Recordar o nazi/fascismo



Faz, num dia qualquer deste mês de Outubro, 40 anos. A ditadura organizou a habitual farsa que dava pelo nome de «eleições» para a Assembleia Nacional.

O mandatário nacional da Oposição era o saudoso Dr. Francisco Salgado Zenha. No distrito de Lisboa o representante era o futuro fundador do PS e deputado à Constituinte, Joaquim Catanho de Meneses.

Na Lourinhã tive o privilégio de ser o delegado concelhio. Os votos da União Nacional vieram pelo correio quando a Oposição, à falta de condições mínimas, já tinha desistido de colaborar na farsa.

Numa mesa do Café Belmar, o único que existia, quatro cidadãos inutilizaram os boletins de voto. Aqui ficam os nomes, além do do signatário: Afonso Moura Guedes, futuro deputado e líder do PSD, recentemente falecido, José Francisco Vacas, professor e Manuel Gentil da Silva Horta, comerciante.

No dia seguinte encontrámo-nos os quatro a votar e sorrimos com cumplicidade.

Os resultados eleitorais sufragaram a lista da União Nacional (única) com cerca de 98% dos votos, tendo havido 2 (dois) nulos, em todo o concelho.

Eram assim as eleições no regime fascista, que deixou discípulos: caluniadores, bufos e mentirosos, nostálgicos do passado. Em que partidos votarão?

Comentários

Ricardo Alves disse…
Carlos,
escreve-se tanto lixo na blogo-esfera, que vale a pena passar por aqui só para ler os fragmentos das tuas memórias.
Um grande abraço,
Mano 69 disse…
Memória fragmentada?
Geosapiens disse…
...pelos vistos...há descendentes dos mesmos...é pena as pessoas esquecerem...o que existiu...este post serve para lembrar parte...pois a memória...nunca desaparecerá...um abraço...

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