Petróleo


Quando assisti ao lançamento de um programa de investimento do governo e privados no domínio das energias alternativas, fiquei agradavelmente surpreendido por duas ordens de razões, por um lado porque foi feita uma aposta inequívoca neste tipo de energias e por outro, pelo facto de não ter sido contemplada a opção da energia nuclear.
Não deixei de reflectir que a história não se repete e o pior que pode acontecer é persistirmos nas soluções do passado, com argumentos de há 25 anos.
De facto a energia nuclear e ao contrário do que é defendido por muitas opiniões respeitáveis, não é solução para um país em desenvolvimento que deve proteger em primeiro lugar a vida e a saúde pública dos seus cidadãos.
Se é verdade que as modernas centrais nucleares não criam grandes problemas de segurança, inversamente ao que por exemplo os verdes afirmam, o facto é que permanece por resolver o problema dos resíduos das centrais nucleares e o problema dos custos de desmantelamento dessas centrais.

No entanto em França vai ser construída dentro de dez anos uma Central Termonuclear, dito em linguagem corrente esta nova tecnologia assenta não já na cisão do átomo, mas na fusão dos núcleos dos átomos, esta nova energia é mais limpa e reduz em grande parte o risco da propagação da radioactividade.
Se Portugal se candidata à Expo ou ao Europeu, porque não candidatar-se à construção deste tipo de infra-estrutura. E ainda que esta solução venha a sofrer uma evolução técnica natural é decerto uma grande oportunidade para as empresas portuguesas que decidam investir nesta área.
A energia do futuro é um campo por explorar e um nicho de mercado que em breve pode ser tão ou mais produtivo que a actual industria espacial, resta avaliar em concreto quais os verdadeiros riscos desta solução para a saúde pública.

Mas existem outros níveis que ainda não estão suficientemente explorados, por exemplo nos EUA há menos de um ano, um americano conseguiu produzir bio-diesel recorrendo á utilização do Girassol, segundo ele, um projecto economicamente viável.

Na Suécia desde há pouco tempo a par das bombas normais de gasolina e diesel existem bombas de Metanol, este combustível deriva da transformação da madeira, um recurso que como se sabe, existe em abundância no nosso país.
O Estado devia ser mais ambicioso no domínio dos transportes, por exemplo porque não acelerar o programa de substituição dos transportes colectivos por veículos eléctricos e comparticipar de algum modo na venda e na massificação dos automóveis híbridos.
Por outro lado, os construtores ao não democratizarem o preço destes automóveis e comercializando-os a preços proibitivos tratando-os como um luxo, não contribuem para a alteração de hábitos no domínio da poupança da energia e assim perdem uma real oportunidade de negócio.

Uma coisa é certa, rapidamente se percebe que os europeus não podem ficar a todo tempo reféns das variações do preço do petróleo nem dos equilíbrios geopolíticos que se estabelecem sobretudo no Médio Oriente.

De facto ainda que alguns defendam que apesar de tudo o petróleo é uma energia barata é no entanto uma energia que levanta problemas políticos e técnicos importantes, nomeadamente o de se tratar de uma energia altamente poluente.
continua

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