento de impostos, nomeadamente, sobre o consumo. Assim, alimentou-se, no inconsciente colectivo, a quase inevitabilidade de mais dificuldades para muitos portugueses.
Depois, segue-se uma vulgar acção de propaganda. Afinal, o País está bem e os cortes do Tribunal Constitucional ocorridos em Maio e os de Agosto não perturbam o défice nem a estabilidade política como anunciou um alto responsável da bancada parlamentar do PSD link.

O Governo diz porquê: pôs o País a crescer e diminuiu as prestações sociais porque baixou a taxa de desemprego. Na verdade, o crescimento não será assim tão notório e com o arrastar da crise muitos dos desempregados vão perdendo os subsídios que têm até aqui usufruído por esgotamento do tempo e deste modo ‘aliviando’ as prestações.

Mas verdadeiramente insólitos são os abundantes festejos à volta do ‘não aumento de impostos’ link acrescidos da não inclusão (no O. Rect.) de mais medidas de austeridade.
Bem, como nos arraiais populares a festa deverá durar 1 semana. Para a próxima semana já está agendada na AR a discussão de um diploma sobre cortes salariais na Função Pública link.

Todavia, convinha apresentar o orçamento rectificativo antes dos projectados cortes para não estragar a festa anunciada e desfrutar de  um tempo de propaganda, mesmo que efémero.
As medidas previstas para a próxima semana e que entrarão imediatamente em vigor não estão, de facto, nesta revisão orçamental. Como diria o primeiro-ministro na sua verborreia demo-liberal as medidas estão na fase discussão em sede parlamentar, com desfecho acordado (omite-se isso) mas para efeitos propagandísticos [ainda] não são para valer. Só que já foram anunciadas.

Portanto, o que aparentemente parece verdade hoje, conhecemos antecipadamente, deixará de o ser amanhã ou daqui a 1 semana.
É como diz o povo: sol de pouca dura!…

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