A CARIDADE E A "ALMOFADA"
A direita portuguesa anda manifestamente desorientada. Já não sabe o que diz nem o que faz. Habitualmente muito habilidosa a disfarçar a exploração do povo, de que sempre viveu, agora perdeu o tino, já não consegue disfarçar, e deixa “que lhe fuja a língua para a verdade”.
Primeiro foi a ideia peregrina da T.S.U., com que, sem qualquer rebuço, se propunha, às claras, tirar dinheiro aos trabalhadores para o entregar aos patrões. A coisa era de tal maneira descarada que até os patrões tiveram vergonha.
Depois foi a Tia Jonet que veio pôr a nu o mecanismo de articulação da caridadezinha cristã com a exploração capitalista, exortando os pobres a conformarem-se com a sua pobreza e a aceitarem uma pobreza ainda maior.
Ontem tivemos mais um episódio desta saga. O Padre Lino Maia, Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, veio confessar, em Fátima, perante as câmaras da televisão, que as referidas instituições são a “almofada social deste país” (sic). Isto é: são uma “almofada” destinada a amortecer o choque entre explorados e exploradores, evitando que aqueles, desesperados por uma miséria extrema, se revoltem contra estes. Isto mesmo vem a esquerda dizendo há muito tempo.
Mais disse aquele Reverendo Padre, que discursava na presença amistosa do ministro da Solidariedade e Segurança Social, o impagável Mota Soares, que prometia “diálogo, lealdade e cooperação” com o Governo. Está-se claramente a ver em que consiste essa “cooperação”: o Governo fabrica os pobres e o Padre dá-lhes qualquer coisa para eles não morrerem de fome!
O “negócio” é proveitoso para ambas as partes: o Governo pode continuar o seu programa de “ajustamento”, isto é, de empobrecimento dos trabalhadores e da classe média, protegido pela almofada do Padre Lino; a Igreja Católica ganha a gratidão dos pobrezinhos, conseguindo com isso que as igrejas fiquem um pouco menos vazias e as caixas das esmolas um pouco mais cheias. E no fim vão todos para o Céu!
Primeiro foi a ideia peregrina da T.S.U., com que, sem qualquer rebuço, se propunha, às claras, tirar dinheiro aos trabalhadores para o entregar aos patrões. A coisa era de tal maneira descarada que até os patrões tiveram vergonha.
Depois foi a Tia Jonet que veio pôr a nu o mecanismo de articulação da caridadezinha cristã com a exploração capitalista, exortando os pobres a conformarem-se com a sua pobreza e a aceitarem uma pobreza ainda maior.
Ontem tivemos mais um episódio desta saga. O Padre Lino Maia, Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, veio confessar, em Fátima, perante as câmaras da televisão, que as referidas instituições são a “almofada social deste país” (sic). Isto é: são uma “almofada” destinada a amortecer o choque entre explorados e exploradores, evitando que aqueles, desesperados por uma miséria extrema, se revoltem contra estes. Isto mesmo vem a esquerda dizendo há muito tempo.
Mais disse aquele Reverendo Padre, que discursava na presença amistosa do ministro da Solidariedade e Segurança Social, o impagável Mota Soares, que prometia “diálogo, lealdade e cooperação” com o Governo. Está-se claramente a ver em que consiste essa “cooperação”: o Governo fabrica os pobres e o Padre dá-lhes qualquer coisa para eles não morrerem de fome!
O “negócio” é proveitoso para ambas as partes: o Governo pode continuar o seu programa de “ajustamento”, isto é, de empobrecimento dos trabalhadores e da classe média, protegido pela almofada do Padre Lino; a Igreja Católica ganha a gratidão dos pobrezinhos, conseguindo com isso que as igrejas fiquem um pouco menos vazias e as caixas das esmolas um pouco mais cheias. E no fim vão todos para o Céu!
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