Cavaco Silva e as presidenciais

Palácio de Belém
Cavaco Silva é um cidadão respeitável, merecedor da consideração dos portugueses. Exceptuando Guterres, foi o melhor primeiro-ministro de Portugal.

É um homem íntegro, académico ilustre e um patriota. Não merece que o desrespeitem, ponham em dúvida a dedicação ao serviço público ou a capacidade para ser presidente da República.

Se viesse a ser eleito não seria nenhuma tragédia nem a democracia correria perigo. Não é homem para jurar a Constituição com intenção de traí-la.

Portugal tem o privilégio de dispor dele para a pugna eleitoral. Cavaco tem qualidades, perfil e percurso para o exercício do cargo de Presidente da República.

A eventual eleição traria, aliás, alguns benefícios de que só ele seria capaz:

- O eclipse político de Paulo Portas;
- O remoção de Santana Lopes e da sua corte para fora da área do poder;
- A progressiva extinção do CDS;
- O fim das veleidades de alguns barões do PSD, Jardim incluído;
- A exigência de um PSD melhor frequentado.

Todavia, não por culpa sua, podia tornar-se um agente perturbador do regime. A par de respeitáveis cidadãos, atrelar-se-ão à candidatura numerosos ressentidos com a derrota das legislativas, ansiosos por uma desforra.

Já há meses, no Diário de Notícias, Vasco Graça Moura, o mais indefectível almocreve do cavaquismo, escrevia que era necessário eleger Cavaco para correr com Sócrates que tinha, nessa altura, escassas semanas de Governo. É essa instabilidade que a economia e o País tem de evitar. É esse risco que os eleitores têm de ponderar.

Cavaco dificilmente renunciaria a impor a liderança do economista António Borges ao PSD, por quem quis substituir Durão Barroso, apesar da sua notória falta de preparação política.

Quanto à mais valia que se aponta à formação académica de Cavaco é pura falácia. Não se procura um futuro ministro da área económica para um Governo do PSD. Estão em causa eleições presidenciais.

Mário Soares (formado em direito, história e filosofia) provou com o seu desempenho exemplar que é de um político que o País precisa para o palácio de Belém.

Comentários

Anónimo disse…
Cavaco utilizou os dinheiros de Bruxelas, quando eram aos milhões, não para desenvolver o país, mas para aguentar e alargar a clientela. Quanto subsídio a fundo perdido foi parar aos BMWs, aos Mercedes, às casas, aos luxos, enfim a uma série de empurrões que criaram uma corte de novos-ricos que hoje está entranhada em todo o lado e que vem às TVs recomendar contenção ... mas sempre para os outros ! Portanto, quero deixar muito claro que não Cavaco não foi o melhor 1º ministro (depois de Guterres) ! Há ainda o esquecimento ... o esquecimento do autoritarismo e da difícil relação com a Cultura. Cavaco só passou a sorrir depois de recear não continuar no poder. Batido por Sampaio, regressa agora por alma de quem ? Gosta pouco de poder, gosta ! Além do mais, não há pachorra para tabus geridos meticulosamente para chegar ao que ele verdadeiramente quer : ser Presidente ! Não por uma causa, um sentido cívico, um dever. Não. Sente-se que o senhor quer oferecer o lugar de primeira-dama a Maria !
Mano 69 disse…
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Anónimo disse…
Triste país que tem gente desta estirpe. Ó camarada porque por que é que não emigra para África. Lá é que você estava bem. Ao pé dos pretos, por que você de "branco" tem muito pouco.
Anónimo disse…
Este artigo foi hoje publicado no «Diário as Beiras»

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