Momento de poesia



Dissertação sobre as órbitas dos astros…

Tu bem te esforçaste em oferecer o teu corpo aos astros
percorrendo todos os universos celestes, na esperança
de morderes as estrelas incandescentes.
Todos negaram dar-te a sua luz irreal
e o mapa dos trilhos das suas órbitas.
Apontaram-te os caminhos cobertos pelo lixo cósmico
para seres devorada pelo silêncio dos buracos negros,
onde irias descobrir as soluções das  incógnitas,
que te atormentam.
De nada te valeu levares às costas o cadáver
do poeta que usou o teu corpo
para os orgasmos das palavras dos seus poemas,
nem a tua voracidade cósmica, que te sufoca de desejos,
queimou  a tua carne flamejante, que desfibras
na solidão das noites mal dormidas.
Voltaste ao ponto de partida, de mãos vazias,
e agora apenas tens o tempo, medido em anos-luz,
para contar pelos teus dedos ressequidos.
E já não podes esperar por aquele que te esperou em vão,
nos escombros de toda uma vida perdida.

Alexandre de Castro

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