"TOLERAR A INTOLERÂNCIA"
(Nota: este texto sobre o artigo de Rui Ramos publicado no último "Expresso" com o título em epígrafe foi-me suscitado pelo oportuno post de "e-pá!" que antecede, e era para ser um simples comentário a esse post; como porém acabou por ficar muito extenso, resolvi publicá-lo independentemente)
Rui Ramos faz parte de uma nova vaga de "espertinhos" de direita a que o "Expresso" - ele próprio cada vez mais tendencioso para a direita - resolveu dar guarida.
Mas, apesar das novas roupagens, o seu discurso mal encobre a velha "argumentação" da direita mais reacionária.
Assim, tal como os salazaristas, para defender a ditadura, diziam que defendiam a Pátria, Ramos, para defender o atual governo, diz que defende "o regime".
Diz também que as movimentações sociais provocadas pela política anti-popular e anti-patriótica deste governo são "organizadas e dirigidas pela esquerda revolucionária", tal como nos tempos de Salazar e Caetano os defensores da ditadura diziam que os movimentos estudantis de contestação eram "orquestrados por Moscovo".
Agita o fantasma do "fascismo vermelho" - que só existe na sua pobre cabeça - como os salazaristas agitavam o dos comunistas que comiam criancinhas.
Em suma: por trás do "intelectual" esconde-se...o legionário!
A propósito deste e de outros Ramos ocorrem-me os versos do Mestre Alexandre O'Neill sobre "O Macaco" que, "na ânsia de nos imitar", procurava "aproveitar a confusão", pelo que alguns diziam "ser o macaco difícil de apanhar". Terminava o Poeta:
"Pessoalmente
sou de opinião
que o macaco
é fácil de caçar
até à mão."
Rui Ramos faz parte de uma nova vaga de "espertinhos" de direita a que o "Expresso" - ele próprio cada vez mais tendencioso para a direita - resolveu dar guarida.
Mas, apesar das novas roupagens, o seu discurso mal encobre a velha "argumentação" da direita mais reacionária.
Assim, tal como os salazaristas, para defender a ditadura, diziam que defendiam a Pátria, Ramos, para defender o atual governo, diz que defende "o regime".
Diz também que as movimentações sociais provocadas pela política anti-popular e anti-patriótica deste governo são "organizadas e dirigidas pela esquerda revolucionária", tal como nos tempos de Salazar e Caetano os defensores da ditadura diziam que os movimentos estudantis de contestação eram "orquestrados por Moscovo".
Agita o fantasma do "fascismo vermelho" - que só existe na sua pobre cabeça - como os salazaristas agitavam o dos comunistas que comiam criancinhas.
Em suma: por trás do "intelectual" esconde-se...o legionário!
A propósito deste e de outros Ramos ocorrem-me os versos do Mestre Alexandre O'Neill sobre "O Macaco" que, "na ânsia de nos imitar", procurava "aproveitar a confusão", pelo que alguns diziam "ser o macaco difícil de apanhar". Terminava o Poeta:
"Pessoalmente
sou de opinião
que o macaco
é fácil de caçar
até à mão."
Comentários
Uma boa análise que desmascara a estratégia da Direita.
Como está claramente subjacente no citado texto de Rui Ramos, intolerável é esta nova onda de 'pensadores' que parece (e começa a aparecer) apostada em anatemizar cidadãos, tornado os que opõem às actuais políticas, reles conspiradores contra o 'regime'. Têm vergonha de defender na praça pública aquilo que realmente os apoquenta: a "ordem". O que se pretende é instituir 'uma nova ordem' e através dela, golpear o 'regime'.
Ora, a História - que Rui Ramos conhece - ensina-nos que muitas vezes os exaltados ânimos liberais acabam, nomeadamente através de 'soluções repressivas', por abrir portas aos totalitarismos.