Matosinhos: "la deuxième rentrée"…
[caricatura retirada de: www.ruifpinto.blogspot.com]
Não foi um discurso doutrinário, nem clarificador quanto ao futuro do PS, nem do País. Antes, terá sido um forcing [público] para concitar consensos [imediatistas] no sentido de resolver importantes questões [económicas e financeiras], a curto prazo.
Fê-lo explorando as contradições e as indefinições que assolam o PSD em questões políticas e doutrinárias e, particularmente, sociais, perturbando [cerceando] o espaço para este partido prosseguir na senda de devaneios neoliberais. Isto é, concentrou-se na necessidade [imperiosa] de por a funcionar um efémero [?] bloco central capaz de cumprir as metas e os objectivos a que [o País] se encontra obrigado perante o Exterior, nomeadamente, em relação à UE [Zona Euro], onde a kanzlerin Merkel se mantém atentamente vigilante…
Em nome do interesse nacional e em concordância com a impiedosa austeridade acordada pelos países membros da Zona Euro que o PS, desde o início da silly season, vem retirando - dia a dia -autonomia negocial ao seu principal adversário político.
A concepção de Sócrates é fundamentada no facto de estarmos todos no mesmo barco não haver lugar para divergências tácticas e, na convicção pessoal de que para os portugueses, só terão cabimento confrontos estratégicos [pesados - p. exº: eleições intercalares] em situações de irreparável ruptura, caminho que, no actual momento, o PSD não pode [nem se atreve a…] trilhar. Sócrates, aqui, usou a técnica do "emparedamento político".
Todavia, quer na aprovação do próximo OGE, quer na controversa proposta de revisão constitucional, estes confrontos políticos, não deverão ser exclusivos estandartes partidários, mas sim transportados para a sociedade civil, e aí discutidas, a bem do esclarecimento dos cidadãos. Por enquanto – e nesse ponto Sócrates foi políticamente oportuno – o PS aproveitou para denunciar a intensa chicana mediática - com múltiplos e algumas vezes despropositados recados pelo meio - que se tem sido desenvolvida neste rincão, à volta do OGE 2011.
Mas, no fundamental, o comício de Matosinhos pouco acrescentou às posições políticas do PS [já expressas em Mangualde] limitando-se a explorar a inépcia política de Pedro Passos Coelho e da sua equipa. O que servindo objectivos imediatos do PS é duvidoso que vá ao encontro dos profundos desígnios dos portugueses, envolvidos numa grave crise, cuja factura social [agora na berlinda] é um mero reflexo das preocupantes condições económicas e financeiras que vem sendo resolvidas transitoriamente por impulsos. Portugal adiado por resoluções fluxíveis!
José Sócrates, em Matosinhos, protagonizou uma “deuxième rentrée” repisando algumas das concepções já defendidas em Mangualde e aproveitou a ocasião para adiantar caminho em relação aos mais próximos actos da governação.
Revisitou a defesa dos princípios que informam o Estado Social [onde o PS tem campeado ao nível da retórica, mas tergiversado na praxis] e, impiedosamente, zurziu nos principais erros que o PSD vem cometendo [OGE 2011 e proposta de revisão constitucional].
Revisitou a defesa dos princípios que informam o Estado Social [onde o PS tem campeado ao nível da retórica, mas tergiversado na praxis] e, impiedosamente, zurziu nos principais erros que o PSD vem cometendo [OGE 2011 e proposta de revisão constitucional].
Não foi um discurso doutrinário, nem clarificador quanto ao futuro do PS, nem do País. Antes, terá sido um forcing [público] para concitar consensos [imediatistas] no sentido de resolver importantes questões [económicas e financeiras], a curto prazo.
Fê-lo explorando as contradições e as indefinições que assolam o PSD em questões políticas e doutrinárias e, particularmente, sociais, perturbando [cerceando] o espaço para este partido prosseguir na senda de devaneios neoliberais. Isto é, concentrou-se na necessidade [imperiosa] de por a funcionar um efémero [?] bloco central capaz de cumprir as metas e os objectivos a que [o País] se encontra obrigado perante o Exterior, nomeadamente, em relação à UE [Zona Euro], onde a kanzlerin Merkel se mantém atentamente vigilante…
Em nome do interesse nacional e em concordância com a impiedosa austeridade acordada pelos países membros da Zona Euro que o PS, desde o início da silly season, vem retirando - dia a dia -autonomia negocial ao seu principal adversário político.
A concepção de Sócrates é fundamentada no facto de estarmos todos no mesmo barco não haver lugar para divergências tácticas e, na convicção pessoal de que para os portugueses, só terão cabimento confrontos estratégicos [pesados - p. exº: eleições intercalares] em situações de irreparável ruptura, caminho que, no actual momento, o PSD não pode [nem se atreve a…] trilhar. Sócrates, aqui, usou a técnica do "emparedamento político".
Todavia, neste âmbito, não conseguiu distanciar-se do PR que, como vem sendo hábito, coloca a estabilidade como um sacrossanto valor político [e económico] e não a encara como a natrural consequência de boas políticas...
Todavia, quer na aprovação do próximo OGE, quer na controversa proposta de revisão constitucional, estes confrontos políticos, não deverão ser exclusivos estandartes partidários, mas sim transportados para a sociedade civil, e aí discutidas, a bem do esclarecimento dos cidadãos. Por enquanto – e nesse ponto Sócrates foi políticamente oportuno – o PS aproveitou para denunciar a intensa chicana mediática - com múltiplos e algumas vezes despropositados recados pelo meio - que se tem sido desenvolvida neste rincão, à volta do OGE 2011.
Mas, no fundamental, o comício de Matosinhos pouco acrescentou às posições políticas do PS [já expressas em Mangualde] limitando-se a explorar a inépcia política de Pedro Passos Coelho e da sua equipa. O que servindo objectivos imediatos do PS é duvidoso que vá ao encontro dos profundos desígnios dos portugueses, envolvidos numa grave crise, cuja factura social [agora na berlinda] é um mero reflexo das preocupantes condições económicas e financeiras que vem sendo resolvidas transitoriamente por impulsos. Portugal adiado por resoluções fluxíveis!
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