a suspensa crise da social-democracia e do socialismo...
A queda, em catadupa, do socialismo real, isto é, o desabamento sequencial dos regimes comunistas, no Leste europeu, facto relevante do final do século XX , aparentemente, abria novos caminhos à social-democracia, nomeadamente, no combate ao capitalismo, na sua versão neo-liberal.
Para corrigir os desmandos da dinâmica do capital financeiro, onde se acoitam os promotores do neoliberalismo galopante e incontrolado (o exº. do mercado "livre"), os partidos sociais-democratas aliaram-se ao “Centro” e à Direita, para governarem.
Nasce aqui a “3ª. Via” divulgada e propagandeada por Tony Blair.
Esta “ via” não é mais do que um chorrilho de compromissos com o neoliberalismo e o virar de costas às reivindicações dos mais desprotegidos e mais pobres.
O mentor desta nova “via” é o sociólogo Anthony Giddens que teoriza, à luz da globalização, sobre a necessidade de reformular a teoria social, compreender o desenvolvimento e alcançar a modernidade.
O eleitorado “tradicionalmente” de esquerda, que muitas vezes votava social-democrata, nunca embarcou no compromisso que representava esta “3ª. Via”.
Esta atitude de reserva levou esse eleitorado, doutrinariamente desorientado, desconfiado e sem referências ideológicas, a afastar-se das lideranças sociais-democratas “clássicas”.
Empurrou-o para a abstenção e abriu as portas do poder à Direita conservadora e nacionalista, quando não racista e xenófoba.
As derivas neo-liberais dos partidos sociais-democratas e socialistas tiveram sobre o seu tradicional eleitorado desastrosas consequências. Como sejam: a deterioração da qualidade de vida dos trabalhadores e de uma classe média cada vez mais apertada, a perda de uma visão alternativa da sociedade, a gestão pragmática de aberrações capitalistas e mercantilistas, a incapacidade de promover a mudança, estão na raiz do distanciamento dos seus partidos que, embora com nuances, sempre representaram as políticas de esquerda.
Estes, até há poucos anos – fiéis eleitores – sabem, hoje, que a política não pode ser desenhada e pensada por um punhado de iluminados executivos, nem por empenhados empresários, etc., e, muito menos, por esforçados tecnocratas.
Finalmente, os eleitores colocam profundas reticências aos intelectuais orgânicos dos regimes, que consideram comprometidos com o establishment.
Estão à espera de novas soluções, de uma profunda mudança que seja baseada na maior participação em termos de cidadania, da vitalidade de organizações associativas empenhadas na participação colectiva e de um novo modelo partidário aberto às inadiáveis discussões sobre as políticas de transformação social, económica e cultural das Nações.
Enquanto isto não suceder perdurará a crise do socialismo, da social-democracia e a ascensão da Direita. Na Europa e no Mundo.
As eleições em Portugal no próximo 27 de Setembro de 2009 vão, com certeza, reflectir este clima.
Não estamos longe de ter uma UE, totalmente governada pela Direita, ou na melhor das hipóteses, dividida ente Governos de Direita e “Centro-Direita” (?)…
Para corrigir os desmandos da dinâmica do capital financeiro, onde se acoitam os promotores do neoliberalismo galopante e incontrolado (o exº. do mercado "livre"), os partidos sociais-democratas aliaram-se ao “Centro” e à Direita, para governarem.
Nasce aqui a “3ª. Via” divulgada e propagandeada por Tony Blair.
Esta “ via” não é mais do que um chorrilho de compromissos com o neoliberalismo e o virar de costas às reivindicações dos mais desprotegidos e mais pobres.
O mentor desta nova “via” é o sociólogo Anthony Giddens que teoriza, à luz da globalização, sobre a necessidade de reformular a teoria social, compreender o desenvolvimento e alcançar a modernidade.
O eleitorado “tradicionalmente” de esquerda, que muitas vezes votava social-democrata, nunca embarcou no compromisso que representava esta “3ª. Via”.
Esta atitude de reserva levou esse eleitorado, doutrinariamente desorientado, desconfiado e sem referências ideológicas, a afastar-se das lideranças sociais-democratas “clássicas”.
Empurrou-o para a abstenção e abriu as portas do poder à Direita conservadora e nacionalista, quando não racista e xenófoba.
As derivas neo-liberais dos partidos sociais-democratas e socialistas tiveram sobre o seu tradicional eleitorado desastrosas consequências. Como sejam: a deterioração da qualidade de vida dos trabalhadores e de uma classe média cada vez mais apertada, a perda de uma visão alternativa da sociedade, a gestão pragmática de aberrações capitalistas e mercantilistas, a incapacidade de promover a mudança, estão na raiz do distanciamento dos seus partidos que, embora com nuances, sempre representaram as políticas de esquerda.
Estes, até há poucos anos – fiéis eleitores – sabem, hoje, que a política não pode ser desenhada e pensada por um punhado de iluminados executivos, nem por empenhados empresários, etc., e, muito menos, por esforçados tecnocratas.
Finalmente, os eleitores colocam profundas reticências aos intelectuais orgânicos dos regimes, que consideram comprometidos com o establishment.
Estão à espera de novas soluções, de uma profunda mudança que seja baseada na maior participação em termos de cidadania, da vitalidade de organizações associativas empenhadas na participação colectiva e de um novo modelo partidário aberto às inadiáveis discussões sobre as políticas de transformação social, económica e cultural das Nações.
Enquanto isto não suceder perdurará a crise do socialismo, da social-democracia e a ascensão da Direita. Na Europa e no Mundo.
As eleições em Portugal no próximo 27 de Setembro de 2009 vão, com certeza, reflectir este clima.
Não estamos longe de ter uma UE, totalmente governada pela Direita, ou na melhor das hipóteses, dividida ente Governos de Direita e “Centro-Direita” (?)…
Comentários
RE: E, ...na pior, por Governos de Direita e Governos abertamente fascistas.