Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
A opinião pública - que desconhece os passos processuais - não lida bem com estas situações [com todos os tipos de crimes sexuais].
Por outro lado, a imagem recatada transmitida pelo colectivo de juízes contrasta com o enorme alarido dos condenados e a exaltação de alguns dos seus defensores.
Em jeito de rescaldo o Estado [de Direito] tem de tirar algumas ilações.
Uma delas é sobre a qualidade da Justiça quando a mesma é efectuada através de mega-processos;
Outra será que - independentemente dos resultados dos recursos - a sociedade portuguesa encontra-se, hoje, muito mais sensibilizada e vigilante para os crimes de pedofilia do que estava há 5 anos [quando começou este processo].