Coimbra - visitada por Pacheco Pereira
«Coimbra por trás. Sempre achei que devia haver algo de muito errado numa cidade em que os estudantes gostam de andar vestidos à padre. Passam alguns, negros e poeirentos.
Uma cidade cujas livrarias na baixa são inimagináveis de provincianas, escuras, mal abastecidas, quase sem livros estrangeiros. Apenas o Direito é rei e senhor, tudo o resto leva à pergunta: como pode uma cidade universitária ter livrarias assim?
Tudo triste, baço, esquecido da "modernidade" como agora se diz. Mal por mal, prefiro ver as notícias necrológicas ainda coladas nas paredes como nas aldeias e vilas do Norte. É certo que me parecem ser feitas já em computador e impressas a laser ou jacto de tinta, e depois prosaicamente copiadas. Algures ainda devem ser feitas em tipo de chumbo, apertado nas caixas a cordel, e com os filetes para ocupar espaço. Província pura, o que em si não é mal nenhum, não fosse ser esta a terra da "Lusa Atenas"».
José Pacheco Pereira, in Abrupto
Comentários
Inveja, pobre desgraçado.
Digam-me para onde vai Coimbra?
Não a sentem definhar? Sem brilho, sem glória, sem criatividade ...
Uma treta. E tantos emproados.
Para onde querem levar a nossa cidade?
Que o homem não tenha nada que fazer, senão andar a ler na necrologia nas paredes (provavelmente para ver se não morreu), ainda vá que não vá.
Agora falar dos estudantes de preto ou padres de estudantes ( não percebi a sua dúvida)como sendo uma originalidade/fatalidade de Coimbra parece-me muito pobre.
Falar da pobreza das livrarias de Coimbra quando não se conhece o resto...quantas livrarias há na baixa do Porto sr. Pacheco?
Quanto custou a Coimbra a "sua" Casa da Música sr. Pacheco? Quanto custou a Coimbra o "seu" metro sr. Pacheco.
Bardamerda Sr. Pacheco, bardamerda!
... quantas vezes sao citadas as Universidades do Minho ou de Aveiro comparadas com a de Coimbra, muitas, mas isso passa quase só pelo markting. Exemplo era a edição desegunda feira do público sobre a UC. Três porjectos de investigação e um de investigação-empresarial:
Desenvolvimento de lentes que admnistram a medicação, imagine que os idosos em vez de manhã terem que tomar uma quantidade grande de comprimidos tinham uma lente colada à pele, ou no olho que lhe fazia isso. Projecto de UC, quantas vezes passa na comunicação social, esta...
O grande projecto mundial de veículos sem condutores, único investigador em Portugal trabalha em Coimbra,
Projecto europeu para desenvolver robots para as PMEs, única participação portuguesa: Coimbra;
e a Biocant, a unidade ligação empresas universidade em Cantanhede.
Mas isto não passa para fora, e são todos projectos de elevadissima qualidade integrados em consórcios europeus (Aveiro e Minho quantos têm? Usualmente fala-se das telecomunicações em Aveiro de projectos de adaptação para Portugal e do Minho sobre reestudos feitos para Portugal).
Mas a UC tem mais: carro que mais Km anda com menos gasolina - record nacional e no top ten mundial a nível de carros universitários , um dos poucos com sponsorização da Michelin (e aqui não é dinheiro que é preciso, ganha-se o sponsor com resultados), mas no DN do ano passado grande artigo onde se falava do carro do técnico. E há mais, na área da saúde, farmácia, etc.
O que falta é markting interno, a UC está mais preocupada em estar a acompanhar os grandes projectos portugueses do q a fazer projectos for portugal internal consumption.
Quanto aos estudantes vestidos de padres... ...é só dor de cotovelo, porque se respeita a identidade e culutra universitária. Andei por algumas universidades de prestígio e quase todas têm uma indumentãria ou peça de roupa que lhes dá esse espírito de união, lisboa não tem...
Livrarias pobres em coimbra? Pois é, em Lisboa temos a FNAC. Estudei algum tempo em Lisboa e diga-se que quando se precisava de um livro técnico mais recente nem em Lisboa, nem em Coimbra. Os livros disponíveis prendem-se com as políticas de importação dos distribuidores, mas... ...em Coimbra a Almedina conseguia-me o livro:
1 - Mais rápido do que a Amazon
2 - Mais barato
3 - E assim quando os meus colegas esperavam pela Amazon ou pela livraria Lisboeta (eles eram de Lisboa), já eu tinha o livro.
Não interessa muito as livrarias terem os livros esparrachados nas estantes. Pacheco isso de ir a uma estante ver o que há de recente já não se usa. Com a internet, o preço de markting de um livro desceu abruptamente, agora a quantidade de livros é enorme e o que interessa e que a sua livraria traga os livros rapidamente. Ir a uma estante à espera de encontrar o livro estrangeiro, ir lá fora para trazer a última novidade é uma prática de alfarrrabista (velha, antiquada que se faz por gosto não para trabalhar). Agora anda'se na net. Muitas vezes para livros avançados (que geram pouco lucro aos autores) muitas vezes são os prórpios a porem o livro na net antes de lançar a versão final, é só saber quem é a pessoa importante. Isso de ir a uma livraria encontrar um livro que ninguém conhece para fazer grande vista aos colegas é prática do passado que colocou Portugal no atraso em que vive.
Nas minhas passagens de estudo por fora de Portugal raramente fui a uma livraria à procura de um livro técbnico, ver as novidades. quando lá vou faço-o por gosto par ver os romances e quais os livros técnicos que têm para verificar qual o trend massificado no assunto para alunos de licenciatura, não para um livro avançado. Para saber the last hit leio os artigos de jornais científicos e vejo nas editoras (via net) os últimos lançamentos.
E quanto às folhas necrológicas, enfim, se correr os bairros antigos de Lisboa ainda as vê, tal como em qq outo lugar de Portugal. Se calhar lá ainda são feitas como diz. Foi em Lisboa que encontrei tabernas que se bebia directamente da pipa com o chão coberto de serradura, nem nas aldeias portuguesas, mas enfim...
... JPP sofre do mal Lisboeta, emm que Lisboa é moderna, para frente, e o norte é atrasado. Mas de facto Lisboa é tb dos portugueses que para lá foram e levaram as suas práticas de aldeia e não se modernizaram, mantiveram-nas quando na aldeia tudo evoluiu.
JPP vê isso em Lisboa e tenta convencer-se que aquilo são laivos de como a provincia é, mas a provincia já não é assim (ver nota no fim).
É em lisboa que se ouve conversas de viagens ao estrangeiro como se isso fosse um GRANDE ACONTECIMENTO, em Cbr muitos dos meus amigos deslocam-se ao estrangeiro frequentemente, e ninguém diz: «isso é bestial» um acontecimento, diz-se apenas, «OK».
Claro que Coimbra não é um paraíso, é necessário mudar muitas coisas, nomeadamente o markting interno, nbomeadamente deixar-mos de falar mal de nós mesmo mas elogiar o que é bom e incentivar as pessoas, ...
NOTA: Usar o termo província é de atraso cultural, hoje em todos os países fala-se de regiões de um país. Província lçembra as ultramarinas, lembra o rei que na capital explorava o país. Falar de província é dizer que o país existe para servir a capital e as suas elites, é isto que a elite de Lx gostava que o país fosse: a sua província. E de facto os governos bem tentam, mas o país só terá futuro quando se afirmar com regiões com alguma individualidade cultural (muito parecidas mas algo diferentes) e se veja como um todo igual e não a capital e sua província.
el sniper
Recordo-me da intelectualidade balofa e dos eméritos académicos conimbricenses que glosavam altiva e alarvemente com criação das universidades novas, sobretudo, Aveiro. E se já nessa altura “os trutas” do ensino estavam virados de costas para a realidade e para o comum dos mortais lá de cima das suas torres de marfim. Passados 30 e tal anos a intelectualidade balofa continua alheada da Modernidade.
Hoje Aveiro é uma Universidade viva e cheia de fulgor, um exeplo para nós. Dá cartas nas diversas áreas do conhecimento, colocando esse conhecimento ao serviço da Comunidade a que se ligou de forma interactiva. Trabalha com a realidade das empresas contribuindo de forma notável aos avanços técnicos e tecnológicos deste país. Deste lado de cá a superior intelectualidade coimbrã continua vegetando cheirando a mofo, apesar de continuar a achar que está muito acima do comum dos mortais. Infelizmente a cidade acompanha-a no seu malfadado desígnio, caminhando a par neste percurso tétrico em direcção à terra do nada e do sentido nenhum…
A única coisa que resta é uma cáfila de professores-doutores e médicos-construtores e seus apaniguados laterais, bem na vida e cheios de dinheiro, fruto da especulação imobiliária e da inerente fuga aos impostos que além de outras “virtudes” tornou a habitação desta cidade - sem indústria digna desse nome e paupérrima de recursos - a mais cara do país (diz-se que ao nível de Paris). Desgraçada sina desta cidade provinciana, pseudo-intelectual e supostamente académica que deixou de ter livreiros e que nem livrarias actualizadas já justifica…
Coimbra parou no tempo não há forma de andar porque até a energia lhe falta para accionar o motor de arranque! É urgente acordarmos deste pesadelo, envergonhar os responsáveis, desmascarar os corruptos e dignificar a academia alargando-a a todo o ensino superior dar-lhe sentido e ligá-lo à vida activa, ao Progresso, à Modernidade e ao Futuro que é já aí!...
Irra! Será que nem com todas as cabeçadas ao longo dos anos esta intelectualidade aprende?
Concordo que há muito a fazer, para fazer renascer a cidade, mas quem é este JPP para mandar assim postas de pescada sobre algo que com o qual ele nunca teve nada a ver....
Que contributos deu para melhorar o que quer que seja, aqui em Coimbra ou onde quer que seja???
NENHUNS
E por cada vez mais encontrarmos no nosso dia a dia, pessoas como ele que a Sociedade está como está...pobre, não de coisas materiais(disso ele não se queixa), mas ainda de pior ....
POBRE DE ESPIRITO, como podemos ver pela figura anexa....
Por que motivo há-de V. embirrar com os estrangeirados?
Os outros (Feira permanente do Livro e Livraria Minerva)são recolectores de livros velhos e não antigos.
Ó homem, essa imagem que você nos trouxe, do fulano que anda a ler a necrologia nas paredes, para saber se ainda está vivo, é a melhor coisa que V. fez hoje! Tiro-lhe o meu chapéu!
Só não se percebe que ninguém tenha dado por isso.
Volte sempre, caro Pacheco Pereira!
se calhar estava à espera de um honoris causa...