Crianças maltratadas - vergonha nacional
«No quadro dos 27 países mais ricos do mundo, Portugal apresenta a maior taxa anual de mortes de menores de 15 anos» - Jornal de Notícias de 15/03/2006
«Segundo dados da Associação de Apoio à Vítima (APAV), em cada dois dias uma criança foi vítima de maus tratos em Portugal, em 2005, e uma em cada quatro tinha menos de três anos de idade».
A brandura dos nossos costumes, alegada por um ditador cruel, aí está na forma como se maltratam crianças, na brutalidade com que os pais descarregam as frustrações sobre os filhos, no alcoolismo, na miséria e ignorância que faz das crianças vítimas e futuros adultos que repetem a desumanidade que as moldou.
Como é possível, mais de três décadas depois de Abril, que as crianças sejam vítimas de quem nunca devia ter sido progenitor, de débeis e malfeitores para quem os filhos são fonte de rendimento e alvo das frustrações?
No silêncio cúmplice ou receoso do lar, velhos demónios da submissão pela violência, tomada como método educativo, vivem os filhos de homens que se tornarão pais iguais, se lá chegarem.
Nota – Há três semanas que pretendia comentar esta notícia. Seria injusto ignorá-la.
«Segundo dados da Associação de Apoio à Vítima (APAV), em cada dois dias uma criança foi vítima de maus tratos em Portugal, em 2005, e uma em cada quatro tinha menos de três anos de idade».
A brandura dos nossos costumes, alegada por um ditador cruel, aí está na forma como se maltratam crianças, na brutalidade com que os pais descarregam as frustrações sobre os filhos, no alcoolismo, na miséria e ignorância que faz das crianças vítimas e futuros adultos que repetem a desumanidade que as moldou.
Como é possível, mais de três décadas depois de Abril, que as crianças sejam vítimas de quem nunca devia ter sido progenitor, de débeis e malfeitores para quem os filhos são fonte de rendimento e alvo das frustrações?
No silêncio cúmplice ou receoso do lar, velhos demónios da submissão pela violência, tomada como método educativo, vivem os filhos de homens que se tornarão pais iguais, se lá chegarem.
Nota – Há três semanas que pretendia comentar esta notícia. Seria injusto ignorá-la.
Comentários
Aceite as minha homenagens ao comentário.
É como diz. E há tão poucos que saibam o que é a simonia!
Devia-se fazer uma campanha forte com uma mensagem simples: os pais não são "donos" dos filhos. São responsáveis pelas suas vidas.
A barbárie e o espírito predador são intoleráveis, no século XXI.
Inocente, pensei que a liberdade e a democracia levassem à educação e ao fim da grunhice ... Que erro ! Apenas se pode dizer que continua e persiste. E as crianças ? É que não têm mesmo culpa de nada ...
É preciso termos cuidado antes de desanimar! Neste aspecto, como em todos, uma coisa são as causas necessárias, e outra coisa são as causas suficientes.
A "liberdade" e a "democracia" são causas necessárias (INDISPENSÁVEIS) para que haja "educação e o fim da grunhice". Mas não são, desgraçadamente, causas suficientes. Só por si, não fazem o milagre. E nós vamos agora, por esse pouco, deixar de acreditar em milagres?
"Caminante, no hay camino/Se hace camino al andar"!