Reordenamento do território...
O reordenamento do território - indispensável - será uma complicada operação politica e administrativa. Muito mais fácil de executar nos centros urbanos do que no "mundo rural" onde existe maior apego às tradições e onde a dinâmica deste factor [tradição] quer do ponto de vista histórico, social, cultural, etnográfico, etc., terá maior peso.
Inevitáveis fusões de freguesias, ou de concelhos, se não forem trabalhadas com uma transparente política de proximidade significarão sempre, para as populações aí residentes, uma humilhante "despromoção". Há sempre "alguém" que será absorvido por "outrem", ou vice-versa, o que no terreno da ruralidade pode encerrar focos de litigância.
Em relação com o reordenamento territorial, existe - não devemos ignorá-lo - um ponto prévio.
O início deste processo deve começar pelas freguesias ou pela postergada Regionalização?
Quem estará em melhores condições para incrementar soluções, que observem critérios de proximidade e de prolongado diálogo com as populações. O Governo Central ou as futuras Regiões [Administrações Regionais]?
Entretanto, segundo afirmou o Secretário de Estado da Administração Local, o Governo: "está a fazer um levantamento exaustivo da situação e a trabalhar num suporte de imagem, que será colocado no portal do Governo, aberto, portanto à consulta dos cidadãos, para que se percepcione a realidade concreta do que se está a falar."
Esperemos, então, pelo conhecimento pormenorizado da actual situação territorial. Mas a esta reforma administrativa deve ser atribuída uma clara prioridade política.
Comentários
O "moderno" caciquismo - muito influente nos meios rurais - balofo, boçal e interesseiro [para não dizer corrupto] vai inquinar toda esta necessidade de mudança.
O reordenamento territorial necessita de travar esta luta prévia...
Caso contrário, tudo como dantes, quartel-general em Abrantes!