Um novo folhetim da maioria: 'à mesa com o IRS'…
“…Quem receber mais de 4,27 euros diários de subsídio de refeição vai pagar mais IRS, prevê uma das alterações ao Orçamento de Estado aprovadas esta segunda-feira por PSD e CDS”… link
Mais uma discricionariedade deste Governo. Onde possa existir 1 euro temos o Governo à perna. E para prosseguir esta saga não olha a meios nem se furta a expedientes.
O trabalhador que, por não poder deslocar-se à sua residência, tem – na maioria dos casos decorrente dos contratos colectivos de trabalho – atribuído um subsídio de alimentação, a título compensatório. Tudo o que cheire a ‘subsídio’ é para este Governo qualquer coisa de perverso, uma ‘terrível’ benesse a limitar, quando não a abater, como foram os casos dos subsídios de Férias e de Natal.
Depois existem outras ‘imoralidades’ paralelas. A maioria parlamentar CDS/PSD que irá caucionar este despautério, hoje, na votação do OE-2013, assobia para o lado.
Que dizer destes deputados que em relação ao restaurante da AR impuseram as seguintes condições: “Das exigências para a confecção das ementas de deputados e funcionários constam ainda pratos com bacalhau do Atlântico, pombo torcaz e rol… O café a fornecer deverá ser de "1ª qualidade" e os candidatos ao concurso têm ainda de oferecer quatro opções de whisky de 20 anos e oito de licores. No vinho, são exigidas 12 variedades de Verde e 15 de tintos alentejanos e do Douro...” link.
Como é possível conciliar esta rebuscada ementa – vamos supor que ‘caloricamente digna’ – com plafonds de 4,27€ / refeição para os ‘outros’?
Não seria pertinente que os deputados ao prestarem-se para votar medidas orçamentais iníquas previamente pensassem:
Até onde é possível ir na desenfreada saga de reduzir tudo – mesmo modestos actos da rotina diária de sobrevivência - a um aviltante ‘esbanjamento’?
Até onde será lícito prosseguir a canibalização fiscal de situações de mera necessidade?
Até onde se poderá continuar a espoliar o vencimento dos trabalhadores por conta de outrem misturando necessidades básicas com mordomias?
E uma última questão: Até quando temos de ‘comer’ estas aleivosias?
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