Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
Comentários
Mas uma coisa é a avaliação da justeza de algumas greves - recordemos que são "decretadas" por avaliações de situações feitas por seres humanos - outra será o inalienável "direito à greve".
O pecadilho desta greve é ser "selvagem".
Não ter sido convocada de acordo com a regulamentação existente em Espanha [e na maior parte do Mundo].
A medida de excepção tomada pelo Governo de Zapatero é, como se lê na notícia, temporária. Para ser prorrogada necessita da concordância das Cortes.
Isto demonstra o melindre da decisão face aos direitos constitucionais dos cidadãos.
É natural que a partir daqui se verifique um "braço de ferro" entre os controladores áereos e o Governo.
Medidas deste tipo - equivalentes à "requisição civil" existente entre nós - nunca foram boas soluções. São "medidas de força", de "alarme" [conforme o texto refere] que provocam, quase sempre, uma reactividade excessiva, por vezes, incontrolada.
A normalidade democrática [a contenção no uso de medidas excepcionais] é muito mais importante do que medidas de força e penso que o Governo espanhol tem isso em conta.
Não conheço o processo que conduziu ao "alargamento" do horário de trabalho dos controladores aéreos espanhóis...
Desejo que, uma vez suspensa a greve, tenha lugar um normal [em democracia] período de negociações. Mesmo perante o espectro de uma inusitada influência política dos omnipresentes e voláteis "mercados" que, certamente, prefeririam o uso discricionário do poder político para salvaguardar interesses económicos...
A intromissão permanente de "medidas profiláticas" para obviar a eventuais julgamentos negativos dos "mercados" que começa a colidir com direitos de cidadania e a incomodar os cidadãos...
Quero salvaguardar com este comentário, sei que não seria essa a intenção do post, que - em democracia - deve-se, sempre, procurar manter equilibrios mas, por outro lado, manter inflexibilidade no que diz respeito aos direitos e deveres cívicos.
Acho, portanto, conveniente e importante separar as águas, caso contrário, a Direita apressar-se-à a "agarrar" o mote e a utilizá-lo, genericamente, contra o "direito à greve".
Assim, a par da liberdade de elaboração de juízos sobre a justeza desta [ou de qualquer] greve, deve contrapôr-se [ou reafirmar-se] a grande vitória política e social que foi a "conquista" [pelas duras lutas dos nossos antepassados] do direito à greve.
Não é o direito à greve que ponho em causa. Quem o põe em causa são os que fazem uma greve selvagem ao arrepio dos sindicatos.
Estou farto de saber isso!
Aliás, referi no comentário:
"Quero salvaguardar com este comentário, sei que não seria essa a intenção do post, que - em democracia - deve-se, sempre, procurar manter equilibrios mas, por outro lado, manter inflexibilidade no que diz respeito aos direitos e deveres cívicos."
Nestas situações de luta social [onflitos laborais] nunca é redundante reafirmar o óbvio.
É que a Direita poderá, a partir de erros pontuais, querer fazer passar um outra mensagem: "todas as greves são injustas..."
Foi, "isso", e só "isso" que salvaguardei...
Não estão em causa discordâncias entre nós, neste caso, mas a posição ambígua ou cúmplice do PP, a favor da greve e contra todas as forças de esquerda é, segundo julgo, motivo de desconfiança.
Sou, obviamente, partidario do inalienavel direito ah greve, mas isso nao nos obriga a concordar com toda e qualquer greve. O direito ah greve nao pode tolher a liberdade de pensamento e opiniao de qualquer cidadao; qualquer cidadao tem o direito de nao concordar com esta ou aquela greve. Eu, por exemplo, nao tenho concordado com muitas greves feitas por profissionais, por vezes dos que mais regalias e ateh privilegios tem, e que para defender essas regalias e privilegios fazem uma especie de greves "contra o povo", prejudicando milhares de cidadaos muito mais carenciados do que eles. Eh o caso de muitas greves de motoristas, pilotos de avioes, medicos, policias, procuradores da Republica e ateh juizes. Algumas dessas greves, mesmo quando sao legalmente declaradas, chegam a ser escandalosas e revoltantes.
Assim como ha direito ah greve, ha tambem casos de abuso do direito ah greve.
Mas alem disso esta concreta greve eh ilegal e selvagem, e portanto inadmissivel num pais, como a Espanha, onde ha amplo direito ah greve.
Acho portanto que o governo espanhol tem toda a legitimidade para tomar as medidas que tomou e concordo que as tenha tomado.
Depois de ter percorrido de viés a imprensa espanhola de hoje estou convicto que o inopinado abandono massivo dos postos de trabalho por parte dos controladores aéreos nada tem a ver com o exercicio do direito à greve...
A impressão residual é que esta atitude dos controladores aéreos, ao que parece concertada com dirigentes do PP, foi desencadeada para provocar o caos [nesta época sensível] com o intuito de perturbar, ou levar à queda, o governo presidido por J L Zapatero. Logo, em vez de uma greve, uma desajeitada "conspiração" contra o Governo legítimo de Espanha...
De posse desta informação mais detalhada não poderia deixar de fazer esta correcção [relativamente ao teor dos meus comentários anteriores].
conspiración popular y cristiana. ¿Puede ser?