Uma foto e uma metáfora de adivinhação …

Esta é uma imagem (truncada) de umas mãos entrelaçadas que não vou identificar.

Tem – como se ‘sente’ - uma mensagem subliminar. Para alguns. A quietude expectante está presente e atinge a nossa percepção consciente. Influencia-nos, embora não seja directamente perceptível o seu alcance. Entra-nos na vida pela porta do subconsciente, aquela que condiciona comportamentos. Uma vez captada é associada a atitudes receptivas ou de rejeição. Simpatia ou ódio.

Este tipo de ‘associações’ interfere na miscelânea de simbolismos que fomos arrecadando ao longo da vida. Actuam, muitas vezes, à revelia da nossa vontade. Transportam ‘sugestões’ que capazes de nos influenciar (divertir, deixar indiferente ou amedrontar). As imagens carregam muitos mais significados do que os pixéis, pontos, linhas e filtros usados na sua feitura.

Deterioram a capacidade de percepção aos estímulos e infundem temores. Têm uma forte capacidade sensorial. São expressões sugestivas. Embora, quietas, entrelaçadas parecem impor, qualquer coisa. Quiçá, o nosso destino colectivo.

Pousando o olhar sobre foto será fácil relembrar-nos de uma obra dramatúrgica do pós-guerra imediato: ‘As mãos sujas’, de J. P. Sartre. E de seguida vem á mente esta ‘tirada’: "Quanto aos homens, não é o que eles são que me interessa, mas o que eles podem tornar-se…"

E, na verdade, apesar de um aparente sossego e imobilidade (é uma foto), estas mãos podem movimentar-se e um dia transformar-se num garrote.

Não vale adivinhar a quem pertencem!

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