Laboratórios farmacêuticos multados


Os laboratórios Roche, Abbott, Bayer, Johnson & Johnson e Menarini Diagnósticos foram multados em 16 milhões de euros pela Autoridade da Concorrência, por manipulação de preços, lesivos para o Estado, em concursos hospitalares.

A inédita medida tomada pela Autoridade da Concorrência surpreende pelo elevado montante e pelo carácter profiláctico contra a prática concertada da fixação de preços.

Quando, em 22 hospitais, os referidos laboratórios apresentam preços iguais para o mesmo produto, com um aumento muito significativo em relação ao ano anterior, é fácil suspeitar da prática de cartel.

Surpreende que nunca tenha sido objecto de reparo por quem tem a obrigação de defender os interesses do Estado uma prática tão lesiva do interesse público.

Espera-se que a medida tomada mostre que Portugal não é um país do Terceiro Mundo onde as multinacionais se movimentem ao arrepio da ética e da legalidade e dissuada reincidências.

O caso, denunciado pelo director clínico do Centro Hospitalar de Coimbra, é exemplar.

Comentários

Anónimo disse…
O administrador hospitalar devia ser condecorado, para que a sua atitude constituísse exemplo para muito outros sectores.
Anónimo disse…
Será que o Paquito tinha razão nas denúncias que fez?
Anónimo disse…
Odete Pinto:

Estou de acordo consigo. O médico que denunciou a fraude (Director clínico) é uma pessoa que estimo e só não divulgo o nome porque não sei se é do conhecimento público.

....

Ao anónimo:

O Pequito perdeu qualquer credibilidade quando quis fazer chantagem sobre a Bayer a fim de aumentar a imdemnização por despedimento.

É preciso ter carácter e honestidade para que as denúncias legítimas ganhem credibilidade.
Anónimo disse…
novos vizinhos http://coimbramargemesquerda.blogspot.com/
Anónimo disse…
O Laboratório Roche anunciou hoje que vai pagar a multa de 1, 32 milhões de euros estabelecida pela Autoridade da Concorrência por manipulação de preços em concursos públicos, admitindo que um ex-colaborador da empresa esteve envolvido nessas práticas. A Roche adianta que «em causa estão decisões individuais de um ex-colaborador da Roche» mas que «em nenhum momento estas decisões foram levadas ao conhecimento da administração da Roche quer em Portugal quer na sua sede» na Suíça.


Relativamente a este laboratório não podemos esquecer as várias acusações de corrupção envolvendo vários colaboradores – Delegados de Informação Médica. Desta vez, também, a culpa era dos colaboradores. A administração não tinha conhecimento de nada. Então o que faz a administração?

Coincidência ter sido um ex-colaborador. O que pensa o referido ex-colaborador – se é que existe?

Será possível que uma proposta de preços (resposta a um concurso), de tal valor, saia do laboratório sem que a referida administração tenha conhecimento?

Como é possível a administração da Roche (Portugal) não ter conhecimento do facto de um seu produto num determinado ano o ter sido vendido a 8 euros/unidade (+-) e no ano seguinte o mesmo produto a 20 euros/unidade (+-)?

Todavia, o que significa uma multa de 1,32 milhões de euros para um laboratório farmacêutico que factura em Portugal mais de 60 milhões de euros por ano?

O valor da multa representa uma semana de facturação deste laboratório – trocos.

Esta atitude, traduzida no imediato pagamento da multa, para além de uma assunção incondicional de culpa, significa muito mais. PAGA-SE E NÃO SE FALA MAIS NO ASSUNTO.

Afinal parece que estiveram muito próximo dos verdadeiros responsáveis pelos factos.

A verdade é que esta gente, que cobardemente se escondem nos gabinetes, conseguem ter a ousadia de negarem aquilo que evidente.

A autoridade da concorrência está sem dúvida de parabéns, mas não chega, existem outros concursos, que sofrem deste mesmo vício, ou seja, quando o preço não é expressamente combinado, é tacitamente aceite (ninguém altera os preços). Afinal onde está a concorrência?

Embora, as multas tenham o seu efeito, relativamente a este sector este tipo de sanção não produz resultados – é para o lado que esta gente dorme melhor.

A sanção deveria ser a expulsão imediata destes laboratórios do mercado português, com a obrigatoriedade da continuação da comercialização (por outros) de medicamentos avaliados como essenciais.

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