Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c...
Comentários
Como é possível o PS, como partido da liberdade que diz ser, apoiar ainda Mesquita Machado?
Carlos Esperança: não acha que seria bom para a democracia que o intendente de Braga perdesse as próximas eleições? Não acha que seria um sinal de maturidade democrática da população de Braga votar agora noutros partidos?
Eu, se vivesse em Braga, não votaria por certo em Mesquita Machado. E o Carlos Esperança?
À MARGEM DA CRISE...
APESAR de ter apenas 50 anos de idade e de gozar de plena saúde, o
socialista Vasco Franco, número dois do PS na Câmara de Lisboa durante
as presidências de Jorge Sampaio e de João Soares, está já reformado.
A pensão mensal que lhe foi atribuída ascende a 3.035 euros (608 contos), um valor bastante acima do seu vencimento como vereador.
A generosidade estatal decorre da categoria com que foi aposentado -
técnico superior de 1ª classe, segundo o «Diário da República» -
apesar de as suas habilitações literárias se ficarem pelo antigo Curso Geral do Comércio, equivalente ao actual 9º ano de escolaridade.
A contagem do tempo de serviço de Vasco Franco é outro privilégio
raro, num país que pondera elevar a idade de reforma para os 68 anos,
para evitar a ruptura da Segurança Social.
O dirigente socialista entrou para os quadros do Ministério da
Administração Interna em 1972, e dos 30 anos passados só ali cumpriu
sete de dedicação exclusiva; três foram para o serviço militar e os
restantes 20 na Vereação da Câmara de Lisboa, doze dos quais a tempo
inteiro. Vasco Franco diz que é tudo legal e que a lei o autoriza a
contar a dobrar 10 dos 12 anos como vereador a tempo inteiro.
Triplicar o salário.
Já depois de ter entregue o pedido de reforma, Vasco Franco foi
convidado para administrador da Sanest, com um ordenado líquido de
4000 euros mensais (800 contos). Trata-se de uma sociedade de capitais públicos, comparticipada pelas Câmaras da Amadora, Cascais, Oeiras e Sintra e pela empresa Águas de Portugal, que gere o sistema de saneamento da Costa do Estoril. O convite partiu do reeleito presidente da Câmara da Amadora, Joaquim Raposo, cuja mulher é secretária de Vasco Franco na Câmara de Lisboa. O contrato, iniciado em Abril, vigora por um período de 18 meses.
A acumulação de vencimentos foi autorizada pelo Governo mas, nos
termos do acordo, o salário de administrador é reduzido em 50% - para 2000 euros - a partir de Julho, mês em que se inicia a reforma, disse ao EXPRESSO Vasco Franco.
Não se ficam, no entanto, por aqui os contributos da fazenda pública
para o bolo salarial do dirigente socialista reformado. A somar aos
mais de 5000 euros da reforma e do lugar de administrador, Vasco
Franco recebe ainda mais 900 euros de outra reforma, por ter sido
ferido em combate em Moçambique já depois do 25 de Abril, e cerca de
250 euros em senhas de presença pela actuação como vereador sem
pelouro.
Contas feitas, o novo reformado triplicou o salário que auferia no
activo, ganhando agora mais de 1200 contos limpos. Além de carro,
motorista, secretária, assessores e telemóvel.
Qual foi o Governo que procurou pôr termo a estes desmandos bem como à eternização dos dinossauros autárquicos?
- Foi o actual.
Já agora por que motivo o PSD não consentiu que os Governadores das Regiões Autónomas tivessem o mesmo tratamento legal?
Não tenho razão?
A única possibilidade é alterar a lei, o que nem sempre é fácil dados os interesses instalados e a não retroactividade da lei.
Pessoalmente não levo a mal a Santana Lopes que se tenha reformado aos 49 anos. Injusta é a lei que o permitiu.
E, se não fosse este Governo, PSL teria a acumulação da totalidade da reforma com o vencimento de deputado.
Dei apenas um exemplo de que há muitos em todos os partidos.
Post scrptum - Agradeço ao anónimo das 6:05 PM ter-me informado que Alberto João Jardim «só» é presidente da Madeira há 27 anos.
É um reformado que pode somar a reforma ao lugar que ocupa porque a moralização não chega à Madeira, quanto mais a moralidade.
“É de refinada hipocrisia imaginar que sejam os beneficiários a abdicar de motu proprio dos privilégios que a lei confere”.
Não sou eu que sou hipócrita. Quer que eu lho prove? Reproduza, por favor, o que neste blogue escreveu sobre a decisão de Mira Amaral de receber a reforma da CGD, a que legalmente tinha direito.
A hipocrisia consiste em dizer-se o contrário do que (pelo menos, supostamente) se pensa.
”A única possibilidade é alterar a lei, o que nem sempre é fácil dados os interesses instalados e a não retroactividade da lei”.
Ninguém pode moralmente defender a aplicação de uma lei que considera injusta, só porque ainda não foi revogada. É como dizer que se defende os pobres e não cuidar das suas feridas. Ou ainda como dizer que, em casa, todos devem colaborar, mas que, porque a tradição assim manda, o marido está isento do dever de ajudar.
“Pessoalmente não levo a mal a Santana Lopes que se tenha reformado aos 49 anos. Injusta é a lei que o permitiu”.
Um homem livre e responsável sabe o que é justo e o que é injusto e age em conformidade com o que julga correcto, sem dependência do que a lei diz. A lei deve servir o homem, não é o homem que deve servir a lei.
”E, se não fosse este Governo, PSL teria a acumulação da totalidade da reforma com o vencimento de deputado”.
É a lei que é injusta ou é o (hipotético) comportamento de Pedro Santana Lopes que é injusto? Não percebo como possa ter dito o que disse de boa-fé. E, mais uma vez, não percebo o que disse sobre Mira Amaral.
”Dei apenas um exemplo de que há muitos em todos os partidos”.
“Post scrptum - Agradeço ao anónimo das 6:05 PM ter-me informado que Alberto João Jardim «só» é presidente da Madeira há 27 anos”.
“É um reformado que pode somar a reforma ao lugar que ocupa porque a moralização não chega à Madeira, quanto mais a moralidade”.
A moralidade que, nesta matéria, vale para o arquipélago da Madeira é a moralidade que vale para a República. É de um extremo cinismo confundir uma moralização sem consequências, como se vê em relação a tanta gente do PS, com a moralidade na qual não se acredita.
Os seus leitores que façam o julgamento do que o senhor e do que eu próprio dissemos.
Pedro Velez
Assine-se e publique-se nos blogs dos costume
Coimbra, Outubro de 2005
Basta a identificação para me merecer uma resposta sem pretender convencê-lo.
Deixe-me dar exemplos: Considero imoral que médicos que toda a vida fizeram clínica privada aos 68 anos optem pela dedicação exclusiva com horário prolongado para terem uma reforma como se toda a vida estivessem em dedicação exclusiva.
Acredite que não sou capaz de os censurar. A lei e a corporação (Conselho de Administração presidido por médico) são osresponsáveis pelo consentimento.
Mira Amaral é um caso que condeno. Entrar numa instituição do Estado (CGD) com os anos de trabalho numa instituição privada afigura-se-me uma fraude.
É uma forma de transferir o ónus da reforma de uma instituição privada para uma pública.
Não me repugna que vários presidentes da Câmara e funcionários públicos tenham aproveitado ou aproveitem até Dezembro o privilégio de uma reforma antecipada.
Claro que isso podia alterar o meu sentido de voto (no caso de um político) mas não altera o do eleitorado, em geral.
Aceitava de alguém que se retirasse da vida pública, tenho desprezo pelos que no PS e no PSD se reformaram e concorrem a novo mandato.
Mais uma vez é bom que venha a lume quando e que partidos estiveram na origem destas injustiças. Não me surpreende se for o PS.
Far-me-á a justiça de acreditar que não sei. No entanto ficarei mais incomodado se foi o PS e não o PSD mas é provável que tenham sido os dois.
Vir a um blog de esquerda aconselhar o voto na direita não é uma atitude que revele grande carácter.
Duvido que o consentisse um espaço de direita.
Viva a IV República!